No meu mundo nada nunca fez tanto sentindo a ponto de me despertar interesse de viver a eterna finitude da vida, mas antes de me encher a mente com frases difíceis eu preciso recordar da minha missão.
Meu nome é Ophelia, eu preciso me tornar uma ha...
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( Ophelia narração )
Acordei com o som de pássaros cantando, aquilo parecia meio fantasioso de está ouvindo mas era verdade. Tomei um banho e vesti meu uniforme. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e sai do meu quarto. Estava ensolarado lá fora, sinal que eu precisava levar meu kimono.
Muzan desenvolveu um kimono branco feito de fibra de urso, uma camada grossa é colocada sobre o meu corpo e me ajudava a andar pelo sol por algumas horas sem ser queimada. Tecnologia essa que ele já estava estudando a um tempo mas poucos sabiam.
Coloquei o kimono sobre a cabeça e ele cobriu meu corpo todo, fiquei parecendo uma freira mas era isso ou queimar no sol. Fui até a cozinha onde me surpreendi em ver uma bandeja de café da manhã, dois pedaços de melancia, um pão japonês e um chá que estava quente. Me sentei e agradeci pelo alimento, em seguida comendo.
Desde que me tornei oni nunca tive problemas com alimentos naturais, claro que o sangue e a carne humana oferecia muito mais energia, porém Muzan não me autorizava caçar, ele queria manter minha mente ainda "humanizada" nesse aspecto então eu só comia e bebia aquilo que ele trazia.
Já vivi por meses apenas de alimentação vegetal, meu organismo foi todo preparado para fingir ser a melhor humana possível. Mas era óbvio que uma hora ou outra eu iria precisar de sangue. Acabei o café e me levantei, lavei as coisas e me direcionei ao jardim. Obanai estava sentado próximo às rosas brancas, observando atentamente elas.
— Bom di.. - Estava falando mas fui interrompida.
— Está atrasada - Ele se levantou.
— 2 minutos - Retruquei.
— Isso já é 120 segundos do meu tempo - Obanai me encarou — Vamos, o mestre está nos esperando.
— Sim senhor - Disse caminhando atrás dele.
— Não me chame de senhor, isso é desagradável - Ele disse abrindo o portão principal para que saíssemos.
— Certo - Apenas concordei e continuei andando.
Caminhamos por cerca de 20 minutos até chegar na casa principal. Obanai me direcionou até um salão onde havia um pano sobre o chão para nos sentarmos e ficou ao meu lado, sentado também com cerca de 1 metro de distância. Cruzei minhas pernas e tirei meu kimono de cima do meu corpo, fiquei ali aguardando em silêncio.
De repente eu senti um calafrio, meu corpo inteiro arrepiou e se eu não tivesse me controlado meus olhos iriam mudar a tonalidade, ficando vermelhos e ativando meu instinto de proteção de oni. Muzan sempre me falou que Kagaya Ubuyashiki tinha uma presença forte, mas nunca achei que seria tanto assim. Acredito que como o sangue de Muzan corre em minhas veias, todo temor que ele sente pelo mestre dos hashira acaba me afetando também.
Obanai se reverenciou e eu logo em seguida, Kagaya chegou seguido de sua esposa, ela o ajudou a se sentar em frente a nós e ficou próximo dele, era como Muzan disse, ele era de fato cego.
