Capítulo 9.

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Não me abandone jamais.

Ao adentrar a floresta em busca de Apollo, tento disfarçar minha ansiedade e preocupação. Onde estaria ele? Por que não estava ao meu lado?

O sentimento avassalador de preocupação me domina enquanto continuo meu caminhar. Até que, após algumas horas, avisto Apollo cercado por mulheres, ou lobas, ou sei lá o que eram. Meu coração se aperta ao vê-lo tão à vontade na companhia delas. Uma sensação estranha toma conta de mim, uma mistura de desconforto e ciúmes. Por que ele está com elas? Por que não estava comigo? Apollo percebe minha presença e se despede das mulheres com um sorriso, mandando um beijinho para elas. Meu estômago se revira ao vê-lo agindo de forma tão descontraída.

— Vampirinho! Que saudades! Melhorou? — Apollo diz com entusiasmo, enquanto minha expressão é emburrada.

— Sim. — Respondo secamente, tentando esconder meus sentimentos.

— Iihh... ficamos um dia separados e você já deixou de me amar? — A provocação de Apollo me atinge em cheio, e antes que eu possa controlar minha língua, respondo com palavras rudes.

— Eu não te amo! De forma alguma, quem amaria você? — A resposta sai mais áspera do que eu pretendia, e imediatamente me arrependo.

— Oh, calma vampirinho. Desculpe… não devia ter pressionado seus nervos assim. - seu sorriso é gentil, mas eu me contorço interiormente, questionando por que ele está se desculpando quando a culpa é minha. Por que fiquei irritado ao vê-lo com aquelas mulheres?

— Não... não se desculpe, okay? Não peça desculpas, de forma alguma! — Respondo, tentando disfarçar minha inquietação. — Me diga, quem eram… aquelas lobas meio mulheres ou algo assim?

Aquela pergunta me faz arrepender instantaneamente. Apollo começa a falar delas com tanta alegria, descrevendo-as como lindas, perfeitas... "gostosas"? Sinto um aperto no peito ao ouvi-lo falar, e começo a me comparar com aquelas mulheres bonitas. O que elas têm que eu não tenho? Por que comecei a pensar que Apollo poderia me amar? A imagem dele me segurando nos braços passa pela minha mente, e a ideia de ser amado por ele parece linda, mas ao mesmo tempo, impossível. Eu não sou o tipo de amor que ele procuraria.

— Ei, meu vampirinho bobo! Vamos, tem umas frutinhas boas aqui por perto, podemos comer algumas! — Apollo sorri, estendendo a mão para mim.

Suspiro, voltando à realidade. Apollo é um lobisomem mulherengo, nunca me amaria. Mas por que comecei a pensar que ele poderia? Por que me importo tanto com isso?

Pego a mão de Apollo e saímos dali correndo, fui, tentando afastar esses pensamentos perturbadores. Seja como for, Apollo é meu amigo, e isso é mais do que suficiente. Eu espero…

A Benção da Lua de Prata.Onde histórias criam vida. Descubra agora