√ eighteen.

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Mingyu prendeu a respiração quando Wonwoo entrou em seu apartamento de um dormitório. Não era sujo — na verdade ele era uma pessoa bem organizada —, mas tampouco era legal.

Ele tentou ver o lugar pelos olhos do mais velho. Um sofazinho marrom encostado em uma das paredes diante de uma TV de tela plana de tamanho modesto. No fundo ficavam o banco de levantamento de peso e os halteres, bem-arrumados. O saco de pancadas estava pendurado perto do corredor, em uma violação flagrante do contrato de aluguel.

A cozinha era apertada, com bancada de fórmica, fogão elétrico e uma mesinha de madeira com quatro cadeiras. Ele deixava uma planta em cima do móvel para dar alguma cor, porque gostava daquele tipo de coisa. Um armário de metal ficava encostado à parede dos fundos, com contas e papéis avulsos em cima.

Wonwoo tirou os sapatos e os colocou ao lado dos outros calçados de Mingyu. A pasta foi largada distraidamente no sofá enquanto ele examinava os DVDs alinhados no rack.

Inclinando-se para olhar mais de perto, ele proporcionava uma bela vista de sua bunda tentadora. "Você guarda em ordem alfabética."

Mingyu não conseguiu segurar o riso. Wonwoo nunca agia conforme o esperado. "Ficou impressionado?"

"O que é isso? Chicago Fire?" Ele abriu a porta de vidro e pegou a caixa de DVDs.

"Simplesmente a melhor série de bombeiros de todos os tempos." Ele observou a caixa com os lábios entreabertos, como se tivesse encontrado o santo graal, e Mingyu precisou se esforçar para não ficar sorrindo como um idiota. Nenhum de seus rolos anteriores sabia o que era, muito menos compartilhava de sua obsessão. Tentando manter a pose, ele tirou os sapatos e colocou junto aos de Jeon. "Pode pegar emprestado se quiser."

Wonwoo agarrou o tesouro junto ao peito. "Obrigado."

"Mas toma cuidado. É bem viciante e tem uns duzentos episódios." Ele segurou um sorriso e passou a mão pelo cabelo. "Fica à vontade enquanto pego minhas coisas."

Em vez de ficar na sala sozinho, Wonwoo o seguiu e sentou na beirada da cama, sorrindo enquanto examinava o espaço com olhos curiosos. Com suas roupas caras de executivo, parecia tão fora de lugar naquele apartamento que Mingyu teve que se perguntar onde estava com a cabeça quando o levou para casa.

Provavelmente só queria se atormentar com aquilo.

Ali era uma zona livre de clientes, o local em que colocava a cabeça em ordem. Quando tudo terminasse, como serenaria seus pensamentos tendo lembranças dele sentado na sua cama, à sua espera, sorrindo para ele daquele jeito?

Mingyu se enfiou no closet e olhou para os ternos e as camisas, lembrando uma época em que não vivia com a corda no pescoço. Escolheu as peças que levaria para a casa de Wonwoo e pegou uma mochila preta na prateleira do alto. Então contou mentalmente a quantidade de meias e cuecas a levar. Para uma semana precisaria de...

Wonwoo estava acomodado sobre suas cobertas, deitado em seu travesseiro com uma expressão de puro êxtase no rosto. Uma cena estranhíssima. Que não deveria deixá-lo excitado.

Mas deixou.

Ele largou a bolsa no chão e se inclinou sobre ele. "Agora que encontrou meu travesseiro e meus lençóis, não precisa mais de mim. É isso?", ele murmurou.

Wonwoo abriu os olhos num movimento repentino, ficando todo vermelho. "O cheiro é tão bom..."

"Não passou pela sua cabeça que podem estar sujos?"

Ele arregalou os olhos e jogou as cobertas longe. Parecia que ia passar mal, como se estivesse se sentindo traído.

Antes que Wonwoo começasse a hiperventilar, Mingyu deitou na cama e o puxou para junto de si. "Só eu durmo aqui, Wonwoo. Era brincadeira. E sempre tomo banho antes de deitar." Ele precisava lavar o rastro dos clientes para dormir. E nunca levaria um para sua cama.

the kiss quotient | meanie.Onde histórias criam vida. Descubra agora