11 - ha um destino

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                                         ( Pov: Tae )

S/n parecia assustada, eu não entendi. Na verdade ate entendia, eu fui longe demais com minhas brincaderinhas, segurei a mão da S/n, que estava suada, mantendo um tom inocente eu a olhei com a duvida estampada em meu rosto. 

— por que sua mão esta suada assim? — perguntei tentando não debochar da situação. — esta tudo bem com você S/n? eu fiz... — 

— taehyung para! Para com esses joguinhos, eu te amo! E te chamar pelo seu nome não vai mudar! — enquanto sua voz ecoava pela casa eu escutava ela dizer, o que não parecia um sermão.

— isso e um pedido de tregua? — perguntei, e antes que eu pudesse ouvir sua resposta eu tomei seus labios com um beijo carinhoso e profundo.

Minhas mão passeavam por sua cintura, e escorregavam por suas costas. S/n correspondeu o beijo de imediato, e embrenhou os dedos no meu cabelo. Quando a falta de ar se fez presente nos separamos.

— tae, eu não estou conseguindo dormir, se não for incomodo, posso dormir com você? — ela perguntou com as mãos pousadas em meus ombros. — assim, se não quiser eu te entendo, você deve estar acostumado a viver sozinho, e ter sua privacidade. — ela disse.

Ergui minha sobrancelha em sinal de dúvidas, e ela voltou a me encarar.

— quer saber, eu não me importo, vou terminar o que eu tinha que fazer e vou dor.. — eu a cortei selando seus lábios novamente.

Dessa vez ela me abraçou, enrolando suas pernas por minha cintura, e quando senti seu corpo moldado ao meu eu segui em direção a escada. Ela ainda estava em meu colo quando eu subi. Ao chegar no segundo andar nem pensei em ir para o quarto dela, eu fui direto para o meu. Deitei ela na cama e disse.

— você não é um problema para mim, minha vida. — puxei a coberta e ajeitei o travesseiro. — vou adorar ter meu ursinho para poder abraçar essa noite. — pulei para seu lado e a abracei, me aconchegando mais e mais.

E assim dormimos, de conchinha. S/n não voltou a acordar de madrugada, muito pelo contrário, ela dormiu feito um bebê. Quando eu acordei tentei sair de seu abraço com cuidado para não acordá-la, mas sem sucesso, ela me abraçou mais forte, para que eu não saísse do casulo.

— Fica mais um pouquinho comigo? — sua voz não saiu mais alta que um sussurro.

— eu tenho que resolver algumas coisas, mas fiquei curioso.. — ela me soltou porém eu ainda permaneci deitado. — se eu perdesse a memória, você lutaria por mim? Para me ter? Você ainda me amaria? — perguntei normalmente, sem deixar ela notar meu desespero por sua resposta.

— tae, não fala isso. — ela mudou de assunto fazendo bico.

— mas se acontecesse? — insisti.

— eu não abandonarei você, você pode não lembrar de mim, não sentir mais o mesmo por mim, se apaixonar por outra, mas eu estarei aqui, correndo atrás de você feito um cachorrinho sem dono. Sem falar que eu te conquistei a primeira vez, conquisto de novo. — ela disse deixando um sorriso escapar.

— vem, antes de eu sair quero te mostrar um lugar. — ela assentiu.

Ela se levantou e foi atrás de mim. Saímos da porta do quarto e vimos o corredor, olhei para a porta no final e segui até ela. Ao notar S/n atrás de mim disse.

— não compartilhe esse cômodo. — e eu abri a porta, deixando ela ver o meu mundinho. Manequins nos cantos, quadros de tachinhas na parede prendendo ideias, armários com materias de artesanato, fotos de modas, máquina de costura e tecidos na prateleira. Assim que ela olhou tudo a sua volta eu disse. — aqui é meu porto seguro, lembre-se, se algo acontecer abra a primeira gaveta. — sorri e ela assentiu.

Logo saímos da sala, e eu fui me trocar. Escovei os dentes e tomei um banho frio, o que não combinou com o tempo, pois estava chovendo. Saí e coloquei uma roupa colorida. Amarelo, rosa e laranja, a combinação perfeita. Coloquei um sapato diferenciado, crocs. Ele tinha uma caixinha para decorar os furinhos com pecinhas, e eu coloquei algumas. Um emoji de coração, um coelho, um bonequinho marrom, um bichinho branco, um bichinho com capuz amarelo, um coala e um unicórnio. Me senti infantil, mas estava me sentindo bem. Penteei meu cabelo para o lado como sempre e pronto eu estava. Saí do meu quarto e dei de cara com S/n, que me viu e ergueu a sobrancelha surpresa.

— onde vai assim? Está lindo! — ela me deu um leve selinho e eu logo respondi.

— resolver alguns problemas no "céu" — gesticulei com os dedos o que a fez rir.

— vai lá, não quero te atrapalha. — ela voltou para o quarto dela e eu segui meu caminho.

É, hoje eu vou resolver alguns problemas no "céu", e me libertar de algumas correntes que estão me prendendo.

Fui até meu carro, e diferente das outras vezes em que eu ia direto para a frente do meu espelho e me encarava. Saí da garagem e fui para o parque, onde na primavera as flores ficam lindas nas árvores. Estacionei em uma das muitas vagas que estava livres e fui para a área coberta. Era possível ver os carros passando pela rua, pois o lugar onde eu estava sentado era de frente para a mesma. E ali sentado sozinho eu tive minha decisão.

Lembra a alguns dias atrás? É, eu não parei de pensar.

"Para você virar humano basta, estar de bem com o coração e em paz com sua alma. Em consenso com sua mente e em harmonia com suas vontades. Vá para um lugar onde te de paz, e lá você vai encontrar a razão, a calmaria e a tranquilidade que precisa. Concluindo, para recomeçar sua vida, esteja de bem com seu coração, em paz com sua alma, em consenso com sua mente e em harmonia com as suas vontades. Fora isso, você vai estar botando colírio no olho cego."

Respirei fundo, e quando terminei só consegui ver o caminhão derrapar na estrada..

Não esqueci de nós, amor. Onde histórias criam vida. Descubra agora