Capítulo 4

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Mais uma semana de aulas se iniciava naquele dia e, para o azar dos alunos, a primeira aula seria prática.

— Vistam suas roupas de heróis e desçam para a área de treinamento — disse o professor Aizawa.

Na área de treinamento, o professor dividiu a classe nas mesmas duplas sorteadas antes.

— Para o exercício de hoje, vocês serão colocados em duplas para simular uma missão de resgate. Um membro da dupla atuará como o herói que precisa resgatar um civil enquanto o outro será encarregado de fornecer suporte e proteção. A missão é resgatar o civil e garantir que ele chegue em segurança ao ponto de extração. Vocês têm 30 minutos para completar a missão. Lembrem-se, trabalho em equipe é fundamental aqui. Alguma dúvida?

— Não, senhor! — a turma respondeu em uníssono.

A primeira dupla foi Katsuki e Uraraka. Katsuki assumiu naturalmente a liderança, traçando um plano de ação enquanto Ochako ouvia atentamente.

— Uraraka, você vai ficar cobrindo nossas costas. Não deixe nada passar, entendeu? — disse Bakugou, com sua típica cara.

— Entendi, Bakugou. Vou garantir que nenhum inimigo se aproxime sem ser notado.

À medida que avançavam pela simulação, Katsuki liderava o caminho. Ochako seguia de perto, usando sua gravidade para levitar escombros e criar obstáculos para os inimigos.

No entanto, quando se depararam com uma barricada impenetrável, Katsuki se viu momentaneamente sem opções. Ele começou a pensar em uma solução enquanto Ochako observava silenciosamente.

De repente, Ochako pensou em algo. Ela se aproximou de Katsuki e contou sua sugestão. Ele franziu a testa no início, mas depois de um momento cedeu.

— Isso pode funcionar — disse Katsuki.

Trabalhando juntos, eles executaram o plano de Ochako, usando a gravidade dela para criar uma abertura na barricada. Com o caminho livre, eles avançaram.

No final da missão, quando resgataram com sucesso o civil e o levaram em segurança ao ponto de extração, Katsuki olhou para Ochako com um olhar indecifrável, até sussurrar algo:

— Você... você não foi tão inútil, Uraraka. Até que serviu para alguma coisa hoje.

Ochako sorriu, um brilho de satisfação em seus olhos.

— Trabalho em equipe, certo? Cada um contribui com o que pode.

Katsuki assentiu, admitindo internamente a eficácia da parceria.

— É melhor que você continue assim, Uraraka. Não pense que isso me faz te respeitar ou algo do tipo. E não se esqueça do nosso treinamento mais tarde.

Logo após isso, ele seguiu seu caminho de volta à sala.

Ochako observou Katsuki se afastar, um sorriso ainda estampado em seu rosto, sabendo que tinha conseguido impressionar um dos alunos mais talentosos e difíceis da classe.

Enquanto voltava para a área de treinamento, encontrou Deku, que estava ajudando Iida a remover alguns escombros.

— Como foi sua missão? — perguntou Deku, limpando o suor da testa.

— Foi intensa, mas conseguimos completar com sucesso — respondeu Ochako, ainda com o brilho de satisfação em seus olhos.

— Isso é ótimo! A prática está nos ajudando a melhorar muito — disse Deku, sorrindo.

Antes que pudessem conversar mais, o professor Aizawa chamou todos para se reunirem.

— Bom trabalho a todos — começou ele, com seu tom habitual de indiferença. — Vi algumas boas demonstrações de trabalho em equipe e criatividade. Continuem nesse ritmo e terão bons resultados no exame final.

Ele então distribuiu algumas notas de desempenho, destacando pontos fortes e fracos de cada dupla. Quando chegou a vez de Ochako e Katsuki, Aizawa deu uma pausa ligeira.

— Uraraka, Bakugou, vocês mostraram uma boa combinação de habilidades. Bakugou, sua liderança foi eficiente, e Uraraka, sua iniciativa foi essencial para o sucesso da missão. Continuem assim.

