Aire

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— Existia a muito tempo atrás um casal de patinadores. - John olhou para a gente. - Que se amavam muito, mas que não poderiam ficar juntos, era contra as regras então eles renunciaram esse amor até o final de suas carreiras e nunca ficaram juntos por causa do orgulho por causa do amor. - Se ajeitou na poltrona. - E a forma com que eles se olhavam, a forma com que eles patinavam e a mesma forma que vocês se olham e patinam. - Respirou fundo. - Gabriel até hoje não conseguiu assumir o amor que sentia e hoje é um solteirão que fica cobrando demais de vocês, não deixem que isso aconteçam com vocês porque tem coisas que são mais importantes que a carreira e apesar de tudo Wave, nada fala mais alto que o verdadeiro amor, mesmo que ele tenha um metro e oitenta, seja forte, dono de uma grande marca e gato. - Pegou o cobertor. - A vida de vocês pessoal eu nunca vou me envolver fiquem tranquilos.

Ele pegou no sono e logo a Wave também, eu estava cansado então dormi a viagem toda e só acordei com a van parando já na casa de Wave então ela se levantou olhou para o John e para mim e sorriu ela parecia mais leve.

— Podem ficar hoje aqui vocês dois, descansando tomando um banho e se alimentando. - Sorriu ao ver o Louis abrindo a porta, ela o abraçou com certeza estava preocupado. - Lindo, eu pedi para John e Aire ficar aqui hoje para descansar e comer comida descente tudo bem?

— Claro, imagino que para todos vocês a viagem foi insana.

— Muito, nada mais traumático do que ficar preso no elevador. - Wave assumiu.

A casa deles eram enormes uma verdadeira mansão fomos super bem tratados havia um café da manhã com a mesa farta Louis me levou até o quarto de hospedes e eu tomei um banho e me joguei na cama macia e fiquei lá por alguns segundos até ouvir no corredor uma voz de criança falando mama, certamente era a Mad. 

Levantei da cama e abri a porta e era o Louis com a Mad no colo.

Ela estava com um macacão na cor branca seus cabeços ruivos estavam com marias Chiquinha e seu olhos âmbar meio esverdeados bem brilhantes.

— Trouxe nossa filha para você ver. - Louis falou sem graça. - Apesar de tudo, das mancadas eu sou grato por ter cuidado da Wave no elevador e sei que apesar das circunstâncias você é o pai.

Fiquei surpreso, eu nunca esperaria vindo isso dele.

— Agora entendo por que a Wave joga na minha cara que você é diferente. - Sorri sem graça e estendi minhas mãos para a Mad que ficou me olhando desconfiada, olhava para o Louis e logo para mim e veio para meu colo toda sem graça. - Pode entrar? - Apontei para o quarto e ele entrou comigo e logo deixou a porta aberta eu fui com a Mad até a cama e ela começou a se soltar comigo colocando a mão em meu rosto. - Ela é linda.

— Sim, vai dar muito trabalho quando crescer. - Cruzou os braços. - Sabe Aire, eu não quero ser seu inimigo e não quero que você me veja como um.

— Igualmente, apesar dos apesares eu sou muito grato por cuidar de verdade de Madeleine e de Wave. - O olhei. - Elas têm sorte, muita sorte de ter você. 

— Eu sei que vocês ainda se amam, e sei que o que vocês viveram foi muito intenso e sei que pode demorar mais ainda para a Wave te perdoar.

— Eu nunca vou faltar com respeito a ela.

— E eu sei, e como homem eu quero te falar que eu amo a Wave eu amo mesmo e quero que ela seja feliz e o que eu faço desde quando entrei na vida dela. Quero te dizer que se chegar o dia da Wave chegar em mim e me dizer que não conseguiu me amar o suficiente a ponto de não me esquecer eu não vou ficar no meio do caminho. - Pareceu sincero.— Eu não abro mão da paternidade de Madeleine, mas de Wave eu abro.

— Ela nunca vai te largar Louis ela pode gostar de mim, mas ela também gosta de você e eu fui o vilão da história dela e eu nunca permitiria que ela te trocasse por mim. - Respondi sincero. - Eu a amo, tanto que abri mão dela naquele elevador e ela sabe disso, mas eu só te peço uma coisa embora eu não tenha direito e não mereça em nenhum sentido estar próximo de vocês permita que eu veja a Mad ela nunca vai saber que sou seu pai verdadeiro, mas quero participar mesmo que seja de longe.

— Por mim tudo bem Aire mas não depende só de mim e sim da Wave. - Olhei para a Mad.

O seu celular tocou então ele pediu licença e saiu para entender.

— Oi moranguinho do papai. - Sussurrei nos ouvidos dela e então ela deu um sorriso para mim mostrando seu único dente embaixo. - Você é tão linda. - Encostei na cabeceira da cama e coloquei ela entre minhas pernas, ela era tão linda, tão pequena e tão esperta ao mesmo tempo, ela brincava com minha camiseta e logo me olhou e começou a colocar a mão no meu rosto. - Eu espero que um dia você me perdoe minha criança eu não posso mudar o passado, mas eu vou orar para Deus te guardar de todo o mal que você seja uma grande profissional onde você decidir seguir sua vida e eu prometo que da forma que eu posso eu estarei com você.

— Papa. - Ouvi ela falar e meu coração acelerou e então uma lagrima escorreu dos meus olhos e enquanto ela brincava com meu rosto eu só orava pedindo para Deus uma oportunidade de fazer tudo diferente. Eu sabia que eu precisava amadurecer mais, lutar pela felicidade da minha mãe, pela minha carreira, pela Wave e ao mesmo tempo pela Mad, mas eu não tinha forças e eu não sabia o que fazer e como fazer por onde começar. 

Porque quando queremos lutar por algo com todas as nossas forças não conseguimos.

— Deus, me ajude para que essa criança não sofra. - Sussurrei segurando ainda ela firme em meu peito. - Você merece esse pai meu moranguinho, merece o Louis como seu pai que quer te proteger do mundo que quer proteger a sua mamãe do mundo.

— Mama. - falou em meio a cantoria.

— Sim sua mamãe. - Então abracei ela em meu peito e ela começou a cantarolar papa e eu fiquei somente apreciando ela com muitas lagrimas nos olhos.

Wave - Patinação no GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora