A luz suave da manhã invadia o quarto, acariciando delicadamente o rosto de Alane. Ela permanecia de olhos fechados, envolta em um aconchego reconfortante que a fazia hesitar em encarar a realidade. Ela sentia alguém envolvendo os braços em torno de seu corpo. Ao seu lado, alguém repousava serenamente, bem alheia ao turbilhão de emoções que tomava conta de Alane. O silêncio pairava no ar, pesado e estranhamente confortável. Cada respiração era um eco da incerteza que permeava a mente de Alane."Quem estava ali?" - Era o que Alane se perguntava internamente. Quem tinha o abraço tão gostoso e caloroso assim? Tão reconfortante e aconchegante... Alane não lembrava de nenhum conhecido assim. Porém, seu interior sabia a resposta, no fundo, ela sabia quem estava ali. Mas seus pensamentos teimosos se recusavam a acreditar, mesmo que seu coração estivesse saltando de um nervosismo gostoso.
Finalmente, reunindo coragem, Alane entreabriu os olhos, permitindo que a luz penetrante encontrasse seus olhos. O que viu diante de si a fez congelar no lugar, seu coração batendo descompassado. Era como se o tempo tivesse parado, e ela se visse refletida em um espelho de verdades cruéis. A vontade de fugir, de escapar daquela realidade opressora, crescia dentro dela como uma tempestade prestes a desabar.
"Não é possível". Pensou Alane. Fernanda Bande, na sua frente, estava abraçando-a, seus rosto estavam próximos, ela tinha os olhos fechados, e a boca entreaberta e seus seios estavam completamente expostos, o lençol cobria apenas sua parte de baixo. Alane piscou várias vezes, afim de que aquilo fosse um sonho - ela já considerava um - mas suas tentativas falharam miseravelmente. Não era um sonho, era real.
No entanto, algo dentro de Alane se agitava, uma força ancestral que sussurrava em seu íntimo para enfrentar o desconhecido nervosismo, para não recuar diante do desafio. Com um suspiro tremulo, ela ergueu-se lentamente, os olhos fixos na figura a sua frente. Ao seu lado, Fernanda também se moveu quando ela saiu do abraço, mas não acordou. Era chegada a hora de confrontar seus medos mais profundos, de encarar a verdade nua e crua que a aguardava.
Alane se levantou da cama, se assustando ao perceber que seu corpo estava nu, ela ainda não tinha raciocinando antes. Apenas um pensamento lhe restou, a deixando nervosa. "Eu transei?" Ou pior, "Eu transei com a Fernanda? Égua, não podia ficar pior" Alane pensou, ficando mais nervosa ainda.
Achou sua peça de baixo no chão, e a vestiu apressamente, tentando não fazer barulho, tudo iria piorar se Fernanda acordasse. Procurou seu vestido freneticamente, até que o encontrou caído no chão, do outro lado ca cama. Um sorriso nostálgico surgiu em seus lábios ao lembrar da noite passada, mas logo se recompôs, vestindo-o rapidamente. Enquanto ajeitava seu cabelo diante do espelho da penteadeira, seus olhos se encontraram no rosto de Fernanda através do espelho, que dormia profundamente.
Ao descer as escadas, avistou sua bolsa estrategicamente posicionada no sofá, como se estivesse aguardando por ela. Com passos decididos, alcançou a bolsa e, ao se inclinar para pegá-la, notou seu calçado próximo à entrada. Enquanto calçava sua rasteirinha, pensou na imensidão e na diversidade do Rio de Janeiro, uma cidade que ainda lhe era desconhecida. Com um leve aperto no coração, provocado pela incerteza de se perder nas ruas movimentadas, ela tomou a decisão de garantir sua segurança e conforto, optando por chamar um Uber para guiá-la por aquela metrópole.
[...]
Alane adentrou o saguão do hotel com o coração acelerado, uma mistura de suor e ansiedade marcando sua chegada. A recepcionista, com um sorriso acolhedor, desejou-lhe um "Bom dia" cheio de gentileza, mas Alane, imersa em seus pensamentos tumultuados, mal conseguiu articular uma resposta. A tensão dançava no ar, revelando a profundidade da agitação que Alane enfrentava naquele momento crucial.
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Pós BBB | Ferlane
Fanfiction𝗣ó𝘀 𝗕𝗕𝗕: Após suas saídas do reality show Big Brother Brasil, Fernanda Bande e Alane Dias precisam lidar com as consequências de suas ações dentro da casa. Enquanto tentam reconstruir suas vidas fora do confinamento além das reviravoltas pós-re...