Após a avaliação, os alunos foram liberados para o intervalo. Enquanto caminhava pelo corredor, Ochako foi abordada por Tsuyu.

— Vi você e Bakugou trabalhando juntos. Ele não foi tão difícil como de costume, não é? — perguntou Tsuyu, com sua voz calma.

— Na verdade, não foi tão ruim. Acho que, no fundo, ele respeita quem se esforça — respondeu Ochako, refletindo sobre a experiência.

...

Logo após o término das aulas, Uraraka se dirigiu ao seu quarto. Estava exausta, pois as aulas daquele dia foram intensas, e ela acabou se jogando na cama exatamente da maneira que estava, tirando somente a mochila das costas e jogando-a em qualquer canto do quarto, assim caindo no sono.

Uraraka despertou e sentiu a sensação de que deveria estar se arrumando para algo. Foi quando olhou o relógio e deu um salto da cama.

— Ai não, o treinamento com o Bakugou!

Rapidamente, ela foi ao banheiro se jogar um pouco de água, logo após vestindo sua roupa de treino e saiu correndo em direção ao campo de treinamento. Percebendo que Bakugou ainda não tinha chegado, ela pôde suspirar aliviada. Mas logo após, pôde ouvir a voz do loiro:

— Não chegou atrasada, já é um bom começo. Vamos começar — disse Bakugou, sem rodeios. — Hoje vamos trabalhar em como usar suas habilidades de gravidade em combate direto. Eu vou te atacar e você precisa desviar ou bloquear, usando sua gravidade para se mover mais rápido ou para criar barreiras. Entendeu?

— Entendi — respondeu Ochako.

O treino foi exaustivo. Bakugou não poupou intensidade em seus ataques, mas cada vez que Ochako conseguia desviar ou bloquear, sentia-se mais confiante. A cada erro, Bakugou dava instruções claras, e aos poucos, Ochako começou a entender como poderia melhorar sua técnica.

No final do treino, ambos estavam ofegantes, mas satisfeitos.

— Você está melhorando — admitiu Bakugou, ainda ofegante.

— Obrigada, Bakugou!

Ochako se despediu de Bakugou e seguiu seu caminho.

Após a saída de Ochako, Bakugou permaneceu na área de treinamento por mais alguns minutos, refletindo sobre a experiência que acabara de ter. Ele não conseguia negar que trabalhar com Uraraka tinha sido surpreendentemente eficaz, e uma pequena parte dele até mesmo reconheceu o talento e a determinação dela.

No entanto, Bakugou rapidamente afastou esses pensamentos de sua mente. Ele não tinha tempo para se distrair com sentimentos ou preocupações com outros alunos. Seu único objetivo era se tornar o herói número um, e ele faria qualquer coisa para alcançá-lo.

Ele já ia se levantar quando avistou Kirishima acenando em sua direção.

— Ei, Bakugou, vi você trabalhando com Uraraka durante o treinamento. Você realmente confiou nela, hein? — disse Kirishima.

— É, e daí? Ela não foi tão inútil quanto eu esperava — respondeu Bakugou.

— Uau, elogios de Bakugou para Uraraka? Devo dizer que estou impressionado.

— Não pense que isso muda alguma coisa. Eu só usei o que estava disponível.

— Claro, claro. Mas sabe, Bakugou, acho que vocês dois fizeram uma boa dupla.

— Não me faça rir, Kirishima. Foi só por causa das circunstâncias. Eu poderia ter feito isso sozinho se quisesse.

— (rindo) Ah, Bakugou, sempre tão modesto. Mas admita, vocês dois se saíram muito bem juntos.

— (bufando) Não pense que isso significa alguma coisa. Eu sou o melhor, com ou sem parcerias.

— Claro, Bakugou, claro. Mas talvez trabalhar em equipe de vez em quando não faça mal a ninguém, não é mesmo ?

Labirinto de SentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora