A síndrome de Estolcomo!

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Carlos

Eu já estava na porta do hotel em que ela estava hospedada a mais de doze horas! Estacionei o carro do outro lado da rua e fiquei, não sabia porque tinha ido, mentira, eu sabia! Queria pedir perdão a ela, implorar para ela ficar comigo e para me deixar cuidar dela! Mas era tarde demais, Amália estava muito magoada comigo. Ela esperou que eu fosse atrás e eu não fui, coloquei a minha dor como prioridade e a deixei sozinha! 

Acordei com alguém batendo na janela do meu carro e abri os olhos assustado! Amalia me olhava com raiva e fez sinal para que eu abrisse a porta do carro. Abri e ela entrou, olhei a hora e passava das duas da manhã.

- Porque está parado aqui na frente tanto tempo?

- O quê?

- Eu vi quando você estacionou aqui Carlos! - suspirou impaciente - veio terminar suas ofensas? - Arqueou a sobrancelha com raiva para mim.

Meu coração bateu descompassado ao ver como ela estava bonita e o qianto eu sentia saudade dela! Ele já estava acelerado desde quando ela entrou no carro, e sei que é errado, mas meu pau pulsava na calça. Amalia me fazia sentir tanta coisa misturada que eu me esqueci até como respirar. 

- Bom, se você não vai falar nada, por favor vá embora! - Amalia fez menção de sair mas eu segurei em seu braço a fazendo me olhar com o cenho franzido. 

Eu sabia que ela também sentia minha falta, seu corpo não negava, assim que a toquei ela arrepiou e tremeu, e seus olhos dilataram,  mas não podia forçá-la a mim novamente, nunca mais faria isso!

- Eu... - suspirei, a soltei e passei a mão em meus cabelos, estava nervoso e com medo de falar uma besteira - Eu quero pedir perdão a você,  Amália! - meus olhos marejaram - Eu fui um canalha, um filho da puta desgraçado e sei que não mereço você! Sei que não tem justificativa para tudo o que eu te fiz passar e que não tem como voltar ao passado e concertar nada! - os olhos dela encheram de lágrimas e eu tentei conter as minhas! 

- Carlos por favor! - ela pediu angustiada.

- Por favor me deixe falar! - pedi e tentei controlar minha voz - Preciso explicar o porque não fui atrás de você na irlanda - falei rápido  - Você me contou seus traumas e eu fui um desgraçado e a deixei sozinha, mesmo sabendo que você precisava de mim! - Suspirei.

Contei a ela tudo, desde o começo, até a carta da minha mãe! Minha intenção não era convencer Amalia a me perdoar, por pena da minha triste história, eu não aceitaria isso dela, não suportaria! Só queria que ela soubesse que eu também tinha meus traumas a serem resolvidos. Mary falou que eu precisava colocar Amália em primeiro, mas eu não iria conseguir cuidar dela sem tratar dos meus traumas primeiro! Só iria machucá-la ainda mais.

- Meu deus carlos, eu não imaginava isso! - Amalia tinha chorado junto comigo.

- Eu sinto muito não ter ido até você depois Amalia! Eu estava tão afundado em minha própria dor, que não via você! Não via nada! Só queria que você soubesse que eu entendo a sua dor!

- Não você não entende! - Amália riu em meio as lágrimas.

- É claro que sim Amalia, eu passei pela dor assim como você! Nós dois fomos vítimas, não temos culpa!

- Eu tenho Carlos! - ela me olhou angustiada.

- O quê? É claro que não! Você fo..

- Eu menti tá legal? - Amalia gritou me olhando angustiada - eu gostava daquilo! 

- O quê?

- Eu... eu sentia prazer com aquela tortura! - amalia desviou os olhos de mim, as lágrimas caiam ambundantes por seu rosto  - Eu gostava quando ele me tocava, quando... meu deus! - engoli em seco ouvindo o que ela dizia. - Eu não  fiquei internada na clínica pelo traumas do sequestro, mas porque eu sentia falta dele! Do que eu sentia com ele! - Amália não me olhava, talvez sentia vergonha por dizer aquilo para mim - Eu preciso ir!

