13 - Arrependimento

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Passaram-se apenas quase o dia todo desde o encontro de Fernanda e Alane, na tarde do dia anterior. Apesar do curto período, Alane sentia uma ansiedade crescente em relação à quarta-feira. Deitada inquieta em sua cama de hotel, uma sensação indefinida a dominava. Questionava-se sobre a origem dessa inquietação. Seria apenas a gravação com os participantes do BBB24, ou havia algo mais? Estaria ansiosa por algo em específico ou por alguém?

Ao cogitar essa possibilidade, a paraense se recriminou pela simples ideia de alguém poder invadir seus pensamentos novamente.

Alane travava uma batalha interna contra as lembranças indesejadas que insistiam em ressurgir, como ondas incontroláveis em sua mente. Tentava desesperadamente afastar os pensamentos dolorosos, buscando refúgio na dança; assistindo vídeos de danças balé que ela havia gravado a um tempo, em qualquer coisa que pudesse desviar sua atenção. No entanto, mesmo imersa nesses mundos alternativos, o nome de Fernanda continuava a se infiltrar, como uma presença indesejada que teimava em permanecer. Cada passo de dança, cada movimento gracioso, era uma tentativa de afastar a sombra do passado, mas Fernanda persistia em retornar, desafiando a paz que Alane tanto almejava.

Não era muito tarde da noite, ela apenas havia deitado-se mais cedo. Olhou em seu celular e o mesmo marcava 22h15.

Alane hesitou por um momento, sentindo um misto de emoções dentro de si. Lembrar da conexão especial que tinha com Bia trouxe uma sensação de conforto e confiança. Com um suspiro, ela pegou o telefone e discou o número de Bia, ansiosa e ao mesmo tempo nervosa por compartilhar suas dúvidas e incertezas, na esperança de encontrar orientação e apoio na amiga. O telefone tocou algumas vezes e ela não entendeu, Alane retornou mais algumas vezes, e começou a temer que Bia não atenderia, mas na última tentativa ouviu um ruído do outro lado da linha, seu coração acelerou, esperando pela voz familiar que traria conforto.

— Bia — Alane a saudou.

— Oi — respondeu Bia, com uma certa animação. — Desculpa pela demora, Lane. Estava super ocupada, mas agora tô livre. Como você tá?

— Bem — tentou responder com confiança, mas sua voz denotava um leve nervosismo. — Você já ia dormir? — Tentou quebrar o gelo.

— Ainda não, amiga, estava só resolvendo umas coisas para amanhã — Bia respondeu do outro lado. — Rolou algo?

Alane suspirou, hesitante em compartilhar, mas já era tarde para voltar atrás.

— Então... preciso de um conselho — Alane confirmou, sentindo a empatia da amiga mesmo à distância.

— Ih, amiga, você veio ao lugar certo! Só um segundinho — Bia afastou-se do telefone por um instante e retornou pronta para ouvir. — Pronto! Desembucha. O que tá rolando?

— Amiga... — começou. — É que... — suspirou, mas logo se acertou de que conseguia. — Olha, antes de entrar no BBB, conheci alguém. E bom... no início, não suportava essa pessoa. Tudo nela me irritava, sabe?

— Ah, danada! Quem era?

— Bia!

— Desculpa, amiga, continua — Bia percebeu que Alane preferia não revelar esse detalhe.

— Eu simplesmente não suportava a presença dela, sua voz, tudo nessa pessoa me incomodava. Parecia que tudo o que ela fazia era errado e me afetava, eu simplesmente a detestava. Mas...

— Mas...? — Bia incentivou.

— Recentemente, encontrei essa pessoa e... Tivemos algumas conversas, e eu e a Fer... — Alane quase deixa escapulir e, conseguiu sentir a dúvida do outro lado da linha. —Vamos chamá-lo de anônimo, ok? Bem, revi esse anônimo, e ele foi gentil comigo. Não foi desagradável.

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