Lovely Lily #2 - Sabaku No Gaara

Capítulo 15

— Vamos, Sayu, já chega, vai pra casa dormir. Eu fico com o Gaara agora — Temari praticamente ordenou para Sayuri.

Sayuri conteve um bocejo. Se ela fechasse os olhos tinha certeza que dormiria, mas ela se segurava pra não piscar muito. Ela estava no quarto de Gaara no hospital e observava ele dormir. Antes ele estava com o sono intranquilo e se mexendo muito, aquilo a preocupava. Mas agora ele estava muito quieto e isso também a preocupava. Toda vez que ela o via de olhos fechados seu coração parecia prestes a parar e ela precisava respirar e lembrar a si mesma de que ele estava vivo. De que ele estava ali.

— Não — foi a resposta rápida dela. — Não vou embora até ele acordar.

— Sayuri, você precisa descansar! Dá pra ver que você está exausta — argumentou Temari.

— Estou bem — Sayuri respondeu sem olhar para a loira.

— Tudo bem, vou ser mais clara — ela caminhou até ficar na frente da amiga que estava sentada em uma cadeira perto da cama. — Você está acabada. Destruída. Detonada. Só o fio da rabiola. Tá só a capa da gaita. Precisando recarregar. Morta. Sem forças. Só o pó. Só o bagaço da laranja. Parece que foi pisoteada por uma manada de elefantes...

— Chega, Temari! — ela elevou a voz com irritação. — Eu já entendi. Mas isso não vai me fazer sair do lado dele.

— Entendo... — ela cruzou os braços. — Mas o Gaara não vai morrer quando você der a costas para ele. Ele está vivo. Ele está bem. E a sua presença ou ausência aqui não vai interferir em nada para a recuperação dele, sabe disso, né?

— Eu sei! — Ela praticamente gritou. — Eu sei — sua voz saiu chorosa. — Eu só não consigo tirar aquela cena da minha cabeça. De sentir o corpo dele frio nos meus braços, você tem ideia do quanto foi traumatizante foi isso? — Ela olhou feio para Temari. — Eu sei que ele não precisa de mim, mas eu preciso dele, Tema. Esse é o meu problema.

Temari engoliu em seco. Tinha pegado pesado com a amiga e ela não tardou a pedir desculpas que foram rapidamente dispensadas.

— Vai mesmo ficar aí até o Gaara acordar? — Perguntou a loira mais uma vez.

— Vou. Algum problema?

— Pra mim, não. Mas talvez você se sinta desconfortável quando o Gaara acordar e ver você com essa aparência... — Sayuri olhou rapidamente para Temari.

— Ah, meu Deus! Como eu tô?! — Ela perguntou arregalando os olhos.

— Mais uma vez: você está acabada. Destruída. Detonada. Só o fio da rabiola. Tá só a capa da gaita. Precisando recarregar. Morta. Sem forças.... — Temari recomeçou a listar os adjetivos que a descreviam naquele momento.

— Tá bom, tá bom! Que saco, Temari! — Sayuri revirou os olhos com força.

— E você tá precisando de um banho — acrescentou apontando para ela com uma careta.

— MISERICÓRDIA, TEMARI! Por que você não disse antes? — Ela se levantou da cadeira em um pulo. — Minha nossa, eu tô fedendo! Vou tomar um banho rapidinho, fica com ele, eu volto já! — Sayuri saiu correndo da sala como se sua vida dependesse disso.

— Se eu soubesse que seria tão eficaz teria usado essa estratégia primeiro — Temari riu e se sentou na cadeira que a amiga estava antes. — Eu tinha esquecido que a Sayu tem mais medo de ficar fedida do que de morrer. Ela é doidinha, não acha, Gaara? — o ruivo soltou um suspiro como se estivesse respondendo a irmã. — Quando é que você vai perceber que a ama? Quero ter a Sayu como minha cunhada logo!

Nenhuma resposta como Temari esperava, afinal ele ainda estava dormindo. Ela sorriu e cruzou as pernas.

— Sabe, irmãozinho, acho que eu te entendo. É difícil para alguém perceber os seus verdadeiros sentimentos — Temari disse em tom de sabe tudo. — especialmente pra você. Pra sua sorte, Gaara, a Sayu é do tipo que tem a iniciativa que te falta e você sabe que ela é bemm direta quando está decidida a ser.