[𝟘𝟘𝟡] - Alucinações

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╰┈ "Mas eu estava errada. Eu era tanto o monstro quanto a garota triste. Não conseguia separar os dois."






















— Narradora pov —

Depois de Bellamy ter deixado Nath sozinha nesse lugar nojento e horripilante, ela decidiu ir treinar. A garota se abaixou perto do barril e pegou outro rifle.

Natasha virou-se de frente para o alvo novamente e deu de cara com uma parede. Franziu o cenho, pois não tinha percebido aquela parede ali antes. Jurava que o pano com um "X" que era o alvo estava bem ali. Confusa, olhou para o lado e ficou de frente para o alvo, que na verdade estava do outro lado da parede.

Posicionou-se, pronta para atirar. De repente, as paredes ao seu redor começaram a respirar. Então, as paredes desapareceram. Mas elas já estiveram lá para começar?

Natasha olhou ao redor, procurando as paredes que estavam à sua frente há pouco, mas nem sinal delas. O lugar onde estava parecia se esticar, transformando-se em um corredor longo. Sentiu-se tonta ao tentar entender o que estava acontecendo.

A morena seguiu pelo corredor, hipnotizada pelo brilho verde neon das paredes que a atraíam. Cada passo parecia desfazer o caminho atrás de si, e a sensação de vertigem aumentava. De repente, o chão sob seus pés desabou. Sentiu-se desesperada caindo, o mundo ao seu redor girando vertiginosamente enquanto ela gritava.

Quando a queda finalmente parou, Natasha encontrou-se em uma cela. O cheiro úmido e o ambiente sombrio eram inconfundíveis. Era a cela onde havia sido presa na Arca. As paredes de concreto, o catre desconfortável no canto, a pequena estante de livros... tudo era exatamente como ela se lembrava.

Confusão e pânico tomaram conta dela. Como ela tinha voltado para ali? Sentiu-se perdida, tentando entender como fora parar naquele lugar. Respirou fundo, tentando acalmar-se e racionalizar a situação.

— Não é o que você imaginava, não é? — Uma voz surge assustando Natasha, a morena se virá imediatamente para trás e se depara com sua mãe.

— Mamãe. — fala incrédula quase num sussurro, a garota corre para abraçá-la. — Você não é real, é? — se afasta, tristonha. Não podia ser, como ela poderia estar num bunker, sua mãe na Arca e de repente ela estar na Arca e sua mãe surgir em sua frente. Não faz sentido.

— Ah, querida, me desculpe. — suspirou triste. — Eu queria ser.

— Espera, como isso é possível? — olha em volta.

— É o por quê. O como não interessa. Por que eu? — ela pergunta.

— Porque eu sinto a sua falta. — os olhos de Nath se enchem de lágrimas, e ela responde em um sussurro.

— Eu acho que não é só isso, filha. — Natasha faz que não com a cabeça, mas de repente ela se lembra que estava brava com seu pai, por isso surgiu a imagem de sua mãe e não a de seu pai.

— Você quer que eu o perdoe. — ela se afasta, e senta na cama.

— Ele te ama, filha. — Hayley caminha lentamente até a cama se senta ao lado de Natasha. — Mesmo não com as brigas, não muda o fato de que você é filha dele, e seu sangue.

— Ele me tratou como um monstro quando eu mais precisei. Me prendeu e me mandou para a Terra. Como isso pode ser perdoado? — A mãe da garota sorri sem humor, e acaricia o seu rosto. — Não me olha assim, é injusto. — a morena abaixa o olhar para os seus pés e deixa uma lágrima cair. — Mãe, as coisas estão muito complicadas lá embaixo. Eu tento, eu estou tentando tanto, mas todos contam comigo. E é tão difícil. — Natasha admite e a mãe abraça.

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 𝗧𝗛𝗘 𝗠𝗔𝗭𝗘 - 𝖳𝖧𝖤 𝟣𝟢𝟢⚔︎ Onde histórias criam vida. Descubra agora