Eu não era o único constrangido aqui, a enfermeira ficou tão desconfortável quanto eu depois de ouvir isso.
Alguém me enfia em um buraco, por favor!
A enfermeira tossiu, tentando aliviar o clima constrangedor que ficou e então falou com o maldito ao meu lado.
— Err... Sr. Mosses, o médico virá em instantes para ver se é possível dar mais uma dose anestésica... hã... — Ela parecia querer dizer algo, mas estava hesitando. — Quero dar um conselho, seria bom vocês não fazerem esse tipo de demonstrações de amor em público...
O "Sr. Mosses" ao meu lado, não pareceu nada feliz com o comentário dela, seu sorriso sumiu completamente.
— O você está insinuando, mulher?
A enfermeira pareceu nervosa e balançou as mãos no ar.
— Por favor, não me entenda mal, estou querendo ajudar. Mesmo que o antigo regime tenha acabado, ainda há vários apoiadores e as leis contra o homossexualismo ainda estão em vigor... — ela deu um suspiro triste. — Eu apenas acho uma pena, o amor de vocês parece ser sincero... Apenas evitem demonstrar em público, nunca se sabe se há apoiadores dessas leis.
O doppelganger pareceu entender e logo voltou a sorrir. Eu tinha certeza que esse filho da puta só ficou de bom humor pelo o que ela disse sobre "amor sincero".
— Entendo. Obrigado pelo aviso, senhorita. — ele sorriu radiante.
Neste instante, um homem usando jaleco entrou, ele tinha uma cara sem vida e tediosa. Ele olhou para a enfermeira.
— Esse é o quarto do paciente que você citou?
— Ahn... Sim, doutor!
O doutor assentiu com a cabeça lentamente.
— Entendo, pode parar de vagabundear agora e voltar para o seu trabalho, Cecília.
— Mas...
— Mesmo que não haja muitos pacientes recentemente, não é motivo pra preguiça. Estamos com pouco pessoal, então tente se esforçar.
O rosto da enfermaria chamada Cecília, ficou vermelho de constrangimento.
— Sim. Sinto muito, doutor! — ela saiu as pressas.
A conversa entre eles me deixou intrigado. Poucos pacientes? Pouco pessoal? Pra que raios de hospital esse doppelganger me levou? É raro encontrar um hospital que não esteja lotado de pacientes com a situação pós guerra do nosso país.
O doutor se virou pra mim e se aproximou.
— Você é o paciente que estava reclamando da dor, certo? Não será possível a aplicação de anestésico, pois estamos com falta deles, mas se quiser, podemos tentar um sedativo.
Não me importei muito, eu já estava me acostumando com a dor, mas seria mentira dizer que eu não gostaria de um anestésico. Mesmo assim, eu estava cada vez mais intrigado, um hospital com falta de anestésicos? Eu olhei para o doppelganger ao meu lado com suspeita e apenas então, voltei a olhar para o doutor.
— Tudo bem. Acho que posso aguentar, uma hora a dor some. Já dormi o suficiente ontem, não quero passar o resto do dia dormindo.
O doutor cruzou os braços, enquanto olhava entre mim e o doppelganger. Só então eu percebi que aquela aberração estava segurando a minha mão e a outra estava na minha coxa!
— Que tipo de relação vocês possuem? Parecem ser muito próximos.
Antes que aquele maldito falasse alguma merda, eu disse primeiro.
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The Milkman | That's not my neighbor
Fiksi PenggemarMikhael Krauss é um porteiro em um prédio de segurança máxima do departamento de detecção de doppelgangers. Desde seu primeiro dia de trabalho, ele se apaixonou obsessivamente por Francis Mosses, o leiteiro. Enquanto suspeita de um possível relacio...