Cookies'n'Cream - The Heavy Bakery Kengan Fanfic Series 2

13 - Bombons e Camélias

– Okubo, na boa, para com essa palhaçada... – Himuro resmunga, alteando a voz para ser ouvido lá da sala, enquanto Kaneda preparava a mesinha de centro para receber os petiscos e um Lihito entediado descia a barra do catálogo de séries da Netflix – 'Tá parecendo até que você quer fazer mistério com o vestido que escolheu pro baile de formatura...

– Vai ver se eu tô na esquina, Himuro! – Eles escutam o careca gritar, o som saindo abafado através da porta trancada – Quando eu chamei vocês para passarem a noite de sábado no meu apartamento, foi pra me ajudarem, não pra me gongarem!

– Pensei que tinha sido para recuperarmos o tempo perdido e solidificarmos nossos laços de amizade através de petiscos, saquê e um "filme de macho" – Kaneda sublinha as últimas palavras ao formar aspas com os dedos, colocando a tigela cheia de amendoins salgados sobre a mesinha em seguida – Pelo menos foi esse o convite que você fez no chat de grupo...

– Era tudo pretexto, não perceberam? Fomos enganados, ludibriados, passados pra trás na trairagem – Lihito resmunga num revirar de olhos – Agora estamos todos presos no limbo das comédias românticas. Daqui a pouco vamos estar pintando as unhas uns dos outros, fazendo as sobrancelhas, fazendo uma lista dos caras mais bonitinhos da escola e alinhando os nossos ciclos menstruais.

– Cala a boca você também, Dedada! Agora me deem suas opiniões sinceras... – Eles ouvem a porta do quarto ser aberta, e logo Okubo aparece, saído do corredor, levando um buquê de flores em cada mão. Ele os mostra aos amigos, ansioso – Qual desses dois é o melhor? O de rosas ou o de camélias?

Lihito, Himuro e Kaneda só conseguem encará-lo, exasperados. Eles sabiam como o amigo estava determinado a reconquistar a confiança de Tomori, depois das mancadas que dera com ela. Sabiam e estavam dispostos a ajudá-lo, os ânimos renovados depois de Okubo e Lihito terem feito as pazes e os quatro terem voltado a andar juntos. Mas puta merda, como ele esperava que eles o ajudassem se ele mesmo não estava se ajudando?

– ... Aargh, não me olhem com essas caras de quem tá com prisão de ventre! Assim eu fico ainda mais indeciso! – O careca se encolhe todo ante os olhares entediados – Só respondam, qual dos dois é o melhor?

– O melhor seria você não ter desperdiçado o seu dinheiro. Flores, Okubo? Tá falando sério? – O moreno bufa com impaciência enquanto traz uma bandeja com uma garrafa de saquê e quatro copinhos – Não acha que ainda tá cedo demais pra começar a enfiar tentativas de suborno debaixo do nariz da garota?

– Suborno é o cacete! Isto aqui são garantias, caramba. Garantias de que eu quero ser melhor e de que ela é quem me motivou a isso – Ele declara, erguendo o buquê de camélias no ar – O que seria melhor pra simbolizar isso do que um buquê? Nunca ouviram falar de linguagem das flores não?

– Foi mal, mas eu só falo japonês e um pouco de inglês. Baitolês não consta no meu dicionário – Lihito bufa, se esquivando quando Okubo tenta acertar sua nuca com o pé. Kaneda só balança a cabeça.

– Eu já ouvi, mas nesse caso aí, não está havendo sutileza nenhuma nas mensagens passadas. Rosas e camélias, ambas vermelhas? Você não seria mais óbvio nem se escrevesse um haiku num bilhetinho e colocasse dentro de um dos buquês...

– Eu até pensei em fazer isso, mas eu bombei nas aulas de literatura, só ia passar vergonha se eu tentasse... – Ele confessa com nervosismo, e isso arranca um coro de grunhidos frustrados dos outros.

– Já tá passando agora, porra! Sério, Okubo, buquês de flores são um puta de um clichê! – Lihito gesticula com o controle remoto, e Himuro assente.

– Pois é. Se faz tanta questão assim de dar um presente, podia ao menos tentar ser mais original.

– Mais original, é? – Ele coloca uma mão sob o queixo, com buquê e tudo, parecendo ter cultivado uma barba muito florida – Eu até arranjei algo assim, mas não sei se vai colar...