Capítulo 1

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Após o fim das férias de outono, o último semestre do primeiro ano da Classe 1-A da UA começou, e os corredores e dormitórios ficaram cheios de alunos animados comentando sobre suas experiências.

— Que delícia poder ir à praia e relaxar depois de tudo o que enfrentamos contra a Liga dos Vilões — exclamou Mina Ashido, animada como sempre.

— E eu adorei passar um tempo com meus pais e ajudá-los nos negócios — acrescentou Uraraka, sorrindo.

As duas entraram na sala de aula, continuando sua conversa animada sobre as férias. Uraraka observou seus amigos na sala e encontrou o olhar de Midoriya, que sorriu em retorno.

— Ei, Ochako, quando você vai criar coragem e abrir seus sentimentos para Midoriya? — provocou Mina, cutucando de leve Uraraka.

Uraraka suspirou, parecendo cansada. — É complicado, Mina...

Uraraka estava tão submersa em seus pensamentos e na conversa com a amiga que não notou a proximidade de Midoriya. — Olá, meninas! Como foram as férias?

— Foram ótimas, Deku. E as suas? — perguntou Uraraka, tentando manter a conversa leve.

Midoriya sorriu. — Foi bom descansar um pouco, mas sinto que ainda há muito a fazer.

Precisando falar com Iida, ele se despediu e foi em direção à mesa do representante.

Dentro da sala, os colegas conversavam animadamente enquanto esperavam pelo professor.

Um certo loiro observava tudo com sua expressão habitual, até Kirishima se aproximar tentando iniciar uma conversa.

— E aí, Bakubro, como você está? — cumprimentou Kirishima.

— Com vontade de explodir todos vocês — respondeu Bakugou, com seu típico mau humor.

— Ah, vamos lá, Bakugou, não seja tão rabugento — interveio Denki, tentando quebrar o gelo.

Kirishima riu. — Você precisa de algo para animar seu dia, cara.

Bakugou revirou os olhos. — Eu não preciso de nada, muito menos de vocês dois enchendo meu saco.

— Relaxa, Bakugou, só estamos tentando ajudar — disse Kirishima, tentando manter o tom amigável.

Bakugou bufou, mas um pequeno sorriso brincou em seus lábios. — Vocês são umas pragas, sabiam?

Os três amigos riram, aproveitando o momento de descontração.

— Bom dia, turma! Sentem-se nos seus lugares, vamos começar a aula — anunciou o professor Aizawa, entrando na sala e encerrando a conversa.

...

Após um dia exaustivo de treino e aulas, os alunos da Classe 1-A decidiram se reunir na sala de convivência do dormitório para relaxar e conversar sobre suas férias. A atmosfera estava aconchegante, com risos e vozes animadas enchendo o ambiente.

Uraraka olhou para Midoriya, que estava ouvindo atentamente as histórias de seus amigos, e sentiu seu coração acelerar. Ela queria encontrar o momento certo para expressar seus sentimentos, mas sabia que Midoriya era notoriamente ingênuo quando se tratava de perceber essas coisas.

Conforme a noite avançava, Uraraka percebeu que poderia ter uma chance de falar com Midoriya em particular quando ele mencionou que iria buscar algo para beber na cozinha.

— Eu vou com você, Deku — disse Uraraka rapidamente, levantando-se. Midoriya assentiu, sorrindo para ela.

Na cozinha, enquanto Midoriya procurava por copos, Uraraka tentava encontrar as palavras certas.

— Deku... Você gosta de alguém? — Ela foi direta até demais para sua própria surpresa.

— Gostar de alguém em que sentido, Uraraka? — Deku respondeu, sentindo um leve rubor em suas bochechas. — Eu gosto de todos vocês como meus amigos.

— Ah, sim, amigos, claro... — Uraraka não pôde deixar de sentir um leve aperto no peito com a resposta de Midoriya.

Uraraka suspirou, frustrada com a ingenuidade de Midoriya. Ela começou a resmungar baixinho, sem perceber a presença de outra pessoa na cozinha.

— Não é possível... Ele nunca entende nada... Eu só queria... Ah, como ele pode ser tão denso? — murmurava Uraraka.

De repente, uma voz rouca a interrompeu. — Se você quer que ele entenda, vai ter que ser mais direta.

Uraraka se sobressaltou e virou-se, encontrando Bakugou encostado na parede, os braços cruzados e uma expressão de tédio no rosto.

— Bakugou! — exclamou Uraraka, sentindo-se um pouco embaraçada. — Eu... eu, bem...

Bakugou deu um pequeno sorriso sarcástico. — Você acha que eu sou idiota? Eu ouvi tudo. E você está certa, o Deku é um idiota quando se trata de entender essas coisas.

Uraraka ficou em silêncio por um momento, notando pela primeira vez a profundidade dos olhos de Bakugou. Eram intensos, de um vermelho ardente e bonitos.

Bakugou suspirou e descruzou os braços, aproximando-se da bancada.

— Olha, se você gosta tanto dele, seja direta. Ele é idiota, mas não é completamente inútil. Talvez ele entenda.

Uraraka sentiu seu coração acelerar.

— Você acha?

Bakugou deu de ombros.

— Só estou dizendo o óbvio. E pare de me olhar assim. Não quero saber dos seus sentimentos bobos.

Ela sorriu, percebendo que havia uma gentileza oculta nas palavras duras de Bakugou.

— Obrigada, Bakugou!

Midoriya se aproximou com os copos de suco.

— Aqui está, Uraraka! Vamos voltar para a sala de convivência?

Ela assentiu, ainda atordoada pelo breve momento com Bakugou. Enquanto caminhavam de volta, ela não conseguia tirar da cabeça o olhar penetrante de Bakugou e a maneira como ele parecia entender seus sentimentos de forma tão clara.

De volta à sala de convivência, os alunos continuaram a compartilhar suas histórias e rir juntos. Uraraka, sentada ao lado de Midoriya, olhava de vez em quando na direção de Bakugou, que agora conversava com Kirishima e Sero.

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