O melhor presente!

112 10 0
                                    

Amalia

- Está perdida bonequinha!
Pulei de susto quando ele saiu de trás de uma árvore, seu sorriso estava estranho e seus olhos injetados, ele parecia bêbado.

- N..nã..não senhor!
Um calafrio percorreu meu corpo e eu comecei a tremer como se estivesse com muito frio.

- Onde estão seus pais?
Ele lambeu os lábios e aquilo me deu ânsia, a bile se formou em minha garganta, se ele se aproximasse mais eu vomitaria.

Um passo dele mais perto!

Um passo meu para longe!

- Está com medo bonequinha? Eu não vou te fazer mal! - sorriu sádico, seus dentes eram amarelos e sujos.

- Por favor não se..se apro..aproxime..me! - meu queixo batia frenético com o medo.

Mais um passo dele!

Mais um passo meu!

Implorei mentalmente que alguém chegasse naquela hora, mas quem chegaria? eu estava em um bosque fechado e ninguém sabia que eu estava ali.

Ele deu mais um passo e eu me virei e comecei a correr. Meu coração batia acelerado em meu peito e minhas pernas estavam quentes com o esforço, a qualquer momento eu cairia e ele me alcançaria.

- Espere bonequinha! - ele ria enquanto me perseguia.

Seus passos pesados faziam um barulho alto nas folhas secas pelo chão, aumentando a angustia em meu corpo, ele estava perto, muito perto, meus gritos de socorro ecoavam pelo bosque denso enquanto eu corria pela minha vida. Meus pulmões começaram a falhar e eu comecei a hiperventilar tentando buscar mais ar, tentando correr mais rápido.

- Eu estou perto bonequinha! - ele gargalhou, sua respiração estava pesada devido ao esforço.

Aquilo era uma brincadeira para ele, ele estava se divertindo correndo atrás de mim, sua risada diabólica ecova em meus ouvidos como a trilha sonora de um filme de terror! Eu não conseguia mais correr, a falta de ar e minhas pernas doendo começaram a fazer minha cabeça rodar. Minha visão foi ficando turva e escurecendo, então meu corpo pesou eu cai com tudo no chão, meu joelho e cotovelos ardiam como um inferno, me levantei rápido antes que ele chegasse perto, mas a tontura me atingiu e eu cai de novo batendo a cabeça com força.

Ele parou de correr e começou a andar devagar, o som de seus passos ecoavam em meus ouvidos junto das batidas do meu coração e o som da minha respiração pesada enquanto eu tentava puxar ar para meus pulmões. As lágrimas caiam do meu rosto sem parar e a escuridão começou a tomar minha visão. Então ele parou por cima de mim, com seu sorriso sádico, enquanto tentava controlar a respiração.

- te peguei bonequinha!

...

O susto me fez sentar na cama, meu corpo tremia enquanto meu coração batia com tanta força que doía. Abracei meu corpo tentando controlar a adrenalina que passava por minhas veias e deixei as lágrimas cairem em silêncio, minha avó dormia na cama ao lado da minha e eu não queria acordá-la.

Já faziam dois meses desde que os pesadelos eram constantes, era assim todas as vezes que meu aniversário estava perto! Eu só queria ter paz, esquecer tudo o que aconteceu, mas eu sabia que não aconteceria, não nessa vida, eu nunca teria paz enquanto vivesse, para não esquecer o que eu fiz, a minha culpa!

Meu corpo acalmou e eu suspirei devagar, o relógio marcava três da manhã, eu tinha dormido apenas duas horas. Levantei e fui em direção ao banheiro tomar um banho quente. Deixei que a água lavasse minhas lágrimas que corriam sem controle por meu rosto. Terminei o banho e vesti uma roupa leve, fui até a escrivaninha e voltei a estudar, ocupar minha mente seria a melhor coisa a se fazer, ja que eu sabia que não dormiria mais.

Redenção de um cretino irresistível - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora