Capítulo 13.

9 0 1
                                    

Posso tentar de novo? E de novo? E de novo?

Eu estava sentado no sofá de minha mansão, cercado pelo vazio que minha própria confusão havia criado. Meu pai me encontrou ali, chorando em frente à casa, e as perguntas começaram a vir, incessantes, invasivas, cruéis. Ele queria saber o que havia acontecido, mas eu não via motivo para responder. Minhas respostas eram curtas, evasivas, pois o que adiantaria contar a ele sobre meus problemas com Apollo? Só causaria mais dor, mais problemas. Suspirei, sentindo uma enorme sensação de vazio me envolver. Como eu pude ser tão tolo a ponto de desabafar tudo com Apollo? Como pude arruinar nossa única amizade? Perguntas como essas ecoavam em minha mente, me amaldiçoando constantemente. Eu não tinha mais motivação para sair de casa à noite, exceto pela necessidade de caçar comida, e até mesmo isso se tornou um fardo. Meu pai, rigidamente, me "expulsou" da casa para cumprir essa tarefa, e a única razão pela qual eu estava vagando pela noite era por isso. Longas horas de caminhada se passaram, e eu me encontrava sozinho, perdido em meus próprios pensamentos.

Em um momento, considerei voltar para casa, enfrentar as consequências do que acontecera, mas o medo das repercussões me impediu. Então continuei caminhando, até que me deparei com ele, o único ser que eu menos queria ver. Apollo. Ele imediatamente me reconheceu e correu em minha direção, mas antes que eu pudesse fugir, ele me segurou.

— Aaron... por favor, não vá… por favor. Eu te imploro. — Sua voz soou trêmula, cheia de desespero.

— Eu... — Eu comecei, minha voz suave. — Nós não temos nada para conversar.

Foram palavras duras, mas precisas. Eu não sabia como lidar com o que quer que Apollo tivesse a dizer. Na verdade, eu mal sabia como lidar com as emoções que eu mesmo estava sentindo por ele.

— Temos sim. Não finja que nada aconteceu. Não finja que não temos nada a conversar… — Apollo persistiu, segurando minha mão. — Me desculpe.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa.

— Como é…? — Eu mal consegui articular.

— Me desculpe, por favor. Eu não devia ter gritado com você, nem ter ficado bravo com você, eu não quero que você fique bravo ou triste comigo. Não me deixe… — Ele parecia estar implorando. — Por favor fique comigo, não me deixe de novo… eu posso esperar! Eu posso esperar você ficar melhor!

Por que Apollo estava pedindo perdão? Por que ele estava vindo até mim depois daquela briga como se estivesse desesperado por perdão? Por que ele não podia simplesmente ficar bravo comigo? As perguntas continuavam a martelar em minha mente, mas antes que eu pudesse encontrar respostas, eu o puxei para um abraço.

— Não me peça perdão… 'mon amour'.

A Benção da Lua de Prata.Onde histórias criam vida. Descubra agora