O ritual

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Folha entrara mais uma vez na mente de Bran, em seus pesadelos a criatura o levou para a clareira onde ritual com o herdeiro da coroa da noite acontecia, Folha transportou o espirito do corvo ao local de forma espectral, somente as crianças podiam o ver ali e ele somente via as criaturas e nada mais e não pode ver Sam tentando gritar amordaçado com cipó e folhas, o ritual estava quase pronto os filhos ajoelhados recitavam encantamento e dançavam como arvores sendo tocadas pelo vento as tochas estavam altas e barulhentas e o cântico era cantado de forma automática como uma doce melodia ambiente.
Folha e os filhos precisavam do poder do Corvo de três olhos, seu poder vinha da mesma fonte que o do Rei da noite por isso viviam com uma conexão como se um estivesse destinado a levar o outro um dia, um delia o controle sobre os vivos, passado, presente e futuro e o outro caminhava sobre a morte, um estado de imortalidade e controle dos condenados com a missão de destruir os reinos que destruíram as florestas de Westeros, o primeiro Rei da noite foi um homem, um Lorde sequestrado que veio ao mundo graças a magia das crianças antes dos castelos do Norte receberem seus últimos tijolos e nomes os filhos esperaram ele atingir a maioridade e força suficiente para receber o tronco enfeitiçado que tornaria seu coração em gelo e seu sangue azul assim como os dos filhos eram verdes quase negros, sementes de magia.
O Rei da noite e outras sementes foram transformados nos comandantes vagantes, montavam cavalos, portavam armas e armaduras, apesar da memoria do homem que se tornou o Rei dos vagantes ter sido apagada os costumes de Lorde vieram com ele para sua nova vida, este por toda história após quebrar o controle que os filhos deliam sob si caçou cada filho e cada corvo que as criaturas criavam na esperança de vigia-lo e controla-lo novamente diminuindo gradativamente o número das criaturas com pele de arvore quebrando o plano que o fez ser criado mas agora séculos depois um corvo e um filho são necessários para exumar o exército dos mortos que o homem controlava.

- Espere, eu quero saber quem é você e que poder tem sob mim – Bran exigiu pegando uma adaga do chão.
- Eu sou quem você ve – Folha responde cautelosa e sarcástica.
- Impossível todas as crianças foram mortas, eu vi vocês, os comandantes vagantes matou todas vocês no sagrado do velho corvo – O menor relembra em desespero.
- Você viu o que o velho corvo quis que você visse, Bran, nós fugimos por séculos do Rei da noite aquele humano traidor, nós criamos ele e seus seguidores usamos nosso sangue e ele matou nossos irmãos acreditando que um dia iria nos extinguir e derrotar os reinos, essa vingança era nossa ! – Folha exclama após arrancar a adaga das mãos de Bran sendo ovacionada.

...

                                                                                        Em Valiria...
Daenerys se prepara para levantar voo com Drogon, Vincent não a permitiu que levasse mais um dragão na viagem com eles, seu coração batia desesperado imerso em medo, seus filhos estavam sozinhos conquistando reinos que a traíram com pessoas que apoiaram seu regicídio, enquanto a chuva caia nas terras do dragão a Rainha deixava lagrimas de receio discretamente rolarem por seu rosto e seu filho sentia a mesma dor que sua montadora a conexão deles podia ser instável mas a fera sentia os sentimentos de sua mãe e tratou de levantar voo o mais rápido possível apesar da visão estar comprometida rumo a DragonStone.

                                                 Novamente nas florestas do Norte...
Bran agora acordava do seu sono em seus sonhos ele estava pela primeira vez em uma cadeira de rodas no estado corvo de três olhos e suas pernas não respondiam seus comandos, uma das crianças o encarava sarcástica observando sua ira.

- Me liberte – Ordenou quase cuspindo.
- Sua hora ainda não chegou – A criatura responde.
- Vocês deviam ter continuado mortas – Esbraveou com fúria.
- Hey o que está acontecendo? Bran que bom que acordou, bem na hora de finalizarmos nosso ritual – A líder se pronuncia.
- Porque precisam de mim? – O Rei se desespera vendo-a se aproximar com uma adaga e um galho aceso como um incenso.
- Você é a chave Bran, o corvo foi criado para vigiarmos os vagantes e controlarmos as criaturas vivas para protegemos o maior número de irmãos, deixá-los longe e proteger suas mentes da maldição do morto vivo ... - É interrompida.
- Que vocês criaram – Bran diz.
- Do mesmo modo que criamos suas habilidades de viajar pro passado, futuro e estar aqui em alma e corpo naquele castelo porco, você não foi escolhido por acaso Bran sua história e suas percas o fizeram o sucessor perfeito para o próximo corvo, você só é mais relutante que os outros porém o único que sobreviveu ao ataque do Rei da noite – Folha conta balançando o graveto nas narinas do garoto.
- O que é isso? Isso queima – O corvo reclama.
- Cheire Bran é só um estimulante eu irei te ensinar como o Rei da noite controlava todos os mortos de uma única vez, se concentre nas mente e no coração de sua casa Bran pense que são corvos – A criatura segurando a cabeça do Rei ainda chacoalhando o graveto queimando.

