— Tomori... assume, por favor, eu tenho de dar uma saída.
Uta Tomori, do alto de seus 27 anos, já tinha visto e ouvido muitas coisas absurdas. Mas poucas eram tão absurdas aos seus ouvidos quanto sua patroa e amiga, Oomori Kanami, dizendo a ela que precisaria dar uma saída. Assim, no meio do expediente, com a padaria já cheia de clientes. Ela pisca enquanto entrega à Tomoyo, a garçonete, o pedido a ser levado para a mesa 3.
— Aonde vai, se me permite...? — Ela pergunta baixo, um pouco preocupada. Sua amiga workaholic, decidindo deixar a padaria aos cuidados dela bem no horário de pico, dificilmente poderia significar coisa boa.
— Andar um pouco, tomar um ar e uma água... volto em uma hora ou duas — Ela responde simplesmente, não dando margens para que ela fizesse perguntas. Mas Kanami poderia ser uma pessoa relativamente fácil de ler. E ao não notar sinais claros de preocupação, ou mesmo de que ela não estava passando mal, decidiu não esquentar a cabeça. Se fosse algo sério, Kana lhe diria, não é? Ela procura sorrir.
— Certo — Ela assente, e logo a dona do estabelecimento sai em direção aos vestiários. Ela a acompanha com os olhos, ainda se perguntando o porquê daquela saída tão repentina, até ouvir um risinho que era muito conhecido seu. Ela se vira e encontra o olhar de Hiro, o caixa, a mão sobre a boca e sorrindo com ares de alguém que sabia de uma fofoca muito cabeluda.
— Que cara é essa, criatura?
— Vai por mim, meu bem — Hiro confidencia, se debruçando um pouco sobre o balcão, arqueando uma sobrancelha — Eu conheço aquela mulher desde o ensino médio. Quando ela deixa o trabalho de lado com essas desculpas esfarrapadas, é porque ela vai fazer alguma coisa que daria pano pra manga pras nossas zoeiras. Pouca coisa não é, viu.
— Ai, Hiro... — Tomori revira os olhos, sorrindo de canto — É bem a sua cara esperar a patroa sair pra começar a fofocar, viu...
— Não é fofoca, é compartilhamento e comparação de informações! Vou te contar, quando a polícia secreta faz essas coisas chamam de "serviços prestados ao país", mas quando eu faço é fofoca...
Tomori ri, mas sua risada é interrompida quando o som da sineta na porta de entrada se faz ouvir. Ela balança a cabeça, dizendo baixo: — Okay, tem mais clientes chegando, então tenta pelo menos fingir que você é só um caixa inofensivo.
— Eu é que devia dizer isso pra você. Dá uma olhada nos espécimes que acabaram de entrar, mas disfarça.
Ela rapidamente finge ajustar as alças de seu avental, olhando discretamente por cima do ombro para os três homens que entravam em fila indiana pela porta. O que estava na frente era o menor, de cabelos claros e pele escura, enquanto os outros dois logo atrás eram enormes, montanhas de músculos definidos sendo deliberadamente exibidos através das camisetas justas que usavam. O do meio era loiro, enquanto o careca mais atrás precisou até abaixar ligeiramente a cabeça, com medo de raspá-la na moldura da porta. Hiro abre um sorriso mordaz ao ver a expressão da cozinheira assistente se alterar, o claro interesse fazendo seus olhos cintilarem. Ela chega a morder o lábio inferior, e ele precisa se segurar para não rir.
— Esse tipo de bifão a gente não serve por aqui, né?
— Hiro, eles vão te ouvir.
— Vão nada, a conversa já acabou — Ele a despacha com um gesto da mão — Se prepara para atender eles, que eu sei que você tá doida pra escolher um daquela fina seleção de carnes nobres.
— Shhh! — Ela sibila, ajeitando o cabelo e assumindo sua melhor pode de hostess sorridente e simpática, ignorando como Hiro continuava a dar risinhos atrás dela. Ela espera que eles se aproximem do balcão, e acaba por entreouvir a conversa deles.
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Cookies'n'Cream - The Heavy Bakery Kengan Fanfic Series 2
RomanceObra feita em collab com @HeloZolla No universo de Kengan Ashura, Okubo Naoya sempre lamentou sua falta de sorte com o sexo oposto. Todo o prestígio que possuía como campeão de MMA e atleta consagrado no país parecia não ser o suficiente para class...