Capítulo 54

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Agulha

★Lívia★

    — Tem que fazer exame de sangue, para ver se vocês  não usam drogas — Um enfermeiro falou para os meninos.

    — A gente tem cara de que usa drogas? — Sérgio perguntou rindo.

    — Tenho certeza de que vocês são os donos da frase: "Somos contra as drogas, por isso que vamos usar todas para acabar com elas" — O enfermeiro falou rindo e os meninos riram.

    Menos Dinho.

    No momento em que o enfermeiro falou: Tem que fazer exame de sangue. Ele ficou quieto, ele não falou mais nada.

    Toquei no ombro dele e ele estava com uma cara assustada.

    — O que foi? — Sussurrei preocupada.

    Dinho me olhou assustado e olhou assustado para o enfermeiro.

    — Exame de sangue? Tipo... Agulha? — Dinho perguntou gesticulando com a mão.

    — Sim, amanhã cedo vamos fazer um exame de sangue em cada um de vocês, se quiserem doar sangue também...

    — Pra que? E se eu precisar de sangue? Como eu pego o meu sangue de volta? — Dinho perguntou alto.

    — Dinho... — Repreendi ele.

    — Tem medo de agulha, Dinho? — Cláudia perguntou rindo.

    — Eu? Claro que não... — Dinho falou baixo.

    — Não, ele não tem medo, ele tem pavor! Ele morre de medo! — Julio falou e Dinho olhou bravo pra ele.

    — Cala boca aí! — Dinho falou com o seu sotaque.

    — Tudo bem, eu vou vir amanhã às 8 horas, tá bom? Quero que os meninos estejam aqui, sem ter comido nada pesado, sem álcool também — O enfermeiro falou para Aninha e ela concordou com a cabeça.

    — Quem bebe às 8? — Samuel perguntou.

    — Meu tio — Falei e eles riram.

    O enfermeiro sorriu e saiu da casa de Dinho.

    Dinho se levantou e foi para o seu quarto, entrou e fechou a porta.

    — Ih, ele foi chorar — Bento brincou.

    — O que foi? — Dona Célia perguntou entrando na sala.

    — Tia, coloca agulha e o Dinho na mesma frase — Samuel falou rindo.

    — Ai misericórdia... Eu nem vou tá aqui às 8! — Dona Célia falou entrando na cozinha.

    Fui atrás dela e abracei ela de lado.

    — Fica calma, mãe, eu cuido dele — Falei e escutei Marcos rir.

    — Boa sorte então — Ele falou e dona Célia riu.

    Dei uma risada e saí da cozinha indo até a porta do quarto de Dinho, os meninos vieram atrás de mim.

    Bati na porta e silêncio.

Minha Estrela >> DinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora