ACORDAR nos braços de Dorian foi uma das melhores sensações que Melina sentiu em anos. Quando abriu os olhos notou que ele ainda dormia profundamente e embora estivesse extremamente relaxado, seu braço pousava possessivamente sobre a cintura dela.
Melina não pôde deixar de abrir um sorriso ao constar aquilo, mas ainda assim, não permaneceu muito tempo deitada. Procurando fazer o mínimo de movimento possível para não acordá-lo, ela escorregou pela cama e a passos leves saiu do quarto, indo diretamente para o banheiro escovar os dentes para logo em seguida se dirigir para a cozinha, fazer o café.
Meia hora depois, enquanto arrumava tudo o que comeriam, sentiu as mãos de Dorian pousarem sobre sua cintura e os lábios dele pousarem em seu pescoço em um beijo cálido. Ela não soube como ele conseguira tomar banho e se arrumar novamente sem que ela percebesse, as habilidades de gatuno dele o faziam ser quase imperceptível. No entanto, ela não reclamaria por aquilo. Pelo contrário, se virou de frente para Dorian e retribuiu o beijo, sentindo o corpo esquentar novamente apenas por estar tão colada a ele.
— Precisamos trabalhar. – Constatou ela, se desprendendo.
— E se fugíssemos com o dinheiro?
Por alguns segundos Melina não conseguiu entender se ele falava sério ou não, a expressão de Dorian permanecia neutra, mas o mínimo sorriso traidor que surgiu nos lábios dele o entregou. Ele sabia muito bem qual seria a resposta de Melina para aquela proposta descabida.
Ela não precisou dizer nada para que ele soubesse a resposta dela, conseguiu entender perfeitamente aquele olhar e silenciosamente se sentou para tomar o desjejum.
Ainda a ajudou a lavar a louça que haviam sujado, arrumar a cama e esperou pacientemente ela se arrumar para que pudessem enfim sair do apartamento.
Carregando a maleta como se carregasse a própria vida, Dorian rapidamente marchou em direção ao carro de Melina assim que adentraram a garagem e mal esperou até que ela destrancasse a porta para poder tomar seu lugar no banco do carona.
Antes mesmo que Melina saísse da garagem, ele pediu:
— Podemos passar no banco? Quero depositar o dinheiro.
Melina não precisava de mais motivações para desviar seu percurso, afinal, andar com um milhão e meio em cédulas não era nem um pouco inteligente, além de poder despertar certa desconfiança.
Aquele "pequeno" desvio acabou tomando mais tempo do que ela imaginava, assim que chegaram ao banco, Dorian pedira para falar com o gerente, e é claro que com aquela maleta em mãos ele prontamente foi atendido. E enquanto ele resolvia como iria depositar tudo aquilo, Melina decidira esperar do lado de fora da sala do gerente, onde poderia aproveitar dos jornais daquela manhã e do café que ficava sobre o aparador.
Nunca imaginou que pudesse demorar tanto para que um simples depósito fosse feito, até mesmo Maxine já havia mandado mensagem perguntando o que havia acontecido.
Dorian passou uma hora e meia trancado na sala com o gerente, que tinha um sorriso radiante no rosto assim que a porta de sua sala foi aberta e tratava Dorian como se fosse o presidente do país. Agradecendo por finalmente poder sair dali, Melina rapidamente seguiu atrás de Dorian, em direção à saída, tentando imaginar o motivo de ele sempre lhe lançar uma olhadela muito suspeita.
Assim que pararam do lado de fora, na calçada, ela se preparou para interrogá-lo e questionar o motivo daquela agitação, mas quando seu celular apitou, alertando sobre uma notificação e ela leu a mensagem que havia recebido, paralisou.
Os olhos permaneceram cravados na tela do celular por alguns instantes, enquanto ela ainda tentava entender como aquela quantia havia aparecido em sua conta. E embora a resposta fosse muito simples, ela ainda demorou a processar aquela informação.
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Carte Rouge - Carte Ás 2
CasualeSérie: Carte Ás "Você é livre para praticar suas ações, mas lembre-se que elas vêm acompanhadas de seu preço." Dorian nunca pensou que ser consultor dos federais poderia lhe causar tantos problemas, admitia sem medo algum que sua vida era muito mais...