Devaneios de amor.

Tanta coisa.

Eu sinto tanta coisa desde que paramos de nos falar... Tantos sentimentos, tudo tão confuso, mas tão claro. Nos primeiros dias, eu senti sua falta. Nossa, só Deus sabe como eu senti sua falta. Eu me senti triste, queria respostas, explicações, queria preencher o vazio quase palpável que você deixou. Eu chorei. Chorei convulsivamente, soluçando, me encarando no espelho com a vista embaçada, implorando freneticamente por uma última conversa. Coloquei aquela música que você me dedicou e me deixei desabar, transbordar, desmanchar em lágrimas. Eu chorei todas as vezes que tive oportunidade durante aquele fim de semana.

Eu senti raiva também, por mais que não seja do meu feitio. Senti raiva de você por ter me deixado naquele estado e raiva de mim por ter me permitido passar pela mesma situação, com a mesma pessoa, de novo. Me questionei e questionei tudo o que vivemos. "Alguma daquelas coisas foi verdade?" E todo tipo de clichê pós-término. Término? Nem sequer começamos e talvez seja por isso que doa tanto. Poderíamos ter tido e sido tudo um para o outro. Maldito futuro do pretérito! Representará nas minhas palavras nossa eterna possibilidade.

Depois, eu recebi indiretamente a resposta, o fim definitivo que tanto esperava. Senti-me estranhamente aliviada, acalmei-me. Fiz minhas coisas, cuidei de mim, dancei ouvindo novas músicas.

Eu me sinto bem, livre, mas vez ou outra alguma coisa ainda me faz lembrar de você. Às vezes, quando estou indo pra academia e lembro que você sempre estava indo também, quando arrumo o cabelo e você sempre dizia que queria ver, quando eu como o doce que você gostava ou quando o céu está bonito e lembro que você me dizia que ele estava tão lindo quanto eu. Às vezes ainda sinto raiva, por saber que enquanto eu estava chorando tanto que não conseguia respirar, você estava beijando outra e se divertindo. Às vezes tristeza. Às vezes, eu só queria tentar te entender, entender porque você fez tudo aquilo, de que serviu todo esse seu esforço? Me sinto patética e culpada por ter dado a mínima importância quando você nem sequer pensou no que fez pra mim. Parece até injusto às vezes; você nem sequer se deu o trabalho de dizer o que fez você se afastar de mim.

Mas tudo bem, mesmo que você não tenha pedido, mesmo que nem se importe, eu te perdoo. Eu me perdoo. Mesmo que você me procure e por mais que uma parte minha ainda queira te ter de volta, eu vou escolher a mim mesma, pela primeira vez, eu vou prezar pelo meu amor próprio.