A sua nova versão continua me decepcionando. Nós nem nos falamos mais e, ainda assim, você tem essa habilidade. Eu ouço e vejo as coisas que você tem feito e não consigo acreditar. Você nunca faria isso há alguns meses. Mas não é você, não mais.
Às vezes eu imagino o que a sua versão pela qual eu me apaixonei pensa da forma como você age agora. Imagino o que você fez com aquele menino doce que me olhava com sinceridade e paixão, que fazia questão de se declarar, se desculpar… Não são a mesma pessoa. E é por isso que sinto tanto.
É como se aquela versão tivesse morrido. E eu me encontro em um luto doloroso, onde ainda vejo o corpo que ele habitava. Mas não são a mesma pessoa. O corpo é só o disfarce; o conteúdo e as ações são completamente irreconhecíveis. Eu te vejo e não te conheço mais.
A parte mais dolorosa é saber que aquela versão, durante aqueles 118 dias, gostava sinceramente de mim. E saber que tudo o que foi construído diariamente durante esse tempo foi jogado fora por uma versão egoísta e apática, sem explicações, sem a mínima consideração.
Foram 118 dias maravilhosos ao lado da versão que se importava comigo. Dias onde me senti especialmente mais importante, apreciada, ouvida, e, arrisco-me a dizer, amada. Eu me sentia leve, feliz, eu me sentia sua e sentia que você era meu.
É isso que ninguém entende. Quando digo que sinto sua falta, não é de quem você é agora, é de quem você foi. Eu realmente considero vocês duas pessoas diferentes, porque é assim que eu me sinto.
Eu não sinto falta da pessoa que, em menos de duas semanas, estava beijando outra mulher, que eu vi outra noite andando com mais uma, que eu ouvi falando de ambas e de outras como se fossem objetos.
Eu sinto falta da pessoa que se aninhou em meus braços e disse que eu era perfeita, que me abraçou quando eu precisei de amparo, que se esforçou durante todos aqueles 118 dias para me agradar, para construir algo real, para me mostrar como é um romance leve, que me aceitou com meus defeitos e me fez enxergar beleza em mim, enxergar valor.
E é por conta dessa versão, que me ajudou a construir uma visão mais amorosa sobre mim mesma, que eu não choro mais por quem você é hoje. Eu entendo que não é alguém como você que eu mereço, é alguém como você já foi pra mim. E me dói saber que quem você foi, agora não passa de uma memória.
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Devaneios de amor.
RomanceEscritos de um coração que ainda sonha com amor verdadeiro... Espero que gostem. Plágio é crime.