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Ele levantou a cabeça, revelando o rosto inchado por causa do choro. Se ajeitando para ficar mais encolhido da cadeira, Gui se afastou de mim.
Completamente mudo, eu só ouvia seu choro baixo e começava a entrar em desespero por vê-lo daquele jeito e sequer sabendo do que se tratava.
- Guinho, não confia em mim? Sou eu, o seu Lulu, seu tigrinho. Pode me contar qualquer coisa.
Envolvi a cintura dele, o puxando para um abraço e ele chorou mais alto, quase gritando, se afastando de mim e abraçando as próprias pernas.
- Perdão! Eu te machuquei? Desculpe, meu pãozinho.
Percebi uma mancha vermelha na cadeira, só então reparando a mancha mais escura em seus jeans azul, mais precisamente no meio das pernas.
- Guinho, está menstruado de novo? Por que está sangrando? Eu tenho absorventes guardados na mochila.
Acariciei suas costas e procurei sua mão, entrelaçando-a junto na minha e beijando as costas de sua destra.
Lentamente ele se aproximou, afundando o rosto em meu peito e eu pude ver uma quantidade ainda maior de sangue na cadeira, o que me deixou aterrorizado.
Por que ele estaria sangrando desse jeito sem usar sequer um absorvente? Alguma coisa grave estava acontecendo e eu estava morrendo de medo das minhas suspeitas estarem certas.
O choro dele era doloroso e me partia o coração. Meus olhos também começaram a lacrimejar, mas me segurei ao máximo. Eu precisava ser forte por ele.
Estava prestes a perguntar novamente o que havia acontecido, mas ele se pronunciou primeiro.
- Meu padrasto me machucou. - Disse em um fio de voz, me apertando no abraço com todas as forças. - Ele chegou bêbado e começou a me dizer aquelas coisas horríveis que sempre fala. - Seu choro era mais forte e extremamente doloroso. Ele afundou o rosto ainda mais no meu peito, apertando meu moletom com força em seus dedos. - Ele me atacou. - Sua voz saiu trêmula.
Não me segurei quando ouvi aquela última frase. Embora já tivesse ideia do que havia acontecido, ouvir da boca dele e vê-lo naquele estado acabou completamente comigo.
- Guinho, eu estou aqui com você. Ele nunca mais vai encostar um dedo em você, eu prometo. Você nunca mais vai ver aquele desgraçado na sua vida.
- Está doendo muito, Lu. - Sussurrou em meu ouvido. - Eu estou com medo. E se eu... E se tiver um feto dele dentro de mim?
Apertei meus lábios e senti meu estômago revirar só de pensar naquela possibilidade. Pior ainda, imaginar aquela cena tenebrosa acontecendo com o meu menino.
- Guinho, temos que ir no hospital. - Tirei meu celular do bolso, tremendo enquanto procurava o número de minha mãe.
- Não conta pra ninguém, por favor. - Ele segurou meu celular. - O que vão pensar de mim? E se sua mãe me odiar quando souber que eu sou trans? E se ela achar que eu provoquei o meu padrasto? E se ela mandar você terminar comigo?
- Meu amor, eu preciso contar para a mamãe. Eu tenho certeza que ela vai entender e nos ajudar. Eu sei que está com medo, meu anjinho. Olha para mim. - Acariciei a bochecha dele e segurei firme em sua mão. - Confia em mim, confia no seu Luan. Eu não vou sair do seu lado nem por um segundo. Você não está sozinho, meu pãozinho.
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Alinhamento Milenar (Taegi)
RomanceAs bochechas eram rechonchudas como as de uma criança, os lábios vermelhinhos chamavam atenção e os olhos afiados davam toda a graça ao rosto delicado dele. Talvez eu tenha passado mais tempo do que deveria olhando para ele. Definitivamente era o...