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Cloe 🌸

Ele tirou uma caixinha do bolso e ajoelhou na minha frente.

- namora comigo? Aceita ser minha? - falou.

Meus olhos encheram de lágrimas e percebi que ele tremia.

- Miguel, eu não posso - ele arregalou os olhos - mas viver sem você, é claro que sim, mil vezes sim - sorri.

Ele soltou o ar que nem percebi que prendia e se levantou, colocou a aliança do meu dedo junto do anel solitário e fiz o mesmo com ele.

- te amo, coelhinha - encostou a testa na minha.

- te amo, cachorrinho - ele se afastou e deu um beijo na minha testa.

Beijei seu queixo e ele sorriu satisfeito com o que acabara de acontecer.

A cabine desceu e saímos do brinquedo à procura das duas crianças.

- ali - Miguel apontou para uma das barraquinhas.

Olhei naquela direção e vi Rebecca sentada num balcão com uns cinco ursinhos nos braços e Lucca pegando mais um.

- meu Deus - falei pausadamente.

- só estão se divertindo - Miguel falou ao meu lado.

Fomos na direção deles e paramos em frente aos dois, cruzei os braços e levantei uma sobrancelha.

- jura? Tudo isso? - apontei para os milhares ursos.

- pegamos pra vocês também - Lucca falou.

Ele virou pra Rebecca e pegou um coelhinho rosa e um cachorrinho marrom, virou de novo e me deu o cachorro e o coelho deu para Miguel.

- gostei - Miguel falou sorrindo.

- já querem ir? - perguntei mudando de assunto.

- quero ir no shopping - Lucca falou.

- vamos, da isso tudo pro tio Lucca, Becca - ela entregou os ursinhos.

Peguei ela no colo e fui andando em direção ao carro, Miguel abriu a porta pra mim, e entrei com Rebecca no colo.

Lucca foi atrás, Miguel entrou no carro e ligou o mesmo, indo em direção ao shopping.

No caminho reparei que Rebecca dormiu em mim.

- vamos deixar você aí e vamos pra casa tá? - falei olhando pro Lucca no retrovisor.

- tá bom - deu de ombros.

Miguel parou em frente ao shopping e Lucas saiu.

- toma cuidado - falei e ele revirou os olhos.

- tá - virou de costas e entrou no shopping.

Suspirei e ajeitei a pequena no meu colo, olhei para o Miguel que já me olhava.

- o que foi? - perguntou e olhou para frente.

- em casa a gente conversa - sorri fraco.

Encostei a cabeça na janela e fiquei olhando para fora, Miguel parou na frente da minha casa.

Ele saiu, deu a volta e abriu a porta, saí do carro e ajeitei a Becca com ela resmungou.

Miguel abriu a porta de casa e eu entrei subindo direto para o quarto que Rebecca estava ficando.

Coloquei ela na cama e fiz uma barreira de travesseiros em volta e a cobri com uma manta.

Sai do quarto e fechei a porta, dando de cara com o Miguel.

- que susto, meu Deus - falei colocando a mão no peito.

- foi mal, sobre o que queria conversar? - me puxou para o quarto.

- senta - apontei pra cama e fechei a porta.

- fala logo - falou.

- o dia em que eu matei o Victor você perguntou onde eu tinha aprendido aquelas coisas certo? - me sentei.

- sim - encostei na cabeceira.

- eu vou falar agora, mas preciso que você não me enterrompa tá? - ele sentou de frente pra mim.

- tá - falou apressivo.

- a alguns anos eu descobri que meu pai é dom da máfia Russa e ele me obrigou a me relacionar com o Victor, de começo eu não aceitei, mas ele ameaçou o Lucca de morte, e eu aceitei na hora. O motivo desse relacionamento era por causa da família do Victor que é fornecedora de armas e drogas, só que no meio do plano eu me apaixonei por ele, e meu pai ficou sabendo e me tirou de casa e eu vim pra cá. Depois de um tempo ele começou a ficar abusivo, mas eu estava cega de amor e não via o mal que ele estava fazendo a mim. - dei uma pausa e retomei  - só que eu conheci você e me apaixonei - dei um sorriso bobo - e terminei com ele, e eu queria que soubesse disso por que eu sei, que, o meu pai e os homens dele que mataram sua mãe, Miguel - falei baixo - e eu não queria que você me deixasse por isso, me desculpa, por favor - uma lágrima caiu dos meus olhos.

Ele continuava me encarando incrédulo e eu via fúria misturada com tristeza nos seus olhos.

- desculpa - murmei abaixando a cabeça.

Miguel se aproximou e me abraçou, retribui e senti meu vestido molhar.

- vem - me afastei um pouco.

E me deitei na cama e puxei ele para meu peito, ele ficou chorando baixinho por muito tempo até dormir.

Fiquei fazendo carinho no seu cabelo a senti meus olhos pesarem e dormi.


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