Lovely Lily #2 - Sabaku No Gaara

Capítulo 8

Sayuri estava atolada em trabalho na sala de registros quando recebeu uma carta. Rapidamente ela largou as pilhas e mais pilhas de documentos para ler a carta. A letra desleixada só podia pertencer à uma pessoa. Sayuri sorriu lendo aquela carta relativamente curta, mas o que ela poderia esperar de uma pessoa tão impaciente quanto Naruto?

Junto com a carta de Naruto, ela recebeu uma carta de Asuma. Sayuri ficou contente em ver que seu Sensei tinha tirado um tempinho para escrever para ela. Asuma contou sobre algumas novidades de Konoha, pois sabia que a aluna adorava uma fofoca, então ele lhe atualizou o máximo que pôde. Pelo visto Ino havia aprontado poucas e boas com Sakura, Neji havia humilhado pelo menos vinte garotas que haviam tentado dar em cima dele na última semana, Kiba não podia ver Asuma que perguntava sobre Sayuri, e Choji obrigou Asuma Sensei a pagar um churrasco pra ele toda vez que sentisse a falta de Sayuri, o que era quase que frequentemente.

Ele ainda acrescentou comentários de Ino e Choji. "Volta logo, Sayuri. Não tem graça fofocar das pessoas sem você", foi o que Ino escreveu. "Tô sentindo mais saudade sua do que fome. Quando você voltar, vai ter que me pagar um churrasco pra compensar", Choji manifestou com sua letra redondinha.

— Sempre tão interesseiros... — murmurou Sayuri com um sorriso.

Também havia um recado de Shikamaru e era assim: "manda essa garota ter juízo, não quero que quando ela volte pra Konoha traga um milhão de pretendentes pra encher o meu saco." Bem a cara do seu irmão, ela não podia esperar menos.

Ela deixou a carta de Asuma em sua mesa e saiu da sala de registros, caminhando calmamente até a sala do Kazekage, que ficava no mesmo corredor. Ela bateu na porta e abriu antes mesmo de ouvir uma resposta positiva.

— Mas Mestre Kazekage... — Matsuri tentou falar para Gaara.

— Eu já te disse, Matsuri e não voltarei atrás do que eu disse antes. — Gaara disse de maneira seca sem olhar para a garota.

— Mas eu seria muito mais útil trabalhando aqui, não ela... — Matsuri argumentou com a voz quase chorosa.

— Eu já tomei minha decisão. — Concluiu ele.

Matsuri virou as costas para Gaara e caminhou furiosamente até a porta, esbarrando em Sayuri e derrubando uma pilha de documentos que tinha em mãos.

— Droga... — murmurou ela tentando recolher os papeis.

— Deixe-me te ajudar... — Sayuri se abaixou também e ajudou ela a recolher todos os papeis. — Aqui estão — ela olhou para Matsuri e deu um sorriso.

— Obrigada... — seus olhos encontraram com os olhos de Sayuri e ela sorriu, esquecendo que não gostava tanto dela.

Matsuri saiu da sala do Kazekage com um pensamento diferente de quando entrou. Antes ela só pensava em maneiras de fazer o Kazekage olhar para ela, mas agora ela só pensava na expressão gentil no rosto de Sayuri. Talvez ela estivesse exagerando. Talvez ela realmente não odiasse aquela garota, talvez ela só estivesse com ciúmes. E do ciúme mais ridículo que alguém poderia ter nessa vida: ter ciúmes de algo que nunca foi seu.

Matsuri fechou a porta lentamente e repensou no modo que vinha tratando a morena nos últimos dias. Ela tinha sido um tanto quanto insuportável com Sayuri, mas mesmo assim ela continuava sendo gentil, porque aparentemente fazia parte da natureza dela. Não era essa a reação que Matsuri esperava que ela tivesse e isso a deixava indignada. Matsuri achava que o problema de tudo era Sayuri, mas talvez... o problema era o modo que ela estava lidando com a situação.

Ela respirou fundo antes de ir, decidida a refletir sobre o que vinha pensando nos últimos dias e em como poderia mudar seu comportamento. Ela só estava com inveja, ela admitiu. Inveja... isso é normal? Isso me torna um monstro? Ou isso é só ser humano? Com esses pensamentos ela se afastou do escritório de Gaara.