√ twenty seven.

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Uma campainha tocou baixinho, alertando Mingyu de que a porta da frente da loja havia sido aberta. Quando ergueu os olhos da costura, ele viu Minseo entrando como um furacão na oficina.

"Recebi uma proposta de estágio!"

Ele deixou a costura de lado. "Ei, isso é ótimo!"

Seoyeon gritou e foi correndo abraçá-la. "Estou muito orgulhosa. Parabéns."

"Nem sabia que você tinha uma entrevista", Mingyu comentou. "Onde?"

Os olhos de Minseo brilharam. A mãe deu um tapinha na cabeça dela e voltou para a máquina de costura. "Na empresa do Wonwoo."

O silêncio retumbou nos ouvidos de Mingyu. "Quê?"

"Pedi a ajuda dele para conseguir um estágio, e deu certo. Começo daqui a duas semanas. Estou muito empolgada." Minseo começou a dançar sozinha, com um sorriso de orelha a orelha.

"Ele arrumou um emprego para você?" Não era possível. Wonwoo não faria aquilo pela irmã dele.

"Você nunca me falou que ele trabalha na AEA. Todo mundo vai ficar impressionado. Eles pagam seus estudos se você mostrar que tem potencial. Estou feita! Quer dizer, se não pisar na bola."

"Você precisa ligar para agradecer Wonwoo, Mingyu", a mãe falou num tom bem sério. "Isso não é pouca coisa."

As pessoas faziam isso quando um ex arrumava emprego para um parente delas? Haveria um precedente para aquilo? Só Wonwoo seria capaz de coisa do tipo. Como podia não o amar?

Minseo estufou o peito e soprou as unhas. "Em minha defesa, arrasei nas entrevistas. Conversei com os seis econometristas seniores, e eles decidiram por unanimidade que a vaga era minha."

Foi então que ele se deu conta de que Minseo tinha falado com Wonwoo. Pouco tempo antes. Seu coração disparou. Ele precisava saber.

"Como é que ele estava?"

Os olhos da irmã se endureceram ao ouvir a pergunta. "Bem. Pareceu ótimo, para dizer a verdade."

"Ah... que bom." Mas a sensação não era aquela. Mingyu se sentia um merda. Devia ficar contente, mas não conseguia. Queria que Wonwoo estivesse triste sem ele, assim como ele estava triste sem o mais velho.

Ele havia seguido em frente. Uma facada nas costelas seria melhor.

"Pois é. Que bom", Minseo falou.

A mãe lançou um olhar de advertência para ela, que simplesmente cruzou os braços e ergueu o queixo.

Mingyu se afastou da máquina de costura. "Já que chegou, vou encerrar mais cedo hoje."

Ele entrou no carro sem nenhum destino em mente. Só sabia que precisava sair dali.

Minseo começaria no primeiro emprego em breve. A saúde da mãe andava boa. Wonwoo estava seguindo em frente.

Todo mundo progredia, menos ele.

E o que o impedia? As despesas médicas tinham acabado, e ele não precisaria mais trabalhar como acompanhante. A mãe queria que ele parasse de trabalhar na loja. As grades de sua jaula tinham sido eliminadas, mas Mingyu continuava no mesmo lugar, com medo de se mover.

Talvez fosse o momento de mudar aquilo.

Ele parou o carro diante do restaurante da família de Seokmin. A campainha tocou quando ele entrou. Seu primo recolhia a louça suja em um carrinho e limpava as mesas com um pano. A hora do almoço tinha acabado, e ele estava sozinho no salão — a não ser pelos peixes de água doce que viviam no aquário que ocupava uma parede inteira.

the kiss quotient | meanie.Onde histórias criam vida. Descubra agora