Okubo sabia que, quando voltasse a ver seus amigos, eles perguntariam sobre sua noite na casa de Tomori. Pediriam por todos os detalhes sórdidos, provavelmente esperando alimentar as próprias fantasias com eles. Não aceitariam respostas vagas e provavelmente não acreditariam se ele tentasse mentir, criar um cenário falso para despistá-los. Ele não teria outra escolha a não ser dizer a verdade, nua e crua.
E ele sabia que eles não ficariam felizes. Ele apareceu no apartamento de Kaneda, ao ser convidado para outra noite de jogos dias depois, já preparado para lidar com a indignação geral, com os xingamentos e os questionamentos acerca de sua hombridade.
Ou talvez ele desse sorte! Talvez, se ele explicasse detalhadamente o que aconteceu, os caras seriam compreensivos. Quem não perderia toda a vontade de transar depois do que ele presenciara, afinal? Talvez ele encontrasse alguma solidariedade ali...
– SEU IDIOTA DO CARALHO!!!
Ou talvez não.
– Gente, abaixem esse tom – Kaneda pede com um suspiro, pausando o jogo enquanto Lihito e Himuro enfiavam as caras no espaço pessoal de Okubo, vociferando furiosos, os três praticamente colados no sofá – Já passaram das vinte e uma horas, o complexo tem regras sobre barulheira durante a noite mesmo nos finais de semana...
– Foi mal, velho, mas não tem como não gritar! É o nosso jeito de extravasar a frustração com os níveis de burrice! – Lihito se justifica, gesticulando, quase acertando o nariz do careca – Sério, Okubo, seu coração bombeia sangue pro seu cérebro?!
– Devia perguntar também se ele bombeia sangue pro pinto, porque só Deus na causa...
– Vão se foder, cacete! – Okubo rosna, vermelho de raiva e mortificação com o comentário de Himuro – Vocês não sabem da missa o terço e ficam aí, falando merda, nem me deixando explicar-
– Explicar o que, porra? Como você desperdiçou completamente a chance de ouro que nós te arranjamos por causa de umas porcarias de pelúcias? – Himuro o interrompe, ao que Lihito assente veementemente.
– Pois é! A gente 'tava só brincando naquela hora, cacete! Tu não tá tão velho assim pra sair broxando por causa de um motivo tão bosta!
– Eu não broxei! Vocês são burros ou surdos? – Ele pergunta, esganiçando a voz para se fazer ouvir no meio das acusações – Só calem a boca e me escutem, beleza? Primeiro de tudo, não tinha pelúcia nenhuma no quarto dela! Pelo menos não até onde eu vi...
– A gente ouviu essa parte, mas ainda achamos difícil de acreditar – Kaneda comenta, se inclinando um pouco para trás e apoiando as mãos no tapete enquanto os olhava por cima do ombro – Por qual outro motivo você teria desistido assim de dormir com a Uta-san? Isso não tem nada a ver com ela em particular, tem?
– Eer... não. Quer dizer, sim, mas ao mesmo tempo não...? – Ele gesticula incerto, fazendo uma careta com as expressões irritadas deles – Olha, eu sei que parece piração, mas se vocês fecharem esses bicos e me escutarem, vão entender o meu lado! Nenhum de vocês teria conseguido performar se tivessem visto o que eu vi. Não, Himuro, nem você – Ele diz depressa quando o moreno abre a boca para retrucar. Isso o faz franzir o cenho.
– Hein? Você acha mesmo que eu não conseguiria mandar bala por causa de umas pelúcias idiotas? Vocês não acreditariam em metade dos lugares e situações absurdos onde eu já peguei mulher, vão por mim.
– Eu pediria detalhes, mas as suas escapadas de comedor sortudo sempre me deixam puto da cara e eu quero a minha ira totalmente focada nesse idiota – Lihito aponta para Okubo, que solta um grunhido raivoso enquanto revirava a cabeça inteira, já que revirar os olhos não era mais o suficiente.
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Cookies'n'Cream - The Heavy Bakery Kengan Fanfic Series 2
RomanceObra feita em collab com @HeloZolla No universo de Kengan Ashura, Okubo Naoya sempre lamentou sua falta de sorte com o sexo oposto. Todo o prestígio que possuía como campeão de MMA e atleta consagrado no país parecia não ser o suficiente para class...