| Los Angeles, Hollywood
Domingo - Noite.
Às 07h39.ㅗ
No caminho até o apartamento, Liby foi me atualizando de tudo que estava acontecendo com ela no ambiente de trabalho. Seu processo seletivo para cada desfile e sessão de fotos que ela planejava estava indo ruim, afinal, não é qualquer rosto que deve colocar em uma capa de revista.
Palavras dela, não minhas.
Ao chegar na frente do edifício, meu queixo foi no chão ao ver a grandeza dele. Era repleto de janelas de vidrarias, até o topo, me fazendo estremecer. Sabia que teria que andar de elevador.
ㅡ Gostou? ㅡ Liby indagou, ao mesmo tempo que fechava a porta do seu carro com cuidado.
ㅡ Puta merda, isso é grande! ㅡ Fechei a porta do carro atrás de mim, podendo sentir o quanto eu ficaria feliz ao analisar as coisas de lá de cima.
ㅡ Tem um elevador, mas a escada é uma opção válida ㅡ Debochou, lembrando-me do meu medo em questão.
ㅡ Não enche o saco, Liby. Eu ainda tenho medo. ㅡ Murmurei, resmungando quando ela soltou uma risada sarcástica.
Eu tenho um pavor imenso de elevador. Lembro como se fosse ontem. Eu tinha 16 anos na época, eu estava participando de uma aula super importante na parte de cima do prédio, onde ficávamos observando o céu na época. Tinha esperado todos os alunos irem embora, até que eu fui descer o elevador e ele simplesmente parou e apagou tudo.
Eu fiquei duas horas inteiras naquele elevador escuro e pequeno, o que me causou um trauma.
ㅡ Só foram duas horinhas, Solange.
ㅡ Pra você, que não ficou duas horas no escuro. E meu nome não é Solange! ㅡ Rebati, puxando a minha mala na minha direção.
ㅡ Te garanto que aqui não tem tantas quedas de luz. ㅡ Garantiu, empurrando a porta do carro. ㅡ É só ficar longe do elevador quando tiver uma queda.
ㅡ Como se eu fosse adivinhar uma queda de luz pelas minhas bolas de cristal ㅡ Resmunguei, torcendo os lábios em descrença pela naturalidade da Liby em mencionar meu trauma.
ㅡ Não acredito, Seu Mário! ㅡ Liby gritou quando entrou na recepção do edifício, olhando diretamente para um senhor atrás de uma mesinha.
Olhei na mesma direção que ela, perdendo que era um senhor de meia idade. Ele usava uma farda azul com o nome de edifício, usando uma óculos de grau.
ㅡ Oh, meu Deus, Liby! Há quanto tempo, garota! ㅡ O tom do senhor era simpático, acompanhado pelo seu sorriso.
ㅡ Não faz tanto tempo assim, vai. ㅡ Balançou a cabeça, rindo com o senhor. ㅡ Ah, essa é minha irmã, tá? Ela vai ficar no meu antigo apartamento.
O sorriso do senhor foi direcionado a mim, simpaticamente.
ㅡ Olha, seja muito bem-vinda ao nosso edifício. ㅡ Disse ele, usando o tom simpático e adorável. ㅡ Os vizinhos são simpáticos, eu juro.
ㅡ Relaxe... Sou uma ótima vizinha também.
Aquela conversa se encerrou quando nos direcionamos ao elevador, com a Liby indicando o andar do apartamento.
ㅡ Ele era um senhor bem simpático, né?
ㅡ Se acostume. É um melhor funcionário daqui. ㅡ Assegurou, arrumando seu cabelo pelo reflexo. ㅡ Desde que cheguei aqui ele me tratou super bem... Diferente de muitos.
ㅡ Amanhã temos que ir na UCLA, né?
ㅡ Sim. Amanhã será o dia que resolverá tudo e poderá começar sua rotina de estudante. ㅡ Comentou, empurrando meu quadril de brincadeira.
Quando a porta se abriu eu vi 4 portas, cada uma de frente para outra. Liby me empurrou para fora do elevador, apontando para a quarta porta do canto direito. O número dela era 402.
ㅡ Apresento-lhe seu novo apartamento, Solange Almeida.
Ignorei seu deboche quando ela abriu a porta, me permitindo entrar no apartamento e observá-lo. De primeira já podia ver o sofá meio rosado com almofadas fofas, além da ilha da cozinha pequena com a geladeira bem evidente atrás. Além de um pequeno corredor ao lado da cozinha, me permitindo ver duas portas. Provavelmente o banheiro e o meu quarto.
ㅡ Uau.
ㅡ Fiquei desse mesmo jeito quando cheguei aqui pela primeira vez ㅡ Comentou, fechando a porta com o pé após colocar as malas para dentro.
ㅡ Ah, Liby... Muito obrigada mesmo por me ajudar a dá esse primeiro passo. ㅡ Voltei a olhá-la, com o coração na boca pela gratidão. ㅡ Nunca vou esquecer o que fez por mim.
ㅡ Eu sou sua irmã, Sol, sempre vou fazer de tudo por você. ㅡ Beijou o topo da minha cabeça, sorrindo para mim.
Retribui o sorriso pelas suas palavras, com o coração quente pela forma que ela cuidava de mim. Até que sua expressão mudou de fofa para séria, exigindo que começassemos a arrumar as coisas antes que ficasse tarde.
Era um começo de uma fase única da minha vida.
•••
Eu não coloquei a imagem do apartamento pois eu continuo imaginando ele da mesma forma que a primeira versão. Nem lembro onde encontrei aquela imagem, então preferi que fique de acordo com a imaginação de vocês.Um beijo!
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Meu Vizinho | Reescrito.
Roman d'amourRealizar seu grande sonho de se mudar para L.A, Hollywood, era o que a Sol queria. Determinada, batalhadora, sonhadora, batalhou tanto para que seu sonho se tornasse realidade que no final... se tornou. Claro, nenhum caminho é fácil, o dela também...