Capítulo 11

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Creuseback

★Lívia★

    Me espreguicei, dei um gemido baixo por gostar da sensação.

    Me sentei na cama preguiçosamente e me levantei devagar, fui até meu guarda roupa, peguei uma blusa marrom de frio que mostrava um pouco o colo do peito, só um pouco mesmo. Uma calça jeans escura e coloquei um tênis velho que achei no meu quarto.

    Fui até o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto e passei um batom de cacau nos meus lábios, minha boca ficava rachada muito rápido.

    Fui até a sala, encontrando meu pai no sofá assistindo TV.

    — Não vai trabalhar, vagabundo? — Perguntei brincalhona e fui para a cozinha em seguida.

    — Bom dia, dorminhoca! Vai aonde? — Ele perguntou.

    — Eu perguntei primeiro!

    — Estou de folga e sua mãe está trabalhando, antes que você pergunte — Ele respondeu sem tirar os olhos da TV.

    — Hum... Vou passar na minha faculdade e trancar. Depois vou passar na agência e ver se eu consigo voltar para Orlando — Expliquei.

    Escutei passos até a porta da cozinha , olhei e meu pai me olhou decepcionado.

    — O que foi? — Perguntei enquanto comia um pão seco e colocando um copo d'água na mesa.

    — Pretende voltar para lá? — Ele perguntou — Você não queria ser fotógrafa?

    — E eu quero, mas...

    — Então fique... Não faça isso comigo e com sua mãe — Ele se aproximou e me abraçou. Eu era sensível a essas situações, segurei as lágrimas com todas as minhas forças — Fique, não faça isso com Dinho...

    Dinho... Desde que eu voltei, não esperava conhecer ele, eu esperava apenas dar um tempinho e voltar para Orlando.

    — Quer ser fotógrafa? Eu compro uma câmera, luz e tudo que precisar para você ficar... Só não vá embora, minha filha... — Soltei as lágrimas, era novidade meu pai ficar tão triste assim.

    — Eu... Vou ver hoje... — Falei e continuamos abraçados, ele fazia carinho no meu cabelo, acho que ele estava chorando.

    Logo ele me soltou e saiu da cozinha sem me olhar, ele se trancou no banheiro e eu fiquei ali.

    Parada.

    Paralisada.

    Decepcionada comigo mesma.

    Sequei as lágrimas, bebi um pouco de água e saí de casa.

    Eu andava de cabeça baixa nas ruas, diferente da casa de Cláudio, a casa dos meus pais era perto do centro.

    Eu andava sem olhar para nada, apenas meus pés.

    Meu pai estava certo. Eu não podia fazer isso com o coitado do Dinho...

    — Ei! — Merda... Será um mendigo essas horas? — Xuxu!

Minha Estrela >> DinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora