Cloe 🌸
Não sei o que deu em mim, mas me senti segura com Miguel. Depois do ocorrido na cozinha fomos para a sala e assistimos um filme.
- eu já vou - falou assim que o filme terminou.
- ah tá bom - falei, eu queria mesmo era que ele ficasse.
- a não ser que você queira que eu fique - falou me olhando.
- ah...é...não pode ir, já está tarde - falei gaguejando.
- Já falei, mas vou falar de novo, primeiro; você mente muito mal, segundo; não precisa ter medo de mim e terceiro; você quer que eu fique, coelhinha? - falou com calma.
- sim - disse num sussurro.
- ah que ótimo - falou se levantando - vem, vamos deitar - falou esticando a mão para mim.
Subimos para o quarto e ele tirou a calça e ficou só de boxe. E que corpo meus queridos, que corpo. Um deus grego.
- gostou - falou e só aí eu percebi que estava olhando demais.
- ah...é....o que? - ele negou com a cabeça e se deitou me puxando para deitar em seu peito.
- boa noite, coelhinha - falou baixo.
- boa noite, Miguel - falei e adormeci rapidamente.
•••
Acordei e a cama estava vazia, me levantei e fui ao banheiro, escovei os dentes e desci.
- bom dia, coelhinha! - disse Miguel quando cheguei na cozinha.
- bom dia - falei e me sentei na banqueta.
Ele estava de costas mexendo em algo no fogão que provavelmente é ovo mexido, e está só de boxe. Enquanto ele mexe na panela, vejo os músculos das suas costas se contraindo.
- sabe coelhinha, eu acho que já é a segunda vez em que fica olhando assim pra mim, vou achar que quer uma foto - falou me fazendo corar.
Ele se virou e pegou dois pratos e colocou os ovos, pegou suco de laranja e tbm colocou para mim.
- já falei que fica linda com vergonha? - falou sentando.
- não tô com vergonha - falei bebericando o suco.
- ah claro que não - falou debochado - vou ter que sair agora, quer carona para o trabalho? - perguntou.
- sim, vou me arrumar - falo me levantando e levando o prato na pia e subindo correndo.
- não demora - gritou.
- vou tentar - gritei de volta.
Entrei no quarto e fui ao closet, peguei uma roupa e fui tomar banho. Terminei o banho e me vesti como não lavei o cabelo, fiz uma trança e uma make básica, passei o perfume e desci.
- vamos? - falei pegando a bolsa no sofá.
- vamos - ele já estava vestido com a mesma roupa de ontem.
Saímos de casa, fechei a porta e fomos para sua moto.
- você sabe dirigir, coelhinha? - perguntou pegando os capacetes e me entregando um.
- moto? - ele assentiu - sim, sei - não menti, sei mesmo pilotar uma moto.
- quer pilotar? - perguntou sorrindo.
- quero - falei animada, ele me jogou a chave.
Eu subi na mesma, ele subiu atrás e me agarrou.
- só na mata a gente tá, sou novo demais para morrer - falou meio alto.
- se morrermos, vamos pro inferno juntos - repito sua frase de ontem e liguei a moto.
Saí nas ruas do condomínio e quando cheguei no portão, abri o mesmo e acelerei na rua deserta e passei todos os sinais vermelhos. Chegamos na frente do hospital, ele saiu da moto e em seguida eu tbm.
- coelhinha, nunca mais vou deixar você pilotar uma moto - falou ajeitando o cabelo.
- ah qual é, foi divertido, não foi - falei pegando minha bolsa.
- a gente quase morreu, Cloe! - exclamou.
- não gosto quando me chama de Cloe - falei cabisbaixa.
- ok, coelhinha - se apoiou na moto - tchau? - falou.
- tchau, Miguel - o abracei.
- não pode me chamar pelo meu nome na rua, coelhinha - falou olhando pros lados.
- te chamo de que então? - falei cruzando os braços.
- meu nome na máfia é Chefão, mas só se você quiser pode criar um apelido pra mim, né? - falou tbm cruzando os braços.
- hmm, tá, vou pensar - falei me afastando.
- tchau, coelhinha -falou subindo na moto.
- tchau - acenei e entrei no hospital.
Fui ao vestiário e vesti meu jaleco.
Bora ao trabalho.
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