14 - Ponto de interrogação

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Guilherme Min

Aquela era a segunda-feira mais cinzenta dos últimos tempos. Segundas-feiras por si só já eram deprimentes, mas eu estava desanimado por não ter o meu Lulu comigo hoje. Quem me chamaria de pãozinho, beijaria e apertaria minha bochecha e me abraçaria a cada cinco minutos?

No horário do recreio, pus a mochila nas costas e caminhei em passos preguiçosos pelo enorme corredor de salas.

Senti meu celular vibrar e o peguei no bolso, sorrindo ao ver a mensagem.

Lulu🐯

"Pãozinho"

"Como estão as coisas aí?"


"ue"

"eu quem deveria perguntar isso"

"como você está, Lulu?"




Lulu🐯

"Com febre"

"Mamãe me deu remédio agora"

"Estou com tanto sono"

"E com tanta saudade de você "

"descansa bastante, Lulu"

"não quero atrapalhar seu repouso"

"depois do trabalho eu posso te visitar?"



Lulu🐯

"Nem precisa perguntar"

"Eu preciso do meu remédio"

"Essa dose de Guinho é crucial para a minha cura"

"tudo bem, seu manhoso"

"quatro e meia eu estarei aí"

"te amo, Lulu❤️"

Lulu🐯

"Tbm te amo"

"Meu pãozinho"

"Te amo muito"

"❤️❤️❤️"

Senti um esbarrão forte em meu ombro, o que me fez perder o equilíbrio e cair no chão da maneira mais desorientada possível.

- Olha por onde anda, bichona.

Reconheci a voz antes de ver o rosto de quem se tratava. Me levantei do chão e peguei meu celular, continuando a andar, afinal não estava com a menor vontade de discutir com aquele garoto.

- Eita que as mensagens devem estar interessantes. - Ele tomou o celular de mim e começou a ler. - Lulu? Que porra mais ridícula. Seu namoradinho defensor dos fracos e oprimidos está doente? Ele nem vai poder comer o seu cu hoje. Que pena.

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