Meu Vizinho | Reescrito.

51| Já vai se casar, Sol?

| Los Angeles, Hollywood
Domingo - Noite.
Às 19h30.

ㅗ

Ver aqueles pedidos românticos pela televisão em novelas, filmes e séries era completamente diferente da realidade. Ou talvez até em ler um romance, era como uma forma diferente de ver o mundo romântico.

Ter o Noah na minha frente com uma caixa de alianças na mão, depois do pedido, me observando com esperança era quase como um sonho.

Quase não, era um sonho.

Eu podia ver nos olhos do Noah sua ansiedade e seu medo, já que ele não escondia nada de mim e gostava bastante da sinceridade constante que existe entre nós. Aquele era um lado dele que mais me atraia.

Eu também podia perceber seus dedos trêmulos segurando a pequena caixa, consequência da ansiedade pela minha resposta pelo silêncio que tomou conta do lugar.

ㅡ Noah... ㅡ Toquei em suas bochechas, sentindo uma lágrima descer pela minha bochecha. ㅡ É claro que eu aceito, seu bobo. Por que eu recusaria você? Já deixei claro o que sinto.

Seu suspiro aliviado fez-se presente, com ele pegando a aliança e colocando em meu dedo. Coube certinho.

ㅡ Como soube o tamanho do meu dedo?

ㅡ Eu tive uma ajudinha.

Revirei meus olhos, sabendo exatamente quem ajudou ele e fingiu de todos os jeitos que não sabia de nada.

ㅡ Liby. ㅡ Soltei, podendo vê-lo concordar com a cabeça, enquanto colocava a aliança também. ㅡ Bem que eu percebi ela estranha, não sabe disfarçar nada.

ㅡ Eu pedi a ela descrição.

ㅡ A Liby não é discreta, Noah, já deveria saber. ㅡ Ergui minha mão aberta, podendo ver que a aliança ficava perfeita entre meus dedos. ㅡ Ela é linda.

ㅡ Combina com você.

Umideci meus lábios de um jeito nervoso, com meu coração na boca por não ter conseguido beijá-lo até o momento. Noah parecia ciente do que eu estava sentido, afinal, me olhava com um sorriso convencido a todo momento.

Ele enclinou sua cabeça para frente, sinalizando que queria a mesma coisa que eu. No entanto...

ㅡ Cof, cof... ㅡ Uma tosse falsa fez com que a gente se afastasse assustados, percebendo que a Naomi se aproximava. ㅡ Desculpa atrapalhar, mas já vamos jogar o buquê.

Noah grunhiu, encarando a prima com desdém.

ㅡ Sério, Naomi?

Naomi sorriu sarcasticamente, piscando na nossa direção antes de correr de volta para o salão.

Noah pegou em minha mão enquanto nos levantavamos, seguindo a Naomi de volta para o salão. O pequeno grupo de mulheres se amontoavam atrás da noiva, esperando ansiosamente por aquele momento.

ㅡ Seguiremos a tradição, Sol! ㅡ Naomi tocou em meu braço e me puxou com força, me tirando de perto do Noah.

Eu acabei rindo da situação, me amontoando entre as mulheres solteiras em busca pelo famigerado buquê.

ㅡ 1, 2... 3... ㅡ A noiva contou devagar, porém, jogou o buquê quando menos esperávamos e foi aquela agonia.

Foi como nos filmes, tipo em câmera lenta. O buquê voou diretamente na minha direção, pousando na minha mão quando menos esperava.

ㅡ Ok, isso foi estranho.

ㅡ Já vai se casar, Sol? ㅡ Naomi enclinou a cabeça para o lado, com um olhar sarcástico.

ㅡ Naomi...

Ela soltou uma risadinha.

ㅡ Pegou o buquê tão rápido, vizinha? ㅡ O tom de deboche era claro na voz do Noah.

ㅡ Será que foi o destino? ㅡ Entrei na brincadeira dando um passo em sua direção, com sua mão tocando minha cintura automaticamente.

ㅡ Acredito plenamente.

Às horas começaram a passar rápido demais a medida que eu conhecia as pessoas, ficando feliz a cada elogio que me lançaram e brincadeiras. Quando o fim da festa chegou, com a partida dos noivos para a lua de mel, percebi que me senti bem no meio da família.

Foi duro me despedir da Naomi, mas eu sabia que daríamos um jeito de nos ver de novo em algum momento.

ㅡ Esses saltos estão destruindo meus pés. ㅡ Choraminguei, caminhando em direção ao carro do Noah com ele bem atrás de mim.

ㅡ Pode tirá-los, vizinha, já estamos indo embora. ㅡ Noah puxou a porta quando destravou o carro, me fazendo sentar no banco rapidamente.

Resmunguei, enclinando meu pé para frente para tirar aquele salto. No entanto, Noah foi rápido em puxar meu pé em sua direção, tirando o salto com cuidado.

Seus dedos tocando minha pele causaram outro reboliço no meu estômago, consequência dos momentos que tivemos naquela noite sem dar um beijo sequer. E olha que sempre tentávamos, porém, éramos sempre interrompidos.

Eu estava frustrada, porém, feliz pela noite.

ㅡ Pronto. ㅡ Noah sorriu carinhoso quando os tirou, se enclinando na minha direção para colocar os saltos no banco de trás. Segui seus movimentos, respirando com dificuldade ao vê-lo tão perto daquele jeito. ㅡ O que foi?

Passei a língua pelos lábios quando seus olhos se encontraram com os meus, com sua pupila dilatando no segundo seguinte. Borboletas. Muitas, muitas borboletas.

ㅡ Vizinha... ㅡ Fechei meus olhos quando sua mão tocou minha cintura. ㅡ Não faz assim, por favor. Estou me segurando à noite inteira.

ㅡ Não se segure mais, só estamos nós dois aqui. ㅡ Toquei seu terno, puxando o tecido na minha direção para beijá-lo.

Consegui capturar seus lábios rapidamente, com seu gosto tomando os beijos e um gemido aliviado soltar dos meus lábios no meio do beijo.

Porém, eu queria mais. Muito mais.

ㅡ O que acha de dormir no meu apartamento dessa vez?

ㅡ Eu vou adorar.

•••