⚠️"ATENÇÃO: Este capítulo pode conter gatilhos, uma vez que retrata recaídas alcoólicas e crise de ansiedade. Leiam com atenção. Deixarei as setinhas para indicar o início e fim das cenas."
O AMBIENTE só se acalmou com o passar das horas e apesar de passar boa parte da tarde ocupada, Melina não deixou de ir verificar como Dorian estava. Somente o encontrou na sala onde armazenavam as provas, depois de muito procurar. Não estava fazendo nada em específico, apenas encarando Maxine contabilizar garrafas e mais garrafas de bebidas falsificadas que haviam confiscado do último caso. Os olhos de Dorian estavam fixos na garrafa, não se atentando em momento algum ao ambiente ao redor.
Instantaneamente Melina se sentiu preocupa, sabia exatamente por onde os pensamentos dele iam e juntamente com a situação que acabara de passar, soube que era perigoso. Se aproximou rapidamente lhe chamando a atenção quando disse:
- Acho melhor você ir para casa, precisa descansar.
Dorian ainda demorou para desprender os olhos das garrafas, mas quando enfim os voltou para Melina ela pôde notar o cansaço estampados neles. Sentiu o peito se apertar ao lembrar de como aqueles mesmo olhos abatidos estavam brilhantes pela manhã. Era como se sua energia houvesse sido drenada.
- Pela primeira vez acho que aceitarei ir embora. - Ele respondeu e tom baixo - Estou cansado e o analgésico que me passaram me deixou com sono.
- Eu o levarei para casa então, me dê apenas alguns instantes, irei pegar a chave.
- Não, não precisa. Irei sozinho. Chamarei um táxi.
- Será rápido, prometo.
- Não, Mel. Eu quero ficar sozinho.
A súplica nos olhos dele fez Melina ceder, no fundo ela o entendia. Dorian não queria que ela o visse naquele estado.
Ainda com o coração pesado, ela concordou, o deixando se afastar lentamente e saindo da sala. Max permaneceu o tempo todo com os olhos baixos, anotando algo em um tablet e só se atreveu a levantá-los quando notou Melina se aproximando, enquanto perguntava:
- Por que trouxeram essas bebidas para cá, não é do caso que ajudamos a narcóticos?
- Sim, mas eu concordei em ajudá-los. Além disso, são falsificações.
- Não deveria ter deixado o Dorian entrar aqui sabendo do problema que ele tem.
Max se levantou rapidamente, caminhando para trás de um grande armário e sendo seguida de perto por Melina.
- Acha que não tentei tirá-lo daqui? - Respondeu a loira - Aquele homem consegue ser teimoso como uma mula. De toda forma, achei melhor mantê-lo por perto e sob minha vigilância enquanto você não voltava.
- Não estou me sentindo confortável em deixá-lo sozinho, ainda acho que deveria vigiá-lo.
- Dê um tempo a ele, Mel. O que o Dorian passou não é nem um pouco fácil, a última coisa que ele deve estar querendo nesse momento é alguém o vigiando por medo de que ele faça besteira. Isso apenas o faria se sentir pior do que já está se sentindo.
Melina não queria ter de concordar com a amiga, mas sabia que Maxine era muito mais sensata que ela. Não poderia imaginar o que Dorian estava sentindo naquele instante e vê-lo abatido daquela forma apenas faria a raiva dentro de si piorar. Não conseguia entender como Verena deixara alguém como ele escapar, não entendia porque ela o havia tratado daquela maneira quando tudo o que ele lhe ofereceu foi amor.
Por instantes se perdeu em seus pensamos, imaginando o que poderia fazer para que Dorian se sentisse melhor, nada do que lhe vinha à mente era o suficiente. Odiava ter de permanecer parada como estava, se sentia inútil. Precisava mostrar a ele que se importava, que ela estaria todo o tempo ao lado dele, que ele teria um ombro amigo e alguém que o cuidasse.
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Carte Rouge - Carte Ás 2
DiversosSérie: Carte Ás "Você é livre para praticar suas ações, mas lembre-se que elas vêm acompanhadas de seu preço." Dorian nunca pensou que ser consultor dos federais poderia lhe causar tantos problemas, admitia sem medo algum que sua vida era muito mais...