the kiss quotient | meanie.

√ three.

Depois de destrancar a porta, Wonwoo entrou na suíte de iluminação discreta, colocou a pasta na poltrona perto da porta e deixou os sapatos encostados na parede, quase suspirando quando seus pés descalços tocaram o carpete.

Mingyu lançou um olhar divertido em sua direção. Wonwoo olhou para os dedos dos pés — tinha tirado os sapatos no piloto automático. Era um de seus rituais. Seria falta de educação fazê-lo quando estava acompanhado? Talvez fosse melhor voltar a calçá-los. Seu estômago se revirou e seu coração disparou.

Ele o poupou da decisão tirando os sapatos de couro preto e colocando-os aos lado dos sapatos de Jeon. Depois tirou o blazer e jogou na poltrona, ao lado da pasta, revelando a camiseta branca e lisa que usava por baixo, bem justa no peito e nos braços, e a calça jeans de cintura baixa. Para Wonwoo, era impossível não olhar.

O corpo dele era todo músculos definidos e membros bem coordenados. Ele era o homem mais impressionante que Wonwoo havia visto.

E os dois iam transar naquela noite.

Apavorado, Wonwoo respirou fundo e foi para o banheiro, onde apoiou as mãos no granito frio da pia e observou seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam um pouco arregalados, seus lábios, ressecados e seu rosto parecia pálido. Não era capaz de prosseguir com aquilo. Não devia ter escolhido um acompanhante tão bonito. Onde estava com a cabeça?

Seus lábios se curvaram num sorriso. Sua cabeça não estivera nem um pouco no lugar. Depois de analisar os perfis dos acompanhantes durante horas, observando incontáveis rostos e informações que se misturaram em sua mente, bastara uma única olhada em Mingyu para saber que seria ele. Tudo por causa dos olhos. Castanho-escuros, sob sobrancelhas bem desenhadas, e tão intensos.... mas, ainda assim, gentis. A semelhança com o ator coreano mais bonito do mundo também ajudava. Bom, não naquele momento. Havia uma boa chance de Wonwoo acabar vomitando a janta na pia do banheiro.

Pelo espelho, Wonwoo o viu se aproximar e se encostar no batente da porta, num movimento tão sensual que ele sentiu o coração pular, voltando a bater com muita dificuldade. Mingyu entrou no banheiro e parou atrás dele, com os olhos cravados nos seus através do espelho. Agora que estavam tão próximos, Wonwoo notou que ele era uns cinco centímetros mais baixo. Ele não sabia o porquê de se sentir tão pequeno naquele momento.

"Posso tocar no seu cabelo?", Mingyu perguntou.

Ele assentiu com a cabeça. Em questão de segundos, ele sentiu o deslizar de dedos por seus cabelos. Wonwoo sentiu seu corpo vibrar enquanto esperava que o contato íntimo fosse iniciando, provocando um colapso nervoso nele. Quando acontecesse, ele perceberia com quem estava lidando.

Uma mancha preta no braço de Mingyu chamou sua atenção, e ele se virou para examinar mais de perto. Ergueu a mão para tocá-lo, mas interrompeu o gesto. Ele nunca encostava em ninguém sem permissão. "O que é isso?"

Os lábios do Kim se curvaram num sorriso lento e torto, revelando os dentes caninos brancos e perfeitos. "Uma tatuagem."

Ele engoliu em seco de forma involuntária, e uma onda de calor o invadiu. Wonwoo nunca tinha entendido o motivo pelo qual se fazia uma tatuagem. Até aquele momento. A tatuagem de Mingyu era a coisa mais sexy que ele podia imaginar.

Wonwoo se coçava para levantar um pouco mais da manga da camisa, mas ficou hesitante por um momento, até Mingyu segurar sua mão e pressioná-la contra o próprio braço. Um choque elétrico percorreu o caminho da ponta dos dedos ao coração. Ele parecia perfeito, como se entalhado em pedra, mas sua pele era macia e quente, firme e flexível, viva.

"Pode tocar", ele falou. "Onde quiser."

Apesar de ser um convite tentador, Jeon se manteve imóvel. Um toque era algo muito pessoal. Ele não conseguia entender como Mingyu era capaz de fazer aquilo com tanta naturalidade com gente que nem conhecia.