Capítulo 10.

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No Calor da Noite.

Sentado em frente ao rio, deixei-me envolver pela serenidade da noite e pela suave luz do luar. Era um ritual que repetia todas as noites, uma forma de encontrar paz em meio ao caos que era minha vida. Em um momento de descuido, Apollo apareceu e me abraçou. Não éramos tão afeitos a demonstrações de afeto, especialmente eu, que sempre desgostei de toques. Mas o abraço quente de Apollo me envolveu de tal forma que não pude me afastar.

— 'Être inférieur', o que faz aqui? E qual sua justificativa para este abraço? — Questionei, acariciando suavemente o antebraço de Apollo, puxando seus pelos calmamente.

— Eu... estou tão sozinhooo... — Apollo resmungou, escondendo o rosto no meu ombro. Senti minhas bochechas corarem levemente diante da sua proximidade.

— Bem, aquelas lobas podiam te fazer companhia. Por que veio até mim? — Indaguei, tentando manter a compostura.

— Eu não preciso delas. Eu só quero você… me dê só um pouquinho de carinho e eu estarei satisfeito. — Apollo implorou, suas palavras "vulgares" fazendo-me corar ainda mais.

— Você não tem... vergonha de pedir a um homem isso? — Tentei amenizar o constrangimento ou até mudar de assunto.

— E daí? Eu não tenho vergonha de pedir isso para você. — Sua resposta direta me surpreendeu, mas também tocou algo dentro de mim.

Logo após suas palavras, Apollo me empurrou contra uma árvore e se deitou sobre meu colo, apoiando a cabeça em meu peito.

— Só… faça carinho, me dê alguns chamegos… eu preciso tanto disso. — Apollo disse com uma expressão tão inocente que não pude resistir.

— Seu 'idiot'! Não tem nenhuma ética em me pedir coisas assim! — Exclamei, com um pouco de meu sotaque francês escapando.

Mesmo relutante, comecei a acariciar as orelhas de Apollo, seus cabelos, suas bochechas. Aos poucos, me permiti ceder aos pedidos dele. Até que, com uma mistura de timidez e coragem, beijei suavemente sua bochecha. Apollo não deixou passar despercebido.

— Seus lábios são macios. Macios e frios! — Ele disse, provocando-me com um sorriso travesso. — Faça isso de novo…

— O-Oh... cale-se. — Gaguejei, tentando esconder minha timidez.

Em um momento de silêncio, segurei delicadamente uma mecha de seu cabelo e dei-lhe outro beijo rápido, antes de retomar os carinhos. Percebi que beijar sua bochecha era demais para mim, mas também era algo que eu secretamente ansiava. Apollo riu da minha reação, provocando-me ainda mais com sua ousadia e inocência. Por mais esnobe que eu tentasse parecer, ele conseguia desarmar minhas defesas com sua sinceridade e carinho. Idiota pulguento.

A Benção da Lua de Prata.Onde histórias criam vida. Descubra agora