Capítulo 20.

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Uma Casa Tão Bonita.

Nosso momento de despedida estava chegando, e mesmo que a noite tenha sido repleta de risadas e ternura, sabíamos que logo teríamos que nos separar.

— Ei meu vampirinho. Amanhã, no mesmo lugar de sempre? - Apollo segurou minhas mãos com firmeza, seus olhos transmitindo a familiar centelha de alegria e expectativa.

— No mesmo lugar de sempre meu pulguento. - Respondi com um sorriso suave, sentindo uma onda de conforto ao olhar para ele.

Por alguma força inexplicável, nossos rostos foram se aproximando lentamente, nossos lábios a meros centímetros de distância. Era como se o tempo tivesse parado, e todo o universo conspirasse para este momento único entre nós.

Mas antes que nossos lábios pudessem se encontrar, o som repentino de tiros e flechas perfurou o ar, interrompendo nosso momento. Éramos caçados. Agarrando a mão de Apollo, corremos juntos, desviando-nos desesperadamente das balas e flechas que voavam em nossa direção. Por um instante, nos separamos, seguindo caminhos distintos na tentativa de despistar nossos perseguidores. No entanto, os caçadores pareciam determinados a capturar Apollo, pois todos os malditos seguiram seu rastro.

Encostando-me em uma árvore próxima, o desespero começou a se manifestar dentro de mim. Meus pensamentos se tornaram um turbilhão de preocupação e culpa, questionando se as coisas seriam diferentes se fosse eu no lugar de Apollo. Eu estava cansado, fisicamente e emocionalmente exausto. Tudo o que desejava era uma vida tranquila, uma vida ao lado de Apollo, onde pudéssemos ser felizes juntos. Mas agora, o silêncio era ensurdecedor, interrompido apenas pelos soluços que escapavam de meus lábios. Eu era um vampiro chorão, uma criança que não soube crescer. E, no entanto, meu coração doía com a ausência de Apollo. Sem ele, minha vida parecia vazia e sem propósito.

Prometi a mim mesmo naquela noite desesperada que não viveria sem Apollo. Implorava silenciosamente por sua segurança, rezando para que alguém o salvasse. Eu sabia que não era digno de seu amor, mas sem ele, eu seria apenas uma casca vazia, à mercê da solidão e do desespero.

A Benção da Lua de Prata.Onde histórias criam vida. Descubra agora