Capítulo 11

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Gaara não precisou abrir os olhos para saber o que o esperava assim que acordasse. Os cobertores estavam no chão e o travesseiro estava do outro lado da cama. Sayuri ressonava sobre o seu peito como se tivesse acabado de dormir, o que não era o caso, já que ela adormeceu antes dele na noite anterior.

Ele sorriu quando ela se mexeu e murmurou algumas palavras durante o sono. Fazia quase dois meses que Sayuri estava em Suna, mas Gaara ainda não havia se acostumado a acordar ao seu lado sempre que Temari estava viajando. No momento a irmã estava em Konoha e Kankuro saíra em missão, mas voltaria ainda pela manhã.

Sempre que os irmãos partiam em missão, o que vinha acontecendo com frequência para a alegria de Gaara, Sayuri e ele dormiam juntos. Isso acontecia tanto porque Sayuri tinha medo de dormir sozinha, mas também porque Gaara só conseguia dormir se estivesse com ela, então ambos se beneficiavam com esse acordo, além de que os dois adoravam passar aquele tempo juntos.

Sayuri murmurou algo e afundou a cabeça no peito de Gaara, passando a perna por cima dele. Ela tinha o hábito muito frequente de se mexer enquanto dormia, mas Gaara já estava acostumado... até demais se me permite dizer. Sua mão se moveu lentamente até a coxa de Sayuri e a apertou, sentindo a maciez daquela pele e seus dedos explorando o músculo bem definido da sua perna.

Sayuri moveu as mãos para o peito dele. A camisa que Gaara usava era de botões e os primeiros três botões estavam abertos, portanto os dedos dela roçaram na parte mais sensível do peito dele. Autocontrole era tudo que Gaara mais precisava, mas ele não conseguia atingir. Sayuri se moveu mais uma vez, encaixando o rosto no pescoço de Gaara.

A cada respiração dela, Gaara se sentia mais próximo de um colapso nervoso. Ela moveu a cabeça mais uma vez, seus lábios tocando o pescoço dele, fazendo com que um arrepio percorresse todo o seu corpo. Os lábios dela estavam úmidos e sua respiração se tornara irregular, por um instante Gaara achou que ela estava acordada e talvez realmente estivesse. Afinal, uma pessoa que estava dormindo não distribuiria beijos pelo seu pescoço como se tivesse todo o tempo do mundo e menos ainda o morderia na curva do pescoço.

Não demorou muito para que a respiração de Sayuri se estabilizasse e seu sono voltasse a ser pesado. Gaara precisou de muita força de vontade para se levantar da cama. Infelizmente tinha que ir cedo para o escritório, mas não pretendia acordá-la de forma alguma.

Gaara foi até o banheiro e fez sua higiene matinal. Depois do banho, ele se olhou no espelho e percebeu que havia uma marca na curva do pescoço. Aparentemente, Sayuri havia mordido ele com mais força do que ele esperava. Gaara sorriu antes de vestir uma blusa com gola alta. Aquela era uma marca que ele guardaria apenas para si enquanto ela durasse.

Ao sair do quarto, seus olhos pousaram na cama. Gaara caminhou até a cama e se sentou perto de Sayuri, ele fez um carinho no rosto dela e seus dedos fizeram o contorno dos lábios dela, num toque extremamente suave. Gaara se esticou para alcançar uma folha e caneta na mesa que ficava ao lado da cama: iria deixar um bilhete para Sayuri. Depois de escrevê-lo, ele saiu do quarto deixando mais do que somente Sayuri no quarto. Ele havia deixado uma parte de sua alma com ela.

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Sayuri piscou uma, duas, três vezes tentando enxergar algo à sua frente. A luz do sol escapava por entre as cortinas e insistia em se aproximar da cama. Com um murmúrio Sayuri passou a mão pela cama a procura de algo. Nada. A cama estava fria. Ela se sentou na cama e esfregou os olhos, recordava-se do adorável sonho que havia há pouco tempo.

Ela havia sonhado distribuindo beijos pelo pescoço de Gaara e sussurrando as coisas mais bregas, as palavras de amor mais clichês. Tinha sido um sonho muito vivido, ela até podia sentir o cheiro dele impregnado em seu nariz, o gosto da pele dele em sua boca como se tivesse realmente mordido ele.

Lovely Lily #2 - Sabaku No GaaraOnde histórias criam vida. Descubra agora