Wave - Patinação no Gelo

Aire

— Wave? – Sussurrei em seus ouvidos, mas vi que ela já dormia pesadamente então tirei seu cobertor rosa sob mim e a enrolei com mais cautela para ficar aquecida. Embora a neve esteja derretendo ainda fazia muito frio e eu sabia que apesar de ela ter tomado os remédios ainda pode estar doendo seu quadril, amanhã cedo vou levar ela ao meu médico. Levanto-me e vou até o seu banheiro e vejo como a identidade dela está bem claro em todos os lugares claramente dá para ver que sua cor favorita é rosa pois seus tapetes bem como algumas decorações é toda trabalhada em rosa claro pela sua pia a alguns dos seus perfumes, creme de pele e escova de dentes dentro de um pote vejo quão cuidadosa ela é para manter tudo aquilo organizado.

Me olho no espelho, estou com camisa e um short me encaro no espelho e vejo minha expressão de cansaço combinando com os meus cabelos desgrenhados. Uso o banheiro rapidamente e vou até a cozinha tomar uma água quando escuto a televisão ligada e tomo um susto vejo Tony o tio de Wave o conheço finalmente. Seus cabelos são ruivos não tanto quanto o de Wave o dele está para um tom mais claro, ele contém uma barba meio rala na mesma cor dos seus cabelos, seus olhos verdes idênticos com a de Wave se ela não me falasse que ele era seu tio facilmente diria que é seu pai.

— Oi. Boa noite. – Levantou me olhando. – Finalmente achou a porta de casa ou pulou a janela dessa vez? – Forçou um sorriso.

— Boa noite senhor Tony. – Estendi minhas mãos e ele apertou. – Desculpa por ter pulado a janela de Wave algumas vezes.

— Você é muito barulhento, se a ideia era entrar escondido falhou. – Apertou minha mão. – Estava esperando vocês, ela me disse que ia acabar tarde. – Apontou ao sofá. – Venha sente aqui filho.

E então fui até a poltrona de frente para ele e me sentei.

— Acabei deixando a Wave escorregar enquanto a lançava pelo ar ela bateu seu quadril. — O olhei. – Acabou que paramos o ensaio e ela veio para casa, mas eu já dei analgésicos para ela e ela dorme tranquilamente. 

Ele fez uma cara esquisita.

— O Gabriel deu duas semanas para ela recuperar o quadril e vou levar ela ao meu médico amanhã e eu vou me responsabilizar por tudo.

— E sobre esse namoro, muito tempo juntos?

— Temos apenas três meses juntos embora de patinação tenha seis meses.

— Confuso, então vocês estão a quase a nove meses juntos? Está contando quando enganou ela? – Perguntou transparente e eu me constrangi.

— Se contar quando eu privei a Wave de conhecer um lado que as pessoas julgam sim nove meses.

— Eu não vou questionar, você teve suas razões por não falar a Wave quem era você e se para ela está tudo bem para mim também está. – Encostou no sofá. – Sabe, eu me preocupo muito com Wave ela é o que tenho de família e eu sou o que ela tem de família me preocupo como um pai e tenho medo de que ela se magoe você é o primeiro namorado dela e vocês estão tão jovens e esse meio da patinação e confuso.

— Compreendo e entendo sua preocupação eu respeito ao máximo a Wave em tudo eu gosto dela e cuido dela ao máximo que consigo.

— E do nada deixou com que ela caísse repetidas vezes. – Ele era bem sincero em seus questionamentos e isso não me assustava a Wave também era assim.

— Estou passando por alguns problemas pessoais que infelizmente roubam minha atenção, mas depois que vi como está o quadril de Wave prometi para mim mesmo que nada mais no gelo vai importar do que ela. – Suspirei. – Sei que começamos errados aliás eu comecei errado pulando sua janela e quero pedir que perdoe não foi correto também não foi correto enganar Wave e aproveitando quero pedir sua benção para eu namorar escondido do mundo a Wave eu gosto mesmo dela.

— Você me parece um bom rapaz Aire eu sei que gosta dela e que cuida ao máximo que pode de Wave eu tenho medo ainda desse namoro acabar machucando a Wave porque para você a sua carreira é importante, mas para ela pessoas são. Uma carreira de patinador dura até seus trinta anos e depois daí o máximo que consegue e ser treinador ou correr atrás de uma faculdade e ser alguém. – Pausou. – Está perdoado por pular a janela da minha casa, e sim você tem minha benção para ficar com a Wave porque sei que embora ela não te falou ainda por insegurança ela te ama, mas se eu posso dar um conselho o namoro escondido do mundo tem suas consequências quando você não expõe que você tem uma pessoa e ela te tem os desafios são maiores ainda mais os fãs.

— Entendo, obrigada pelos conselhos, senhor Tony. – Levantei-me do sofá. – Posso ir beber água? – Apontei para a cozinha e ele afirmou. – Fico feliz que minha tia está com o senhor, ela é a parte boa que tem na família Friedrich.

— Ela comentou comigo que vai para a fazenda de seu avo amanhã pensei em levar Wave comigo já que ela está machucada poderia ir também.

Eu amava o meu avô, ele era aquele velho estiloso que morava na fazenda afastado do mundo e que gostava de visitar a família, lá por muitos anos era o escape para mim do mundo.

— Boa ideia, irei com certeza. – O olhei. – Podemos ir depois que eu levar a Wave no médico?

— Podemos. – Levantou-se. – Vou me deitar, precisar de qualquer coisa você me chame. – Estendeu suas mãos. – Para tudo mesmo o que precisar.

— Obrigada. – Estendi a mão e apertei. – Quando é o aniversário de Wave?

— Daqui uns dois meses. – Sorriu. – Dezoito, finalmente.

— Boa noite. – Sorri.

Fui à cozinha tomei água e voltei para a cama, quando deitei a Wave se encostou em mim e abriu seus olhos resmungando.

— Pensei que tinha ido embora.

— Não fui, fui beber água e conversei um pouco com seu tio.

— Achou o que dele?

— Um homem legal. – A abracei mais. – Agora descanse.

Eu sabia que não iria dormir tão cedo, então peguei meu celular para ver as notificações. A primeira no topo era uma mensagem da Amélia, eu não aguentava mais aquela garota.

"Oi, meu querido Aire. Na próxima vez que formos patinar, vou te mostrar os saltos que aprendi."