TEVE DE ESPERAR mais uma semana até conseguir que lhe dessem alta, e assim que recebeu a notícia, mal pôde esperar para pôr os pés para fora daquele lugar. Sentia que se passasse mais um dia ali, enlouqueceria verdadeiramente.
Ainda estando sob custódia dos federais, as responsáveis por buscá-lo e assinar alguns documentos foram Melina e Max. Terminava de arrumar as roupas que haviam levado para ele, quando Melina adentrou o quarto, parando sob o batente da porta, mas sem conseguir esconder o sorriso que começava a se formar em seus lábios.
— Então. Finalmente livre, não é mesmo? – Disse ela, chamando a atenção dele.
— Me sinto como se estivesse saindo da prisão novamente.
Melina deixou uma risada escapar, mas tomou um novo assunto, anunciando:
— Max está terminando de assinar os papéis, daqui iremos para o galpão e terá mais alguns dias para descansar antes de voltar.
Se voltando na direção de Melina, Dorian deixou suas coisas de lado e se aproximou vagarosamente, a encarando nos olhos.
— Muito obrigado. Por tudo o que fizeram por mim.
— Ah, não é nada. Você ainda nos deve algumas investigações antes de se libertar.
Um riso curto, porém, divertido ecoou na garganta de Dorian antes que ele tornasse o semblante mais sério e se aproximasse mais, tomando a mão de Melina na sua.
— Será um prazer. – Ainda observando cada traço do rosto dela, continuou – Me perdoe.
— Pelo quê?
— Por ser um idiota, por dizer aquelas coisas horríveis.
— Olha, você estava de cabeça cheia, imaginava que você não estaria pensando direito...
— Ainda assim, fui um imbecil. Preciso que me perdoe.
Melina notou como os olhos de Dorian continuavam fixos nela, a encarando em expectativa e transparecendo sua ansiedade e culpa. Não precisou de mais do que aquilo para diminuir ainda mais a distância entre eles e pousar a mão em seu rosto, enquanto respondia.
— Está perdoado.
Dorian nada mais respondeu, continuou estático e daquela vez desceu o olhar para os lábios de Melina, umedecendo os próprios lábios e tentando controlar a respiração que começava a se acelerar quando notou o ínfimo espaço entre eles.
Inclinando a cabeça para o lado, ele ainda a observava, tentando encontrar qualquer sinal para que pudesse avançar, e apesar das pupilas dilatadas dela, tinha certo receio.
Quando ela piscou, parecendo recobrar a consciência, começou a se afastar, mas não soltou a mão dele, apenas desviou o olhar e disse, tentando sair e arrastá-lo consigo:
— Vamos, Max deve estar nos esperando.
Não colocou os pés para fora, no entanto, foi puxada de volta por Dorian, que colocou seu corpo ao dela e rapidamente tomou seus lábios dos seus, levando uma mão para sua cintura, enquanto a outra subia para sua nuca.
Ela não rejeitou o beijo, pelo contrário, retribuiu e avançou ainda mais, se agarrando à camiseta que ele usava e deixando que ele a empurrasse para trás, até se encostar na parede.
Dorian se desprendeu dela por alguns segundos, apenas para retomar a respiração e observar os traços dela.
— Estava querendo fazer isso há muito tempo. – Resmungou ele, com voz baixa.
Melina sequer teve tempo de responder, teve os lábios tomados novamente, e sabendo como a boca de Dorian parecia ávida e exigente, aprofundou o beijo, afundando os dedos nos cabelos densos dele, se surpreendendo com a maciez dos fios. Já não pensava direito e, na verdade, não queria pensar, apenas se entregar. Mal notou quando sua perna subiu pela de Dorian, parecendo convidativa. Ele não precisou de outro sinal, abaixou as mãos até a parte posterior da coxa de Melina e puxou, a levantando do chão e fazendo-a enroscar as pernas em sua cintura, enquanto ainda a pressionava contra a parede, a segurando com o próprio corpo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Carte Rouge - Carte Ás 2
De TodoSérie: Carte Ás "Você é livre para praticar suas ações, mas lembre-se que elas vêm acompanhadas de seu preço." Dorian nunca pensou que ser consultor dos federais poderia lhe causar tantos problemas, admitia sem medo algum que sua vida era muito mais...