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Cloe 🌸


Miguel deu um beijo na minha testa e se levantou da cama.

- tá com fome? - me perguntou.

- acho que não, por que? - deitei na cama de bruços e fiquei balançando as pernas.

- vamos ao mercado? - eu assenti.

Me levantei, vesti uma roupa descente e saímos de casa em direção ao mercado.

Ele parou o carro e eu saí e ele veio ao meu lado colocando a mão na minha cintura.

- o que vai comprar? - pergunto e ele aperta minha cintura.

- porra, esses cara não param de te olhar - falou com o semblante fechado.

- mas só você vai me ter no final da noite - eu sorrio e ele aperta mais ainda minha cintura.

- posso quebrar a cara deles? - perguntou.

- não, não pode - ele revirou os olhos - o que veio comprar, amor? - pergunto novamente.

- amor é? - fecho a cara - vou fazer umas coisas - assinto.

Pegamos algumas coisas, ele pagou e entramos no carro, o caminho de volta foi em um silêncio perturbador.

Ele estava com a mão na minha coxa, euentia que estava nervoso e pensativo pelo jeito que apertava ela.

- Miguel? - chamo ele quando paramos no sinal.

- eu - respondeu olhando para frente.

- o que tá acontecendo? E nem tenta mentir pra mim - ele me olha com os olhos preocupados.

- eu vou em uma missão daqui alguns dias, mas não quero deixar você sozinha - fala olhando para frente.

- por que não me falou antes? - pergunto segurando sua mão.

- não queria te preocupar com bobeiras, coelhinha - aperto sua mão.

- não é bobeira, amor. Devia ter me falado antes, nunca mais faz isso, tá? - pergunto e deixo um beijo na sua mão.

- tá, eu vou demorar bastante tempo lá - volta a dirigir.

- quanto tempo? - vejo que estamos entrando no condomínio.

- 2 meses - fala baixo.

- c-como? 2 meses? Tipo 8 semanas? - falo surpresa.

- é, dois meses, tipo 8 semanas - confirma.

Fico em silêncio, ele estaciona na frente de casa e saio do carro sem dizer nada, ainda estou processando tudo isso.

Não queria que ele fosse, mas é o "trabalho" dele, eu sabia que isso poderia acontecer desde o início e não queria aceitar.

Entro em casa e subo as escadas direto para meu quarto, entro fecho a porta e me sento na cama abraçando os joelhos.

Escuto a porta de entrada abrir e fechar, escuto passos na escada e a porta do quarto abre, ele entra a se senta na minha frente.

- amor, não fica assim, por favor. Vai passar rápido - meus olhos já estavam marejados.

- e se acontecer alguma coisa com você? Por favor não vai - choramingo.

- não vai acontecer nada, eu vou ficar bem - me puxa para um abraço - não vai acontecer nada, querida. Prometo - acaricia minhas costas.

- eu vou sentir tanto sua falta. Vai quando? - pergunto baixo.

- semana que vem, na quarta talvez - responde no mesmo tom - vamos, vou fazer um jantar bem gostoso - me puxa da cama.

- o que vai fazer? - pergunto quando saímos do quarto.

- você vai ver - fomos para a cozinha.

- a Becca tá acordada? - pergunto me sentando em cima do balcão.

- não sei e sai do balcão, vou usar ele - me tira dele.

- chato, vou lá ver - saio e vou para o quarto que ela está ficando.

Entro e vejo ela brincando com o Lucca com uns carrinhos hot Wheels.

- chegamos - falo entrando.

- oi, tia Cloe - vem me abraçar.

- vamos ficar lá na cozinha? Vou te ensinar algumas coisas, pequena - eles concordam e vamos pra lá.

Chego lá e vejo Miguel sem a camisa, pegando algumas coisas nos armários, pego um livro infantil que tenho em casa e começo a ensinar coisas básicas para a Rebecca.

Lucca está mexendo no celular e sorrindo sozinho, Miguel fazendo alguma coisa, acredito que seja alguma massa, e eu escutando Becca ler algumas palavras.

- ei cara, tá rindo pra quem? - Miguel pergunta pra Lucca.

- eu? Ninguém ué - dou uma risada em reprovação.

- eu dizia a mesma coisa, e acredite se quiser hoje estou namorando - fala sarcástico.

- eu conheci umas pessoas no shopping, elas são legais - fala sem importância.

- pessoas ou pessoa - pergunto me divertindo.

- ah não começa, Cloe - fala desligando o celular.

- ok, parei - falo levantando as mãos em rendição.

Um tempo depois chega uma notificação no celular de Lucca, mas pela distância não consigo ler.

- tia - Rebecca me chama.

- o que? - pergunto.

- eu li no celular do tio Lucca, e tava escrito "princesinha" e dois corações - fala meio alto.

- Rebecca! - Lucca a repreende.

- nem fiz nada ué, tô queita aqui - se defende.

- sua pilantrinha - começa a fazer cosquinhas nela.

Dou risada junto dela e de Miguel que continua fazendo as coisas, chego até a molhar vendo ele sem camisa na minha cozinha.

- o que foi? - pergunta quando percebe que estou o encarando.

- nada, só vou sentir falta de ver você - dou um meio sorriso.

- eu também vou, coelhinha - me dá um beijo na testa.

- o irmã, deixa eu te perguntar uma coisa? - Lucca fala comigo.

- sim? - falo desconfiada.

- esse apelido aí, é por que vocês transam igual coelhos? - pergunta e arregalo os olhos.

- Lucca! Pelo amor de Deus, a criança aqui, seu tonto - Miguel da risada.

- pode ter certeza que sim, cara - ele responde por mim.

- só não vai engravidar minha irmã - fala rindo também.

- mudem de assunto, por favor - peço.

Ele dão risada e continuam falando de carros, motos e não sei o que.

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⏰ Última atualização: Sep 08 ⏰

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