10 - Pedestal Socado

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Sábado, duas horas antes do encontro

Okubo não conseguia parar de se perguntar se ir até o Dai-Uchu-Sakaba, faltando apenas duas horas para seu encontro com Tomori, era mesmo uma boa ideia. Estava adiantado, mas quando se encontrava com os amigos, quase sempre perdia a noção do tempo.

Ele não queria mesmo se atrasar. Atrasos durante um primeiro encontro causavam péssimas primeiras impressões; até idiotas sem um pingo de experiência com o sexo feminino tinham noção disso. Ainda mais em sua presente situação, quando ele queria impressionar aquela mulher como nunca quisera impressionar qualquer outra antes.

Talvez fosse uma das razões para ele estar tão ansioso. Isso e o ponto de encontro que ela escolhera, que lhe trazia lembranças bem desagradáveis. Será que haveria lá pessoas que o reconheceriam daquele dia? Será que ele seria azarado o bastante até para que uma daquelas universitárias desse a cara no bistrô? E ele não estaria sendo extremamente patético se deixasse que algo assim estragasse sua noite com Tomori?

Era por isso que estava indo se encontrar com os amigos. Naquele momento, eles eram os únicos que poderiam ajudá-lo a lidar com aquele nervosismo, mesmo que o método deles envolvesse uma dose daquele bullying típico das amizades masculinas. Ele seria forçado a tomar vergonha na cara através de gozações e violência psicológica. E sinceramente? Era disso que ele estava precisando.

Ele estaciona o SUV há alguns metros de distância da entrada do bar, olhando para o banco de trás para se certificar de que os presentes de Tomori estavam ali antes de sair. Ele esperava já encontrar todos os três no bar quando entrasse, mas ao abrir a porta, tudo o que ele reconhece é a cabeleira rebelde e descolorida de Lihito, que já estava sendo servido por um barman que não era Himuro. Também não havia sinal de Kaneda. Pelo visto ele chegara cedo...

– Isso, parceiro, capricha nesse shot – O loiro incentivava animadamente, erguendo o copo de bebida no ar quando o barman termina de enchê-lo – Hoje é dia de comemorar, e eu quero começar em grande estilo!

– Oh? E o que estamos comemorando, senhor? – O barman pergunta com um sorriso de canto, provavelmente esperando que dar corda para a conversa do cliente resultasse em mais drinques sendo pedidos e uma gorjeta mais gorda entrando em seu bolso até o fim do seu turno.

– Ah, nada demais. Só as simplicidades da vida que tornam ela mais interessante – Lihito toma um gole da bebida, fechando os olhos – Aquela promoção no trabalho, aquela boa notícia inesperada, nossas amizades e a alegria que a gente sente quando elas conseguem coisas boas também...

– Isso quando elas sabem tirar o melhor proveito dessas coisas boas – Okubo diz enquanto se aproxima do balcão, fazendo o loiro se virar e o barman erguer os olhos – Porque quando não sabem, a gente sente é vontade de meter a porrada, mesmo...

– Okubo! – Lihito exclama, surpreso, mas ainda sorrindo – Tá fazendo o que aqui, porra? Mudou o local do encontro pra cá, é?

– Nem. O ambiente daqui é legal, mas não é dos mais românticos – O careca murmura enquanto se senta ao lado do amigo, que ri debochado.

– Não é dos mais baitolas, você quis dizer. Mas é bom não ter mudado mesmo o ponto de encontro, porque por um segundo eu pensei que você tinha resolvido trazer a Uta-san pra cá porque se sentiria mais confiante com Himuro, Kaneda e eu por perto. Eu não tenho vocação pra ser tia de jardim da infância que leva os pirralhos pelas mãos até para o banheiro, hahaha!

– Vai se ferrar, vai...

Lihito ri de novo, dando um tapa estalado no ombro de Okubo antes de exclamar para o barman: – Lembra do que eu disse sobre as alegrias com as conquistas das nossas amizades, parceiro? Este puto aqui me deu uma. Depois de anos colecionando rejeições de garotas, ele finalmente descolou uma que se dignou a dar uma chance pra lata feiosa dele. É pra glorificar de pé, igreja!

Cookies'n'Cream - The Heavy Bakery Kengan Fanfic Series 2Onde histórias criam vida. Descubra agora