O jovem corvo seguia sem evitar as ordens da pequena que ministrava o ritual, pensou e localizou cada membro vivo da casa Stark desde Sansa a Snow sentindo a conexão com suas mentes.

Sansa estava em seus aposentos no castelo de Winterfell se enxugando após um banho.
Arya estava em uma clareira próximo ao Norte nas Riverlands preparando algum animal que caçou para comer.
Jon estava aparentemente no mesmo lugar um pouco mais afastado admirando as árvores abaixo do monte de pedra a beira do precipício.

- Possua-os Bran agora! – Folha ordena cortando seu braço e apertando o ferimento.

Em um grito de dor Bran conectou com a mente de cada membro de sua família os possuindo, os olhos de seus familiares viraram para trás tornando-se esbranquiçados e suas mentes foram atingidas por uma névoa os fazendo perder os sentidos.

- Isso parabéns Bran os coloque para dormir, vamos você consegue eles são só corvos – Folha e as crianças comemoram.

O jovem Rei quebrado não aguentava tanto poder sua boca babava e seu corpo tremia se conectar em corvos ou criaturas mágicas era relativamente facil por mais que ele já tinha se conectado com pessoas antes e as controlado ele nunca se aventurou em controlar mais de uma pessoa quando ela não estava disposta a possessão.

- Agora que todos estão dormindo Bran quero se conecte aos seus familiares mortos – Folha ordena ao pé do ouvido.
- Não! – O rei exclama cortando a ligação.

Quando a ligação foi cortada Arya e Sansa foram imediatamente despertados sem se lembrarem da como foram parar ao chão colocando uma possível fome como causadora já Snow sentiu em sua mente a conexão com Bran, não entendia o que era, mas pode vê-lo e sabia que seu primo/irmão estava em perigo, Bran e os filhos não podia tocar o bastardo com sua magia, os Targaryen eram feitos de uma magia diferente da usada em Westeros e uma não podia interferir a outra então Snow era quase imune.

- Por favor isso não, eu faço o que quiserem – O garoto implora de cabeça baixa.
- Por isso eu disse que você era o mais relutante o corvo não deve ter sentimentos nem por seus familiares – A criatura conta a olhando com superioridade.
- Está na hora filhos, o sangue do Corvo irá exumar o nosso exército e dessa vez vamos ter o controle sobre todos eles, nosso arco será concluído – Comemorou sendo ovacionada.

Sam ainda amarrado sentado não entende o que se passa ao centro do ritual, a fumaça e o cheiro forte embaçava sua vista e sua mente podia jurar ouvir as crianças conversando com Bran o corpo do Rei quebrado possuía uma imagem turva demais para ser reconhecida.

...

Folha se aproxima de Bran e com a adaga em suas mãos faz um rasgo generoso nos braços do corvo inundando o corpo do menor do seu sangue que possuía um aspecto negro e grosso, incomum para um homem o mesmo tipo de sangue encontrado em corvos que nunca eram comidos nas caçadas nem pelos mais pobres, em uma cuia de árvore a criança colhe uma boa parte do sangue oferecido e guiou até os lábios do defunto vagante que após alguns segundo emitiu estalos vindos de suas entranhas.

- Vejam eles agora dividem o mesmo sangue, as vagantes foram devolvidas aos filhos ... do mesmo modo que controlamos o Corvo todos os mortos nos responderam – Folha comemora junto as crianças eufóricas a cada retorcida que a criatura dava.

Os olhos se abriram a criatura estava viva seu crânio possuía espinhos em forma de coroa assim como seu ancestral o primeiro Rei da noite, porém sua pele era de homem fria como gelo e seus olhos um belo par de cristais.

- Corvo de três olhos faça novamente conecte-se ao seu sangue ressuscite os mortos os levantem em todos os reinos – A líder ordena.

Sem poder recusar Bran Corvo de três olhos Rei de Kingsland Governante dos seis reinos, um jovem garoto quebrado que devido sua história recebeu a maldição de seus poderes foi obrigado a se conectar com todos os mortos marcados pela maldição do morto vivo, feitiçaria que o rei da noite usava em seus infectados que davam continuidade contaminando a quem entravam em contato.
Em todos os reinos do lado de fora dos castelos e campos nas florestas para onde foram varridos os restos mortais dos caminhantes um a um granindo e rangendo dentes acordaram de seu descanso eterno, poucos eram os que acordaram nos reinos a fora, a grande concentração de caminhantes estava no Norte após muralha, sempre o Norte.

O Amanhecer dos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora