Patético

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Minha cabeça girava e as palavras dele se repetiam em minha mente.

Esse idiota matou a enfermeira?! O que diabos aconteceu enquanto eu dormia?!

Pensando no grito assustador masculino que ouvi agora a pouco, apertei inconscientemente o ombro esquerdo do idiota me carregando. Sua velocidade correndo era algo que eu com certeza não conseguiria alcançar, mas algo parecia estranho, pois, enquanto corria, ele ocasionalmente cambaleava e eu conseguia ouvir o som da respiração dele fraca e ofegante.

Eu não podia negar o sentimento de preocupação que senti naquele instante, mas estava mais preocupado com outra coisa.

— Por que caralhos você matou a enfermeira?! Enlouqueceu?!

Assim que minhas palavras saíram, senti um arrepio percorrer a minha espinha. Havia um som de passos a distância, se aproximando cada vez mais, parecia tão rápido quanto o imbecil desmiolado comigo era.

Algo está nos seguindo e pelo som, não parece nada feliz.

— Você vai entender depois! Preciso te tirar daqui primeiro! — ele quase tropeçou, mas conseguiu se estabilizar e correr na mesma intensidade que antes.

Minha cabeça estava uma confusão, eu queria respostas, entretanto, sabia que não era possível agora. Tentei me acalmar, também sabia que pensar demais nessa situação não era o mais indicado, mas meu coração parou por um instante quando notei algo.

Havia um buraco enorme no ombro direito do imbecil e parecia estar faltando um pedaço dele, o sangue vazava e parecia não ter a intenção de parar. Senti meu estômago embrulhar.

Antes, por ter acabado de acordar, não notei que esse cara estava machucado e depois do que ele me disse, concluí imediatamente que o sangue pertencia apenas a enfermeira que ele matou! Me senti péssimo quando notei que a ferida no ombro não era sua única lesão, o peito dele também estava machucado no mesmo grau de seriedade.

Eu queria perguntar como infernos ele havia se machucado daquela forma, mas me calei imediatamente, o ar encostando minha pele parecia estar congelando. Eu tinha uma suspeita e me remexi com dificuldade, tentando ver por cima do ombro do sósia e descobrir o que estava nos seguindo.

Assim que olhei por cima do ombro, me surpreendi. Era o doutor, mas sua aparência estava diferente, suas sobrancelhas se tornaram uma só coisa e estavam grossas, ele parecia irritado, era a única coisa que consegui enxergar, devido ao breu dos corredores.

Meu coração estava acelerando e eu estava começando a soar frio, minhas mãos segurando os ombros do sósia do Francis apertaram. Eu já vi vários Doppelgangers, mas nada se compara a ver um doppelganger te perseguindo e não estar protegido pelo vidro.

— PAREM DE CORRER, SEUS ARROMBADOS!

Porra! Se eu tivesse um revólver agora isso seria resolvido rapidamente!

O doutor estava cada vez mais perto da gente, a velocidade dele se equiparava ao do sósia que me carregava em seus braços. Ele estava apenas a alguns passos de distância e era como se ele fosse nos atacar a qualquer momento.

Eu estava nervoso e com medo, mesmo com todos meus anos de experiência, era impossível não estar com medo nessa situação, entretanto, a raiva que eu estava sentindo era muito maior. Raiva de mim mesmo, por não poder fazer nada, por estar fugindo e estar sendo protegido. Com a situação da minha perna, eu não era menos que um fardo.

Francis pareceu notar o meu desconforto, sua voz estava ofegante, mas ele tentou me tranquilar.

— Não se preocupe... vamos... sair bem dessa!

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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