Devaneios de amor.

É assim que me sinto.

Os meus poemas eram meu melhor abrigo
Mas escrever as coisas que sinto, não consigo
Costumava ser meu meio de me expressar
Mas algo vem me impedindo de verbalizar

Talvez tenha sido o início, toda aquela empolgação
Escrevendo diariamente, secando a fonte de inspiração
Talvez eu esteja apenas voltando para a realidade
Eu realmente pensei que era poeta de verdade?

Talvez seja minha consciência, mais crítica e racional
Percebendo que são cópias românticas, genéricas, tudo igual
Somente relatos repetitivos de amores unilaterais
Que pensando agora, nem sequer foram reais

É assim que me sinto: perdida, sufocando
As coisas que quero escrever: apenas ideias se chocando
É assim que me sinto: colapsando
Sem uma válvula para liberar, meus sentimentos acumulando

Cada um dos poemas em que abri meu coração
No momento parecem ruins, inúteis, em vão
A vida sem escrever se torna cada vez mais banal
Deveria ser esse meu poema final?