Quase detestável.

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Minhas tentativas falhas de reconciliação
Você nem tentou salvar nossa relação
Eu procurei te entender, sem mutualidade
Me afasto tentando salvar um resquício de dignidade

As conversas que temos nem parecem surtir efeito
Você fala que me quer mas não me trata desse jeito
Você mal olha pra mim, quase não conversamos mais
Você me perdeu, de novo, como foi capaz?

Eu estava disposta a correr riscos pra te amar
Eu estava prestes a me entregar
Eu planejava te apresentar pros meus pais, te assumir
Agora quando penso em você eu só quero sumir

Eu sei que não era perfeita mas eu mudaria
Mesmo com medo, eu confiaria
Porque eu achei que era confiável
Sua mudança repentina o tornou quase detestável

Mas sempre tem um quase, uma incerteza
E é essa remota possibilidade que me tira a clareza
Que torna o fim cada vez mais insuportável
Que evidencia que sou vulnerável, instável
Os “e se’s”, os “talvez”, os pontos de interrogação
Me fazem pensar que meu esforço foi em vão

O fato de não haver um fim definitivo é angustiante
Fico contando as horas, relutante
Eu sei que deveria esquecer, não deveria esperar
Mas aquela vozinha chata me impede de continuar
“E se ele acordar amanhã e perceber que errou?”
Sua idiota! Ele só te usou

Você me teve nas mãos, eu era sua
Me deixou escapar, um ciclo que se perpetua?
É até hilária toda essa situação
Eu sempre me sujeito a mesma humilhação

Eu choro, te bato, te beijo… eu acordo, era sonho outra vez
Eu perdi a noção do tempo, já passou mais um mês
Releio as coisas bonitas que me escreveu
Onde está agora todo o amor que me deu?

Me usa, me recusa, me descarta
Me troca e sinceramente? Estou farta
Eu realmente acho que mereço um amor puro
Que seja de fato saudável e seguro
Eu queria que esse tivesse sido, queria tanto
Mas se fosse, não escreveria esse poema em pranto
Meus amigos dizem que foi total estupidez
Eu só achei que dessa vez…

Devaneios de amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora