A presença das minhas sobrinhas é algo que me faz extremamente feliz, entretanto, sei que, para Taekwon ter trazido elas até aqui, no mínimo algo muito errado está acontecendo. Por esse mesmo motivo, antes de dedicar total atenção às minhas pequenas, depositei um beijo na cabeça de cada uma e pedi:
— Fiquem com o titio Jihoon um pouquinho, sim? — apontei para ele, que permanecia deitado na cama nos fitando com uma expressão curiosa. — Já volto, meu bem! — disse a ele, mandando beijinhos no ar.
— Tio Hoon! — gritou Bora, correndo em direção a Jihoon, sendo seguida por Hayun.
Eunji também entrou no quarto em silêncio, provavelmente para também correr para os braços de Jihoon, porém, não me atentei a isso, e caminhei rapidamente em direção ao elevador.
Minha intenção era tentar alcançar o Taekwon e descobrir se tinha algo acontecendo. Poucos segundos se passaram entre pegar o elevador e chegar no saguão, onde fiz uma rápida análise no local em busca do síndico. Não demorou muito para que eu o avistasse junto do porteiro próximo à saída do prédio.
— Senhor Min! — chamei sua atenção para mim.
— Boa noite, Haru — respondeu, vindo até mim. — Que bom que desceu, queria mesmo falar com você, já iria te ligar. Como sabia que eu estava aqui embaixo?
— Eu não sabia, apenas tentei a sorte. Queria entender exatamente como minhas sobrinhas chegaram até aqui? — explico, esfregando a testa com uma mão e deixando a outra na cintura.
— Era sobre isso mesmo que eu queria falar, levei as meninas direto até você porque o pai parecia meio alterado, em minha concepção seria mais seguro — comentou com uma expressão branda. — Por isso não fiz muitos questionamentos quando o senhor Kwan me chamou — referindo-se ao porteiro — E você também já tinha dado autorização para o pessoal da sua família subir, até então ninguém tinha aparecido mas... algum problema?
— Não, não! — neguei com a cabeça. — É só que eu imaginei que algo não estivesse normal com o imbecil do meu cunhado, você viu para onde ele foi?
Ele pareceu pensativo, mas respondeu rapidamente: — Não, sinto muito!
— Eu acho que vi este rapaz agora há pouco. Ele estava parado na frente do prédio, se não estiver mais, com certeza não foi muito longe — tal informação foi dada pelo porteiro.
— Ok, muito obrigado! Ah, Senhor Min, muito obrigado por ter levado as meninas até mim — sorri tentando parecer gentil antes de me retirar.
Com as informações do porteiro em mente, segui meu percurso. Bastou atravessar a portaria para que eu pudesse avistar Taekwon sentado na calçada do outro lado da rua, no meio-fio, olhando fixamente para meu prédio.
Agora, com menos pressa, esperei os carros passarem antes de atravessar a rua. Ao alcançá-lo, sentei ao seu lado, porém ele não notou minha presença. Meio incerto, toquei em seu ombro para chamar sua atenção.
— Ei, o que faz aqui?
— Haru? — com a fala mansa, perguntou. — Será que se você não tivesse conhecido o Jihoon, você estaria em um apartamento de luxo desses? Claro que não, você era um marginal. Você é um interesseiro de merda, é isso que eu acho.
— Eu não dou a mínima para sua opinião, só quero saber onde está a Minji e minha mãe e por que as meninas estavam com você nesse estado? — pouco disposto a aceitar seus ataques, fui direto ao assunto constatando que ele usou drogas ou álcool.
— N-não é da sua conta!
— Você aparece sem mais nem menos e simplesmente deixa suas filhas na portaria do meu prédio sem nenhuma explicação. Claramente é um problema meu — fui rude, fazendo com que ele também se levantasse. — Por que não me chamou? E se o senhor Min é alguém mal-intencionado?
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Sangue, Suor e Lágrimas 🥊
RomanceNo pugilismo, tudo parece estar de cabeça para baixo: às vezes, é mais vantajoso recuar antes de tentar acertar um golpe, mas recuar demais pode levar à derrota. O boxe envolve respeito e a conquista pessoal à custa do adversário. Nesse ambiente pr...