| Los Angeles, Hollywood
Quarta-feira - Noite.
Às 21h30.ㅗ
ㅡ Noah, eu... ㅡ Ele me interrompeu, com o brilho dos seus olhos perdidos.
ㅡ Eu não estava conseguindo dormir, Sol. Eu achei que, provavelmente, estaria acordada ainda. ㅡ Explicou-se, gesticulando, parecendo envergonhado.
Ao observar sua feição direito, podia perceber que algo sim tinha deixado ele daquele jeito. E, naquele momento, tinha tirado seu sono.
ㅡ Você tá bem, Noah? ㅡ Indaguei, abrindo a porta por completo, permitindo que ele entrasse.
Noah entrou com os ombros encolhidos, passando por mim, se direcionando ao sofá.
ㅡ Eu... eu posso sentar?
ㅡ É claro, Noah. ㅡ Tranquei a porta, me aproximando dele em seguida. Ergui minha mão até seu ombro, acariciando seu ombro na intenção de transmitir um carinho e conforto. ㅡ Você tá bem? ㅡ Repeti a pergunta, erguendo minha outra mão até a sua bochecha.
ㅡ Eu estou bem, Sol. Eu só preciso... ㅡ Suspirou, parecendo perder as palavras.
ㅡ Se você não quiser falar, tudo bem. ㅡ Assegurei, passando meu polegar pela sua bochecha. Tocar em sua pele me arrepiou, mas eu ignorei aquele sinal do meu corpo. ㅡ Podemos assistir algo, que tal? Maior a chance de ter sono.
ㅡ O que você quer assistir?
De repente, uma ideia surgiu.
ㅡ O que você acha de provar um doce brasileiro? ㅡ Sugeri, observando ele com um sorriso. ㅡ Eu acho que você vai adorar.
ㅡ Doce brasileiro? É comestível?
ㅡ Bem mais do que esses que vende por aqui. ㅡ Puxei o controle, estendendo até ele. ㅡ Escolhe o filme que eu vou fazer.
Corri até a cozinha de um jeito empolgado, desejando que ele conhecesse a culinária do meu país, buscando meu telefone no meio do caminho.
ㅡ Como é que se faz isso?
Não respondi o Noah, apenas soltei uma risada soltei uma risada colocando uma música clássica no meu telefone. O volume estava baixo, então eu podia sentir a vibe sem que fosse um escândalo já que eu não estava sozinha.
ㅡ O que você tá ouvindo? ㅡ Noah apoiou-se na ilha da cozinha que separava a sala, me observando com curiosidades.
Eu estava mexendo na panela com uma colher de pau, temendo que saísse do ponto caso eu me distraisse. Noah era uma distração e tanta.
ㅡ Música clássica. Eu uso para relaxar, me concentrar, estudar... Entre outros. ㅡ Expliquei, sem deixar de mexer na panela. O cheiro já começava a sair.
ㅡ Qual a sua favorita?
ㅡ Não é uma surpresa, na verdade. Frédéric Chopin. ㅡ Sorri, podendo ouvir sua risada em seguida.
ㅡ Vou saber o que colocar quando eu te ver irritada, como hoje. ㅡ Comentou, de repente, me lembrando de mais cedo.
É claro que minha forma irritada mais cedo pode ter assustado ele, no entanto, aquele comentário me desmanchou.
ㅡ Eu raramente fico irritada, Noah. ㅡ Argumentei, desligando o fogo quando percebi que chegou no ponto. ㅡ É muito raro alguém me tirar do sério.
ㅡ Eu te irritei.
ㅡ Você é um caso sério, isso sim! ㅡ Puxei um prato da ilha da cozinha, colocando o brigadeiro ali.
ㅡ Isso é o que, exatamente? ㅡ Noah questionou, com uma careta, olhando para o doce. ㅡ Não tá com cara de comestível.
ㅡ Argh, Noah, é só não comer. ㅡ Retruquei, torcendo os lábios.
ㅡ Uau... Magoou. ㅡ Ele forçou uma expressão triste, colocando a mão no peito. O encarei com deboche, fixando nossos olhares para saber quem aguentava mais.
O que, definitivamente, não demorou muito. Acabamos rindo ao mesmo tempo, comigo guardando o brigadeiro no freezer.
ㅡ Tem que esperar ainda?
ㅡ Não pode comer quente. ㅡ Fechei o freezer, erguendo minha mão até o micro-ondas. ㅡ Eu ainda tenho pão de queijo. Quer provar também?
ㅡ P... Paon de quijo?
ㅡ Pão de queijo, Noah. ㅡ Me aproximei dele, abrindo a vasilha e estendendo para ele. ㅡ É algo do Brasil também, super gostoso. É bom, garanto.
Noah me encarou por longos segundos em desconfiança, antes de puxar um mão e mordê-lo.
Ele não demorou muito para mastigar, olhando para mim surpreso.
ㅡ Gostou?
ㅡ Eu adorei! ㅡ Puxou a vasilha da minha mão, correndo para sala em seguida.
ㅡ Ei, deixe pra mim! ㅡ Corri até ele, tentando puxar a vasilha de novo. ㅡ Noah, assim não vale!
ㅡ Você já comeu demais, não acha?
ㅡ Assim não vale... ㅡ Cruzei os braços, espremendo meus lábios em um biquinho.
Noah acabou rindo junto comigo, me puxando para que eu sentasse perto dele e me entregando a vasilha.
No meio do filme, ao me sentir mais ansiosa para mostrá-lo mais da cultura brasileira, peguei o brigadeiro. Ele relutou bastante no início, porém, ao se ver sem saída acabou provando e gostou.
Noah encostou sua cabeça no meu ombro, me fazendo suspirar, assistindo o filme do meu lado em silêncio.
Aquela companhia era inusitada, porém, o que mais me deixava surpresa era o fato de eu estar gostando de tê-lo ali... comigo.
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Meu Vizinho | Reescrito.
RomanceRealizar seu grande sonho de se mudar para L.A, Hollywood, era o que a Sol queria. Determinada, batalhadora, sonhadora, batalhou tanto para que seu sonho se tornasse realidade que no final... se tornou. Claro, nenhum caminho é fácil, o dela também...