•Crippled.

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~Ana Flávia's point of view~

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~Ana Flávia's point of view~

G

raças a Deus Gustavo já está bem melhor, já está conseguindo dar alguns passinhos, mas mesmo assim, ainda não anda 100%, mas acredito que com um mês mais ou menos ele já esteja totalmente recuperado.

Imagino que esteja sendo um período bem difícil para ele, deve ser horrível ter que ficar em uma cadeira de rodas 24 horas por dia e só poder sair na hora dormir e tomar banho.

Não posso negar que está sendo difícil para mim também, não só pelo cansaço de trabalho, mas também por ver ele assim. Por mais que ele sorri o tempo todo, o que eu admiro muito, até porque nesse momento tão complicado ele continua sorrindo.

Agora ele está tomando banho, que isso ele consegue fazer sozinho e sem a minha ajuda. A consulta dele era as 09:00hrs e já eram 08:40, então resolvo ir apressar ele.

Subo e vou em direção ao quarto dele, bato na porta e ele logo grita que não era pra eu entrar por que ele estava se trocando.

-Nao enrola não cabeção, se não vamos nos atrasar. -Digo de fora do quarto, na porta.

Logo que eu falo ele abre a porta e eu dou espaço pra ele passar, ele estava lindo, com uma blusa branca e uma bermuda bege e um tênis branco também, realmente um gatinho.

Inclusive, falando em gatinho, tenho que confessar, talvez eu esteja gostando dele mais que só um amigo. Nesse tempo, descobri coisas sobre ele, ele sobre mim, estamos nos apoiando sempre e isso tá sendo muito legal, mas o querido é ótimo em não demonstrar sentimentos, então não sei se ele sente o mesmo que eu...

-Ou, me ajuda aqui a descer? -Ele diz na ponta da escada me tirando dos meus pensamentos.

-Aí desculpa, tô indo.

Vou descendo com a cadeira com cuidado, porque não tem elevador e descer de cadeiras de roda, com uma pessoa em cima, dois lances de escada não é tão fácil. Mas conseguimos mais uma vez.

Já aproveito e pego a chave do carro dentro da bolsa e vou indo pra garagem. Chegando no carro, vem mais um desafio, fazer ele entrar no carro.

-Vamos fazer igual sempre, eu te ajudo a entrar e depois guardo sua cadeira, pode ser?

-Não precisa levar a cadeira, lá tem. Mas pode ser.

-Verdade, tá bom, vem.

Ajudo ele a levantar e deixo ele se apoiar em mim para subir, e funcionou. Coloco a cadeira mais para frente e dou a volta para entrar na parte de motorista, que Gustavo tinha deixado eu dirigir o carro dele.

Tomamos um chá de banco igual todas as vezes que vamos em médico e logo ele nos chamou.

-Gustavo Pieroni Mioto. -A recepcionista disse.

-Vai lá, beijos, boa sorte.

-Vai lá nada, você vem comigo né? Por favor. -Ele diz com uma carinha fofa e eu dou risada e me levanto indo empurrar ele.

Ficamos muito felizes com a consulta porque o doutor disse que com menos de 2 semanas, Gustavo já estaria andando perfeitamente. O mesmo também disse que o Gu já pode abandonar a cadeira de rodas e começar a usar muletas, só para apoio, porque ele já pode começar a andar.

Agora, já estávamos no carro e nos estávamos colocando o cinto e me veio uma ideia na cabeça.

-Vamos almoçar fora para comemorar? -Digo.

-Claro, muito obrigado por todo o apoio Aninha, de verdade. Tu está fazendo tanto por mim, obrigado do fundo do meu coração. -Ele diz e coloca a mão na minha perna e eu arrepio, e acho que ele percebeu porque deu um sorrisinho.

-Imagina, estou aqui para isso também. -Coloco minha mão por cima da dele. -Vamos?

-Tu é incrível, vamos.

Começo a dirigir e ele não tira a mão da minha perna, o que me faz pensar que talvez ele possa ter sentimentos também...

Nada disso Ana Flávia, não se iluda.

Nos fomos almoçar no Spoleto, porque nesse meio tempo descobrimos que nos dois amamos macarrão. Mais um gosto em comum.

No shopping pegamos uma cadeira de rodas porque ainda não tínhamos alugado as muletas. Provavelmente iríamos alugar aqui.

-Podemos alugar a muleta aqui né? -Ele diz parecendo que estava lendo meus pensamentos.

-Estava pensando nisso agora.

-Mas vamos almoçar primeiro, estou com fome, pode ser?

-Claro, também estou.

Almoçamos em um clima ótimo, demos muita risada julgando o povo, falando coisas aleatórias, foi muito agradável. Terminamos de almoçar e ele não quis deixar eu pagar e pagou tudo.

Estávamos indo para a loja onde poderíamos achar as muletas e alguém gritou pro Gustavo:

-Olha o aleijadinho gente. -Disse algum babaca que passou por nós e até parou para olhar, e ainda apontou.

Isso me fez subir uma raiva tão grande que eu parei de empurrar a cadeira e olhei para trás e vi o idiota que falou. Fui até ele, e olhei no fundo dos olhos dele.

-Repete. -Digo olhando no fundo dos olhos dele que era mais ou menos da minha altura.

-O que que você vai fazer? Ein? Defender seu aleijado de estimação? -Ele diz debochando de mim-

-Quem vai ficar aleijado aqui é você agora. -Dou um soco na barriga dele e outro no rosto.

-Isso é para você aprender a prestar atenção com o que você fala e ter noção das coisas, e eu só não te dou outro porque não estou afim de ir pra delegacia. -Digo e saio de lá e vejo o Gustavo rindo da cara dele de dor.

-Naflávia, o que foi isso? -Ele diz olhando pra mim em choque.

-Onde já se viu falar isso de alguém? -"Ainda mais de você...", foi o que eu pensei mas não falei.

-Arrasou, obrigado, bate aí! -Ele dá a mão para fazer um high five e eu completo.

Depois desse pequeno surto de ódio, fomos para a loja e alugamos as muletas e Gustavo já começou a usar ali mesmo. Agora, estamos indo pro estacionamento.

-Eai? Como é? -Digo olhando pra ele.

-Mil vezes melhor do que a cadeira, minha bunda já estava ficando achatada de ficar sentado o dia todo. -Ele diz e eu caio na risada, e depois ele também começou a rir.

-Sua risada é linda e contagiante. -Ele diz sorrindo pra mim.

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• Genteee, e a Ana defendendo o Gustavo? 😮

• E esse final em Gustavo? Risada linda e contagiante? 🤫

• Votem e comentem muito, os comentários me motivam a continuar e saber se estão gostando.

• Com amor, Helô! ♡

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