- Amalia,olhe para mim? - segurei em seu braço a impedindo de sair - Por favor? - insiti e ela me olhou, seus olhos estavam tão angustiados que me angustiaram também - Não foi sua culpa! Você era uma criança, estava em choque, foi abusada! Isso se chama síndrome de Estolcomo, quando a vítima passa a ter uma ligação emocional com o seu sequestrador. - Eu tentava explicar, mas minha cabeça estava uma bagunça e meu peito doía ao vê-la tão vulnerável. - Venha aqui! - a chamei para o meu colo e ela me olhou indecisa - Não vou fazer nada eu prometo, só quero te abraçar e cuidar de você!

Amalia veio, sentou de lado em minhas pernas e se aninhou em meu colo. Eu a abracei apertado, acariciei seus cabelos e a ouvi chorar baixinho, deixei que as lágrima caíssem por meu rosto. Amalia passou por tudo aquilo sozinha, guardou para si seus segredos e desejos, não teve ninguém que a ouvisse e a ajudasse a se curar daquilo! Só a terapia não ajuda, é preciso ter alguém em quem confiar, pessoas próximas, que possam ouvir sem opiniões ou conselhos, apenas ouvir, apenas estar lá ao lado!

Algum tempo depois, Amalia parou de chorar e me olhou, seus olhos verdes estavam inchados, assim como os meus. Eu queria falar, tinha muito mais para falar ainda, mas resolvi me calar! Ela estava vulnerável agora, se me perdoasse seria por conta dos sentimentos que estava sentindo naquela hora e talvez depois se arrependesse.

- Eu preciso ir! - Sua voz saiu rouca.

Os olhos dela olhando minha boca fizeram meu pau crecer em sua bunda, e ela se remexeu me fazendo suspirar.

- Me desculpe! Não consigo me controlar com você se mexendo assim! - a olhei sério.

- Eu preciso ir! - ela repetiu.

Tive que me esforçar para controlar o impulso de tomar sua boca que estava tão perto da minha.

- Vá Amália! - susurrei - Não quero que faça nada pela emoção do momento! Quero que você me queira, que venha para mim por vontade própria! Sem segredos, ou dúvidas, quero você por completo, com tudo que vier com você! Quero te ajudar a superar seus medos e traumas, ficar ao seu lado em todos os momentos, sem despedidas! - Amalia se ajeitou em meu colo e ficou com o rosto em frente ao meu, me olhando séria, coloquei minhas mãos em seu rosto e continuei - quero te ter em minha vida e pelo resto dela e mesmo que em algum momento você me odeie, eu juro que vou continuar lá, ao seu lado! Vou me arrastar aos seus pés e deixar que pise em mim o quanto quiser! Serei seu porto para onde você pode voltar e sua bateria onde você pode recarregar suas energias! Então leve o tempo que for para voltar para mim, eu vou te esperar pelo tempo que for, eu prometo! 

- Eu não sei se posso Carlos! Não confio em você! - suas palavras me doeram mas eu merecia aquilo.

- Eu sei Amália, e sei que mereço isso, mas eu vou mostrar a você que minhas palavras são verdadeiras! Eu amo você Amalia, tanto que dói e meu coração é seu, enquanto ele bater e mesmo depois de parar, só irá pertencer a você e eu vou esperar que você volte para mim! Eu prometo! - Falei sério para ela entender que minhas palavras eram verdadeiras. - Agora vá! 

Amália me olhou emocionada e indecisa se ia ou se ficava, mas insisti para que ela fosse e ela saiu e entrou no hotel. Eu não sabia se ela voltaria para mim, mas eu esperaria e mesmo se ela não voltasse, eu esperaria!

...



Então o que acharam desse capítulo?

Estamos perto do fim :(

Tô pensando em um fim trágico: Que tal eu matar ele e deixar a Amalia livre? Ou visse versa? Hihihi!

Dá estrelinha pá tia!

;)

Redenção de um cretino irresistível - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora