Capítulo 8: A Emboscada

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Seline

Na manhã seguinte, acordei com uma sensação estranha de inquietação. Algo dentro de mim me dizia que o dia não seria como os outros. Saí para correr e tentar acalmar meus nervos, mas a sensação persistia. Finalmente, voltei para a casa de Gael, onde estava hospedada.

Passei a tarde tentando me concentrar, mas meu coração continuava batendo forte no peito. Era como se eu estivesse esperando algo, mas não sabia o que. Quando a noite caiu, uma sombra passou pela janela, e meu coração disparou.

De repente, ouvi um barulho na porta. Meu corpo ficou tenso, e o ar pareceu se tornar mais pesado. A porta se abriu lentamente, revelando a figura imponente de Draven.

— Draven? O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a calma, mas o medo era claro na minha voz.

— Você vai vir comigo, Seline. Não tenho escolha a não ser fazer isso do meu jeito — disse ele, avançando na minha direção.

Recuo instintivamente, sentindo o pânico se instalar. Seus olhos, frios e determinados, não deixavam dúvidas de que ele estava decidido a me levar.

— Por favor, Draven, não faça isso. Eu... não posso ir com você — implorei, minha voz tremendo de medo e desespero.

— Seline, você é minha companheira. Não vou deixar que você escape. Venha comigo agora, ou farei isso de maneira difícil — disse ele, seu tom se tornando mais frio e ameaçador.

Olhei em volta, procurando uma saída, mas logo percebi que estávamos cercados pelos guerreiros de Draven. Não havia para onde fugir. Minha mente girava, tentando encontrar uma maneira de escapar.

— Eu... não posso — murmurei, minha voz quebrando.

— Você vai — ele respondeu, seus olhos fixos nos meus, cheios de uma determinação fria.

Antes que eu pudesse responder, seus guerreiros avançaram, me cercando. Tentei lutar, mas era inútil. Draven se aproximou, segurando meu rosto com firmeza, forçando-me a olhar para ele.

— Um dia, você entenderá. Você verá que estou fazendo isso por nós — disse ele, sua voz firme, mas com uma ponta de tristeza.

Senti meu corpo se render, a luta saindo de mim. Não tinha escolha. Com um último olhar de desespero, parei de lutar, resignada. Draven deu a ordem para se retirarem, e fomos embora da clareira.

Enquanto nos afastávamos da aldeia, meu coração estava dividido. O medo e a incerteza ainda pesavam, mas havia algo mais — uma sensação estranha e profunda de conexão com Draven. Eu não queria admitir, mas o vínculo de companheiros era real e inegável. Meu corpo respondia ao dele de uma maneira que eu não conseguia controlar.

Mesmo assim, meus sentimentos por Gael não podiam ser ignorados. Eu gostava dele de uma forma intensa e genuína. Pensar em Gael me dava forças para não me render completamente à situação.

Estava sendo levada para um destino que não escolhi, para um homem que não entendia completamente, mas ao mesmo tempo, parte de mim sentia uma atração irresistível por Draven. A dualidade dos meus sentimentos era confusa e esmagadora.

Minha mente estava em constante conflito, lutando entre o desejo de entender o que realmente sentia por Draven e a lealdade e carinho que tinha por Gael. Precisava encontrar uma maneira de resolver esses sentimentos, de descobrir a verdade por trás do vínculo com Draven e meus verdadeiros sentimentos por Gael.

E embora meu corpo estivesse sendo levado, minha mente não estava resignada. Estava determinada a encontrar uma solução para o caos emocional que vivia, determinada a lutar por um futuro onde pudesse escolher livremente quem amar.

Entre Uivos e DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora