( Pov: Tae )
Antes que se assustem, sou um anjo, não como elogio ( mas esse eu tenho certeza ), como um anjo de verdade, porém, fui rebaixado, tenho que morar na terra, em um mundo horrível e hipócrita, mas não pense que eu fiz algo de errado, na verdade pode até ser, anjos não podem se apaixonar, e eu quebrei essa regra, e fui considerado um humano. Ainda tenho poderes, sou rico, e não envelheço, mas nem tudo se torna coisa boa, nesse aniversário, eu vou ter que completar uma missão, e ao final terei a chance de voltar a ser um anjo, e servir na minha ala.
Eu me chamo Kim taehyung, tenho 249 anos, e não estou sendo sarcástico, e no 250 aniversário que eu tiver, vou ter que caminhar pela rua das memórias, são 8 ruas, onde eu vou caminhar por tudo que percorri até aqui, e ser forte, pois uma das penalidades de ser rebaixado por ter sintomas de humanos é, não poder voltar ao passado, vou explicar melhor, essa rua tem duas barreiras no meio fio, vou passar pelo meio vendo minhas memórias, e não poderei entrar, e nem interferir, em alguma das ruas eu vou ter que participar das memórias, entrar como se fosse um figurante, mas tenho limites, ao final vou ver minhas memórias como um ser não identificado, e vou ter que criar as últimas... É bem complexo.
Eu trabalho em uma agência de modelos, sou o gerente obviamente, gente bonita escolhe gente bonita. A maioria das meninas vem até a agência só para ter uma reunião com o chefe Sr. Kim, mas ele nem sempre está livre, pois ele mesmo faz as roupas dele. A maioria do meu tempo eu fico sentado olhando o céu, e meu poder faz o trabalho duro.
Eu em um bar conheci S/n, ela é diferente das outras, enquanto todos se embabacavam por mim, ela foi a única interessantemente interessante, peculiar, e me fez sentir um sentimento que eu não conhecia, o amor. E por sentir um sentimento totalmente desestabilizador e esquisito, terei que caminhar pela rua das memórias.
[ ... ]
Hoje falta 1 para o meu aniversário, é literalmente amanhã, e eu estou trabalhando duro ( confia ), tenho que assinar 45 contratos, que foram separados pela minha secretária, meu poder nem estava dando conta, então fui fazendo alguns, e escutei uma batida na porta, que logo se abriu.
— chefe, vamos ao bar, virá conosco? — Minha caneta e um dos contratos caíram no chão.
Esqueci de apresentar alguns conhecidos, mas vou apresentar ao longo do tempo, esse é Henrique Eduardo, chamam ele de Edu, eu bem rio quando lembro, que coisa mais estúpida, dar apelido para um funcionário.
— Henrique, ao final do seu expediente eu penso. Eu estou ocupado. — eu disse sem mal olhar para ele.
— entendido chefe. — assenti com a cabeça e logo ele saiu.
Aproveitando que eu já falei do Henrique, vou falar da Débora, essa é a folgada da minha secretária, acha que só por que estudou comigo na faculdade é a pessoa mais importante da minha vida, gosta de aparecer e chamar minha atenção, e eu finjo ser educado, mas ela é impossível, podem perceber que ela deixou 45 contratos para eu assinar, 45! E ela foi em uma "reunião importante".
Ao terminar de assinar fui até um lugar para eu comer, não tive boas impressões, o lugar estava sujo e fedia, o pior é que fedia. Não tive outra opção, e quando o garçom veio me servir eu falei.
— como esse lugar pode ser tão cheio? — eu entreguei o cardápio na mão dele.
— não compreendi senhor. — ele diz se curvando ao meu lado. — Qual será seu pedido? — perguntou.
— Quero que me diga onde é a saída, primeiramente, aqui fede, e nem se deram ao trabalho de limpar as mesas que outros clientes usam, e já vivi o suficiente para saber que "Hambúrguer" se escreve com "H" — me levantei. — corrigir é a sua função. — me virei e fui em direção a saída, duvido que voltaria a esse lugar.
Ao fim do expediente fui até Henrique, disse a ele que iria ao bar, mas só se não estivesse chovendo muito, e ele concordou. Já à noite fomos, o tempo realmente tinha fechado, mas não estava chovendo forte, me sentei em direção a janela, dava para ver nitidamente quem passava ou qual automóvel passava a rua. E assim eles foram, beberam, beberam e beberam. Eu me segurei, antes que virrase um bando de marmanjos bêbados em um bar.
Fui tomar um ar ao lado de fora e a chuva caiu, muito forte, de uma forma que mesmo que eu corresse para entrar eu ficaria encharcado. Eu nem liguei, mas quando o frio bateu eu corri. Ao entrar vi a silhueta de uma mulher correr para o meio da rua pela janela. Onde vinha um caminhão com o farol apagado. E parei por ali.
— o que ela pensa que está fazendo. — sussurrei para mim passando a mão em meu rosto.
E quando vi ela parar e abrir os braços não me segurei, corri o mais rápido que pude de onde eu estava e empurrei a mulher. Como eu estava correndo, o impacto foi grande, fazendo com que eu e a mulher caíssemos do outro lado da rua, eu caí por cima dela, e assim que vi o que eu fiz me levantei, e ajeitei minha roupa.
— o que você pensava que iria fazer? — foi quando eu vi o rosto da mulher. — S/n? — eu perguntei desacreditado.
— Aí meu Deus. — vi ela esconder seu rosto.
— não, ele não te salvaria, por quem decidiu entrar na frente de um caminhão sem farol foi você! — falei tentando esconder a minha vergonha.
— está com quantos anos Taehyung? 4000? Você nem envelheceu. — ela se levantou.
— tô na flor da idade, para poder voltar a ser um anjo. — eu me virei de costas e cruzei meus braços.
— parece que não me superou, você é
frac... — eu a interrompi.— ei, não fala, não fala, se escutarem, se eles lá de cima escutarem?? Eu posso nem ter a chance de ganhar minha vida. — eu disse quase implorando.
— ok, não está mais aqui quem falou. — ela disse levantando os braços e dando de ombros.
— e não mude o destino, na hora que tiver que acontecer, vai acontecer. Você não tem noção de como os anjos ficam irritados quando um mísero humano acaba com o privilégio que é viver. se pensar qualquer coisa diferente, é, se pensar algo
diferente.. — dessa vez quem me interrompeu foi ela.— eu te ligo. Você é o único que me entende mesmo. — ela olhou para os lados.
— vê se vai para um lugar coberto, e toma cuidado com a rua. — a chuva escorria por nós fortemente.
— tá de carro? — eu assenti. — me dá uma carona? Prometo que não vou molhar o carro. —
Eu olhei para os lados e vi, estava realmente chovendo muito.
— ok — disse trazendo ela até o outro lado da rua.
Entrei no bar e avisei que não iria ficar, saí e fui até o carro. S/n entrou, se sentou ao banco da frente e colocou o sinto, percebi que ela estava tremendo, então liguei o aquecedor.
— você ainda mora perto daquele bar? — perguntei dando partida com o carro.
— sim, se concentra na estrada vai. — ela disse virando para a janela.
S/n foi um baque na minha vida, uma sensação esquisita corre por minha barriga só de lembrar do tempo em que.. é, não, eu não vou falar sobre isso logo agora.
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Não esqueci de nós, amor.
Hayran KurguEu sou um anjo, (não no sentido figurado). Me apaixonei por uma humana, o que é considerado um erro para nós. Enfim, vou ter que andar na rua das memórias, onde obrigatoriamente eu tenho que me lembrar de quem eu sou, o anjo Kim Taehyung. Não conheç...