Capítulo 19.

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Confissões Sob a Lua.

Sentados lado a lado, com as mãos entrelaçadas, nós compartilhávamos um silêncio reconfortante. Era como se nossas almas estivessem em sintonia, sem a necessidade de palavras para expressar o que sentíamos. Mas eventualmente, fui eu quem quebrou o silêncio.

— Apollo, você já se apaixonou antes? - Perguntei, curioso para conhecer mais sobre o passado amoroso do meu amigo.

— Oh, eu? Sim, algumas poucas vezes… minha primeira vez foi uma garota e a segunda com um rapaz! A terceira digamos que eu só beijei o lobisomem e nunca mais vi. - Ele respondeu, com uma mistura de nostalgia e despreocupação em sua voz.

— Uau. Você já é bem experiente… - Ri timidamente, sentindo-me um pouco inseguro com minha própria falta de experiência nesse assunto.

Apollo apertou minha mão suavemente.

— Agora, quantos você já beijou? - Ele perguntou, sua curiosidade genuína evidente em seu olhar.

— Muito poucos, nenhum eu diria. Não tive tempo para me apaixonar. - Respondi, admitindo minha inexperiência com uma mistura de constrangimento.

A inclinação suave da cabeça de Apollo e o movimento de suas orelhas indicavam confusão diante da minha resposta.

— E se eu… te beijasse? - Ele sugeriu, fazendo-me corar instantaneamente.

— Ah, Deus…! - A resposta escapou de meus lábios, minha mente em turbilhão diante da proposta inesperada.

Apollo riu da minha reação, uma risada leve e divertida que fez meu coração acelerar.

— Um beijo de "vampiro" sabe? No pescoço. - Ele esclareceu, provocando um arrepio involuntário em minha espinha.

Suspirei, recuando um pouco e encolhendo minhas pernas, ponderando sobre sua proposta audaciosa.

— Você beijou tantos… mas me ofereceu um beijo, por quê? - Questionei, buscando entender suas motivações por trás desse gesto tão íntimo.

— Uma razão tão tola, receio. Eu só quero beijar você. - Sua resposta simples ressoou em meu coração, tocando uma parte de mim que eu mal sabia que existia.

A ideia de um beijo em meu pescoço me deixava nervoso, mas ao mesmo tempo aquecia meu coração com uma sensação reconfortante de pertencimento.

— Por favor! É só um! Eu prometo! - Apollo insistiu, seu olhar suplicante e seu sorriso travesso revelando a alegria infantil que ele ainda mantinha.

— Só… um. Um só! - Concordei finalmente, oferecendo-lhe uma abertura em meu pescoço para ele se divertir.

Apollo não hesitou; com um sorriso radiante e a cauda balançando animadamente, ele aproximou-se e depositou um beijo suave em meu pescoço. Senti um arrepio percorrer minha espinha e um calor se espalhar por todo o meu corpo, enquanto uma sensação indescritível de felicidade e conforto me envolvia.

— Idiota… - Sussurrei, empurrando-o levemente, mas incapaz de conter o sorriso que se formava em meus lábios enquanto o abraçava.

A Benção da Lua de Prata.Onde histórias criam vida. Descubra agora